oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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sexta-feira, setembro 30, 2005

O mafioso de Linda-a-Velha


Vejam só tipo de busca que alguém escreveu no Google:

"como limpar bandas magnéticas de cartões multibanco"

Como eu tenho alguns conselhos sobre o que fazer em caso de furto de identificação (já me aconteceu...) foi ter ao meu blogue...

Aparentemente algum mafioso usando uma ligação da Novis que a partir de Linda-a-Velha e usando Linux procura informação sobre como alterar a banda magnética de cartões Multibanco... Provavelmente roubados...

Obviamente foi denunciado à Polícia Judiciária! Azar!

Portugal na Lua: A Cratera "Vasco da Gama"




E não é que existe uma cratera na Lua com o nome do navegador português?...

A cratera encontra-se em 13.9º N de Latitude e 83.9 W e tem um diâmetro de 83 quilómetros.

A "Invasão" dos emigrantes em Ceuta

Cerca de 500 emigrantes africanos tentaram atravessar a fronteira hispano-marroquina em Ceuta, tendo o incidente provocado 5 mortos e várias dezenas de feridos. Estes acontecimentos reflectem apenas um fénomeno que tenderá a ocorrer cada vez mais frequentemente e a aumentar de intensidade à medida que a Globalização fôr acentuado a miséria em África e aumentaram as assimetrias entre o Primeiro e o Terceiro Mundo.

A Europa e os EUA (mais o seu "Muro da Vergonha" que os separa do México e da América Central) têm que compreender que é impossível crescerem e criarem oásis de riqueza mesmo junto à fronteira de países onde a miséria impera e as perspectivas de futuro são nulas... A "invasão" de emigrantes será tanto mais massiva e violenta quanto menores forem as perspectivas de futuro no Terceiro Mundo e os senhores que nos governam deviam encarar este problema de frente em vez de cederem cada vez mais às pressões dos especuladores financeiros e das multinacionais para aprofundarem o monstro da "Globalização".

A campanha Maná

"Convertê-los ou removê-los. Juízes "nossos defensores" corrompidos" dizem os cartazes que a Igreja Maná colou por toda a Lisboa e os folhetos que disseminou por muitas caixas de correio.

A mensagem destes cartazes nada tem de religioso. Em momento algum se fala de Salvação, Fé ou Religião. Aparentemente, os Manás devem tez recebido uma qualquer sentença desfavorável por parte de algum juíz e como resposta lançaram uma campanha anti-juíz. E é aqui que se colocam várias questões:

A) a Igreja Maná é à luz da Lei, uma entidade religiosa. Uma campanha com objectivos políticos como esta está de acordo com a sua suposta função religiosa?

B) como entidade religiosa, A Igreja Maná não paga impostos. Isso significa que não pagou impostos sobre os custos de impressão destes cartazes... Mas se está a desviar-se da sua função original a "Igreja" não devia pagá-los?

C) quanto custou esta campanha? Quantas dízimas de reformadas com a pensão de sobrevivência custou? A Igreja não encontrou melhor destino para estes recursos? Que tal um Lar de Terceira Idade ou o apoio domiciliário a idosos e acamados? Não seria isso mais concordante com a sua suposta função "religiosa"?

D) a arrogante e privilegiada corporação dos Juizes tem uma imagem cada vez mais degradada junto da opinião pública. É óbvio que a Maná tenta capitalizar parte deste descontentamento em proveito próprio... Mas esta campanha não é sobretudo um acto de vingança? E esse não é um sentimento muito pouco cristão? Onde está a "outra face" que os pastores manás apregoam nas suas "garagens da fé" (vulgo "capelas")?

quinta-feira, setembro 29, 2005

O vaivém alemão "Phoenix"

Existe na Europa um projecto de construção de um Reusable Launch Vehicle (RLV) que passado praticamente desapercebido aos Media, sempre tão saturados de informação Made in USA e lacónicos com notícias que provenham do resto do mundo.

Enquanto a NASA se prepara para regressar à Lua em versões modernizadas das cápsulas Apolo da década de 60 e recorrendo aos motores do actual Shuttle, na Rússia trabalha-se no minishuttle Kliper, na Alemanha o projecto Phoenix avança paulatinamente. Financiado pelo governo alemão e pela empresa EADS (a fabricante dos aviões Airbus) este pequeno vaivém não tripulado - que actualmente é testado num modelo à escala de 1/6 - será lançado da base espacial de Kourou na Guiné Francesa através do revolucionário método de um carril electromagnético com 4 km de comprimento. Na fase seguinte do vôo, o Phoenix será impulsionado por foguetes de metanol que estão a ser construídos na Rússia.

A ESA, a agência espacial europeia, ainda não participa formalmente no projecto alemão e da ESA, mas existem já diversos contactos nesse sentido.

O Phoenix deverá realizar o seu primeiro vôo em 2017, ou mais cedo se a ESA entrar no projecto.

A "mentira" do Noddy


A minha filha de dois anos adora ver os desenhos animados do "Noddy". Pela parte que me toca, confesso que a coisa não me entusiasma muito, especialmente depois de ver os mesmos filmes pela enésima tricentésimo vez (o final torna-se um tanto previsível a partir da 289ª vez). Mas ao fim de uma vezes começamos a reparar em coisas que não vimos da primeira vez...

Por exemplo: num dos episódios Noddy tem a tarefa de fazer regressar ao Céu uma estrela que caiu no bosque. E isso levanta uma questão: ao agir assim o autor do texto optou por antropomorfizar a estrela, dando-lhe traços humanos e concedendo-lhe braços e pernas, além de um lançarote na "cabeça". E pergunto: será que só era possível inventar uma história que transformasse as estrelas em seres vivos? Não haveria imaginação bastante para criar uma história que não enfiasse na cabeça dos miúdos que as estrelas são criaturas vivas? Bem sei que o público-alvo da série tem entre dois e cinco anos, mas para quê começar por lhes ensinar absurdos que depois alguém, mais tarde terá que desmentir? O "Principezinho" de Saint Exupery também alude a estrelas, asteróides e planetas de uma forma romântica, mas sem incorre em falsidades... Um bom exemplo, cuja perenidade prova o sucesso do modelo adoptado.

O sistema "Domus", a célula económica fundamental

Poder e Instituições na Europa do Antigo Regime Colectânea de textos(organizada por António Manuel Hespanha)P.33

"(...) ao contrário do que hoje acontece, o político inscrevia-se no seio das próprias relaçðes de produção. Ou seja, na antiga unidade sócioeconómica europeia - a "casa" (das ganze Haus), o chefe (Haus-herr, paterfamilias) é, ao mesmo tempo, o titular de poderes de direcção sobre os agentes produtivos (os membros da famïlia, na sua acepção de consanguíneos, agnados ou serviçais, poderes que a teoria da época designava por "poderes económicos" (i.e., relativos à casa, oikos), mas que coenvolviam atribuições que hoje designamos de "políticas"."

Comentário:
Existe no actual regime pós-revolucionário (ou seja, resultante da Revolução Francesa de 1789) uma suposta, falsa e hipócrita separação entre os poderes políticos e económicos. A hipocrisia está em supôr que a separação é possível, o que não é, sobretudo numa sociedade tão economicista como a contemporânea e depois do colapso dos regimes comunistas que serviam de foco ideológico para ambos os lados do muro de Berlim. A falsa separação entre os dois poderes favorece fenómenos como a massificação da corrupção, o nepotismo, o favorecimento sistemático dos grandes grupos económicos. O reconhecimento da comunhão dos dois poderes e o recentramento da Sociedade na Família ("Domus, lat. Casa") em lugar da Empresa iria aumentar a coesão, a estabilidade económica e a responsabilidade social da unidade básica de produção. Ideal para entidades empresárias de pequena e média dimensão, o sistema "Domus" permitiria reduzir o desemprego e aumentar a eficiência da economia dado que desde os trabalhos de Schumaker na década de 60 que se sabe que "small is beautifull", isto é, que uma pequena organização é economicamente mais eficiente que uma grande. Obviamente, em alguns sectores chave como a produção de energia eléctrica, as ferrovias, as vias rodoviárias, a indústria de Defesa, etc. a grande dimensão, em virtude da necessidade da necessidade de reunir grandes volumes de capital.

quarta-feira, setembro 28, 2005

A Solução Estagiária da VW

A Wolkswaggen decidiu esta semana atribuir à fábrica alemã de Wallsburg a construção do novo SUV da marca de nome "Marrakesh". Nesta decisão, mais do que o custo de fabricação (que é mais alto que a fábrica portuguesa de Palmela) pesou sobretudo a pressão dos sindicatos alemães e a generosidade do governo alemão que ofereceu contrapartidas fiscais ao gigante alemão. Até aqui tudo normal...

Mas sabem que para manter os custos de fabriação do novo SUV, os sindicatos aceitarem que este não seria construído pelo pessoal da fábrica, mas por mil estagiários (que seriam contratados para este efeito). Ou seja, para manter o Marrakesh a custos controlados (menos 850 euros por veículo), a sua construção será entregue a estagiários!

A solução para manter a indústria automóvel a funcionar na Alemanha vai passar a ser esta? Contratem-se estagiários, e pronto?!

As Grossas Beiças do Candidato

Lisboa está recheada de cartazes do candidato Carrilho onde este exibe uma popa imaculadamente negra e umas grossas beiças vermelhas. Como Carrilho ao vivo exibe a sua dose de cabelos brancos e uns lábios normais, estas "variações a Carrilho" que são observáveis nos cartazes resultam de manipulações digitais feitas intencionalmente sobre o rosto do candidato. As fotografias parecem ter sido manipuladas de modo a retirar uns bons vinte anos a Carrilho e até o tornam semelhante a Bárbara (nas beiças)...

Em si mesmas, não passam de um "fait divert" da campanha autárquica, mas revelam a vacuidade e superficialidade da política moderna, onde a imagem física do candidato é o seu principal "asset". Santana, o Reformado dOuro usou e abusou da imagem e Sócrates não descura nos seus Armani.

A acção política moderna parece reduzida a uma simples performance circense, onde a qualidade da máscara é mais importante que a virtude da actuação.

terça-feira, setembro 27, 2005

o canilarme

Perto do sítio onde moro existe um quiosque de jornais modernaço, daqueles que a Câmara de Lisboa construiu e entregou aos jornaleiros no ano passado. A jornaleira em questão tem dois cães que estão sempre com ela desde que chega de manhã até às sete, quando fecha o estaminé e parte.

Ora numa destas noites passei junto ao quiosque fechado por volta da meia-noite e oiço vindo de seu interior (sem janelas) um latido abafado... Aproximo-me e confirmo: existe efectivamente um cão encerrado no seu interior! Nos dias e semanas seguintes confirmo a mesma situação.

Eis assim demonstrado mais uma vez a imensa amplitude do engenho luso: na falta de um dispendioso sistema de alarme, pega-se num cão (encontra-se facilmente na rua rondando baldes do lixo ou mictando nas jantes dos vossos carros) e encerra-se o dito às escuras durante 14 horas diárias. A criatura sairá da experiência (diária) tão enlouquecida que se há-de tornar tão feroz como um rotteiller com cio em dia de lua cheia.

E pronto. Ficamos com um eficiente, barato e muito disuasor cani-larme no nosso querido quiosque de jornais. Como se vê, é só vantagens, excepto na perspectiva do cão, mas como esse não fala... Azar! É claro que se pode sempre questionar a Humanidade de quem desenvolveu o sistema canilarme mas quando se observa na televisão o magote de imbecis que ululam "Fátinha! Fátinha!" aquando da insana libertação de Fátima Felgueiras percebe-se bem quão baixo pode descer o povo português...

segunda-feira, setembro 26, 2005

O Alegre "caçador"

Já escrevi previamente que Manuel Alegre iria provavelmente recolher boa parte dos votos que tradicionalmente competem ao Bloco de Esquerda. Contudo, uma notícia e fotografia que o Correio da Manhã trazem hoje na capa irão afastar uma parte significativa desses votos e fizeram recordar-me essa parte da personalidade de Manuel Alegre...

Manuel Alegre é caçador. É daquelas pessoas que encontra satisfação em pulverizar pequenas aves com tiros de caçadeira para seu bel prazer. Respeito óbviamente que pratica esse desporto, a Caça, mas numa época em que se conhece a dimensão da dor que um animal sofre quando recebe um tiro e existe essa consciência não fica mal num homem tão sensível e culto como Alegre a prática desse desporto. De qualquer modo, a participação num torneio de tiro (ainda que aos pratos) neste momento em que anuncia a sua candidatura é pelo menos um "tiro no pé" para quem pretende recuperar votos à Esquerda...

As Duas Grandes Doenças do Sistema Político Português

O sistema político português enferma de duas grandes doenças:

a) A distância entre políticos e eleitores; governados e governantes; Estado e Sociedade Civil

É esta separação que observamos quando Santana Lopes inaugura piscinas em bairros sociais de BMW blindado e com dois BMWs carregados de seguranças; é esta separação quando vemos Jorge Sampaio reunindo-se com os representantes dos Juízes (hoje), mas ignorando os funcionários judiciais que também se preparam para paralizar os tribunais; é esta separação que faz crescer os números da abstenção.

b) A impreparação democrática dos eleitores

A falta de educação cívica manifesta-se em Portugal sob muitas e diversas formas: desde a alta taxa de mortalidade na estrada, à elevada taxa de fuga ao fisco, à sujidade nas praias e jardins públicos; de diversas maneiras os portugueses mostram a sua impreparação para viver em Sociedade livremente e de um modo adulto sem estarem permanentemente receosos da "matraca" salazarista ou do "pecado" cristão. O portuga parece ser incapaz de civilitude sempre que a ameaça da autoridade está ausente ou é fraca.


Soluções?

a) Reduzir o afastamento entre governo e governados, concedendo ao Poder Local, Autárquico a principal parcela do poder político, legislativo e judicial, mantendo apenas no Estado central, tornado assim Federal e Minímo, as funções militares, policiais e diplomáticas. A difusão do poder político pelas unidades menores da República que são as autarquias garantiria uma maior proximidade entre eleitores e eleitos.

b) A impreparação cívica dos portugueses é certamente o maior problema da nossa democracia. Assim é vital fortalecer radicalmente a aposta na Educação e Formação Cívica, criando disciplinas obrigatórias de Educação Cívica, tornando o serviço militar obrigatório (embora oferecendo em alternativa a prestação de Serviço Social Cívico) e - sobretudo - criando mecanismos que garantam que os nossos Media não são simples organismos económicos que visam o Lucro, mas a formação civica e humana dos espectadores.

O original deste Post foi colocado em Movimento Quintano.

domingo, setembro 25, 2005

O "pontapé"

Ultimamente tem havido um interesse crescente por aquilo a que se chama "falhanço do sistema partidário português" e pela necessidade de o reformar profundamente de modo a repôr Portugal na calha no Desenvolvimento Humano e no Crescimento Económico.

Fenómenos como as greves dos juízes, a dislexia judicial no caso Felgueiras e tantas escandalosas prescrições, as manifestações de militares, as férias queniana enquanto o país arde, as fugas barrosianas para Bruxelas, tudo isto conjungado com uma Crise Económica que se abateu sobre o país desde 2000 e que continua sem fim à vista tem deprimido seriamente Portugal e os portugueses e lança sérias dúvidas sobre a continuação da actual III República e sobre a necessidade de refundação da República sobre novos moldes...

Sem dúvida que os grandes partidos portugueses são mais parte do problema do que da solução, pois deles o melhor que conseguiram produzir foi odespesismo desbragado de Guterres, a política orçamentista e sem visão de Fujão Barroso e a reorientação estratégica para os Serviços e para a área financeira dos consulados Cavaco. Se isto é o melhor que o sistema tem para nos oferecer: vou ali e já volto.

Por isso digo e redigo: é necessário pontapear este sistema e clamar por um novo sistema democrático e representativo que reponha Portugal no papel verdadeiramente ímpar que tem no Mundo. Como começar? Talvez escolhendo nas eleições presidenciais candidatos asistémicos como José Maria Martins e Manuel Alegre e participando em associações cívicas, inscrevendo-se nos partidos existente e transmutando-os a partir do interior, lendo e relendo, aumentando os níveis culturais de uma população essencialmente ignara. Tudo é válido, desde que feito para imprimir nesta sociedade caduca e cinzenta um movimento para a Mudança, para a transformação das coisas que somos e que nos rodeiam.

A Candidatura de José Maria Martins

A candidatura de José Maria Martins à Presidência da República já tem site.

A construção do mesmo é patética, com erros diversos (links mortos, texto não centrado, caracteres > perdidos, etc...) mas revela algo sobre o perfil deste candidato, nomedamente a existência de um foco sobre a:

1. Critica à corrupção, cleptocracia e plutocracia do sistema actual;
2. Critica ao "centrão político" que se alterna no poder, década após década.

Defende uma mudança de regime, com "novos processos e novos agentes", mas não explicita que processos serão esses, nem de agentes fala...

É impossível não concordar com a crítica à sociedade portuguesa de JMM, mas esperava-se mais alguma substância na crítica e nas soluções propostas... Candidato apartidário, JMM, tem aqui a sua maior virtude, mas comunga com Alegre essa virtude, não comungando infelizmente com o poeta de Coimbra a facilidade do verbo...

Que sirva de abanão a esta sociedade empodrecida, pelo menos!

Porque é que Lula se DesLulalizou?

Quando vi aquelas imagens do Schumacher a sair do estádio de futebol no Brasil onde fora numa acção humanitária sair do estádio de helicóptero rodeado de dezenas seguranças vestidos de negro fiquei tão triste por ver a imagem que o mundo tem do Brasil e que desta forma tão pouco subtil (e tão alemã...) o condutor de fórmula 1 deixou passar...

A imagem de um país de assaltos, roubos e violações onde a Lei é fraca ou inoperante pelos baixos salários e pela corrupção. É impossível que não haja retorno para este descalabro... Os EUA não conseguiram reverter a taxa de criminalidade no seu país com leis e penas muito duras? Porque não se faz nada no Brasil? Onde está o exército brasileiro? Porque não se combate o Crime, para motivar uma das maiores potencialidades da economia brasileira, que é o Turismo? Porque não se lançam medidas verdadeiramente radicais de combate à exclusão e à miséria? Porque não se reorganiza a distribuição agrária e se combate a fuga de capitais?

Porque é que Lula se DesLulalizou?

Manuel Alegre anuncia a sua candidatura a Belém!

E muito bem o faz. O traidor Soares que se cuide. Não me admiraria nada se fosse Alegre a passar à segunda volta com Cavaco e não o velho Sapo. Alegre vai reunir a maioria dos votos do BE e do PCP e boa parte dos votos do PS. Enquanto Soares só reune parte dos votos tradicionais do PS... A maioria daqueles que votarem PS nas últimas legislativas pertencem àquela mole oscilante que anda do PS para o PSD e vice-versa, a mesma que criou aquele fantasma conhecido por PRD e que deu antes a maioria a Cavaco... Agora, esses 30% dos eleitores terão que escolher entre Soares (que nunca escolheram) e Cavaco (que já elegeram). Em que acham que irão votar? É por isso que Alegre é o melhor candidato da Esquerda.

sábado, setembro 24, 2005

O dislate de sua excelência, o juíz

O representante "sindical" da corporação dos Juízes declarou hoje nas televisões que o sindicato convocara três dias de greve em defesa da "independência dos tribunais, que são a única barreira que separa uma maioria absoluta de um governo absoluto".

Que lata! Senhor juíz! Parece que os longos meses de férias de vossa excelência entorpeceram o vosso pensamento levando-o a enunciar tamanho dislate! Pensará vossa excelência que alguém acredita que fazem greve na defesa "da independência dos tribunais"? Se assim é, porque só mencionam nas vossas reinvidicações os vossos mesinhos de férias, o vosso subsistema de saúde, as vossas carreiras, enfim, todos os vossos mesquinhos privilégios?

Sua excelência pode ser burro, mas não pense que todos os que o ouvem também o são!

Manuel Alegre à Presidência da República?

Uma recente sondagem indica que sem Manuel Alegre existem grandes possibilidades de Cavaco Silva ganhar a Presidência da República logo na primeira volta. Aparentemente, a candidatura de Mário Soares não só não está a ser capaz de mobilizar a Esquerda, como alguns dos seus tradicionais eleitores preferem votar Cavaco Silva ou ficar em casa a terem que votar no "sapo velho" Mário Soares.

A mesma sondagem indica que se o nome de Manuel Alegre surgir na lista de candidatos, parte dos votos que se perdem para a abstenção e para Cavaco (espantosamente alguns dos eleitores do PCP e do BE vão votar em Cavaco!) serão recuperados por Alegre e será assim já possível impedir a vitória de Cavaco Silva logo na primeira volta.

É assim imperativo encorajar Alegre a avançar e a fazer frente ao geronte do PS apoiado pelo ressabiado Sócrates e ao "Dom Sebastião" da Direita designado por Cavaco Silva! Por mim, já assinei a petição do:

Movimento cívico de apoio à candidatura de Manuel Alegre

Portugal precisa desesperadamente de um Presidente que escape à turva lógica partidária e nesse aspecto o difuso José Maria Martins e o respeitável Manuel Alegre encontram-se ainda que distantes, próximos. Manuel Alegre avança contra e apesar do aparelho coelhónico do PS (o mesmo que nas últimas autarquicas apoiou Fátima Felgueiras e Isabel Damasceno).

Manuel Alegre seria também um Presidente da República impar: depois do formalismo bronco de Eanes, do monarquismo de Soares e Sampaio, ter um republicano de gema e tradição em São Bento seria uma lufada de ar fresco... A Alegre não veríamos com um capitão-de-mar-e-guerra a seguar-lhe o chapéu-de-chuva nem a passar a 200/hora na Praça do Comércio fazendo tangentes a peões como já vimos (com estes olhos) fazer Jorge Sampaio.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Os Esquecidos

O governo anunciou que pretende gastar num "Plano de Emprego" o equivalente a 1,434 milhões de euros. Até aqui, tudo bem, até porque Sócrates havia prometido emprego a 140.000 desempregados na campanha eleitoral e porque as medidas anunciadas foram relativamente consensuais.

Contudo, existe algo que parece ter sido ignorado pelos meios de comunicação e que é gritante pela sua ausência neste plano: a ausência de medidas para a reinserção no mercado de trabalho de desempregados de longa duração! O governo sabe que a pressão da globalização tem arrastado para o desemprego muitos milhares de trabalhadores com mais de 40 anos, os quais merçê da sua idade e baixa qualificação só muito dificilmente conseguem encontrar emprego. E este número de desempregados tende a aumentar, à medida que a pressão globalizante se reforçar e a nossa economia se mantiver estagnada...

Focando quase exclusivamente o âmbito deste plano sobre o desemprego entre os jovens, o governo parece ter pretendido resolver um dos âmbitos do problema do Desemprego, mas as consequências sociais de um desemprego de um trabalhor (ou dos dois membros do casal) com mais de 40 anos são muito maiores do que as de um jovem (que geralmente vive ainda com os pais). Se estes ficarem desempregados como sustentam os seus filhos? Que perspectivas têm de tornar a encontrar emprego?

Embuste!

Parece que Santanaz Lopes vai receber uma pensão de reforma após ter cumprido uma vida inteira de trabalho (seis anos). E contudo, trata-se de uma falsa notícia... Santanaz não vai receber 3000 e tal euros por causa dos seus esforçados (SIC) seis anos de trabalho, mas sim um euro por cada trapalhada que cometeu durante os seus 4 meses de governo.

Desfeito este embuste, podemos dormir descansados. Como seria possível conviver com a noção de que Santanaz se conseguiu reformar ao fim de uns curtos seis anos de "trabalho" quando a nós nos vão obrigar a cavar batatas e a alombar com monitores até aos 65?

quinta-feira, setembro 22, 2005

O "Método Fátinha de Fuga à Justiça"

O chamado "Método Fátinha de Fuga à Justiça" não cola em todos os criminosos a braços com a Justiça: pressupõe dois requisitos:

1) Dupla nacionalidade; porque o Brasil não extradita os criminosos de sua nacionalidade que residam no Brasil (veja-se o padre Frederico) e Fátinha tem a tal dupla nacionalidade

2) Ser política, porque invocou a lei que impede a prisão de candidatos para não ser detida pela polícia.

Um ladrão comum não tem a nacionalidade brasileira nem é político, logo não cumpre os dois requisitos fundamentais para ver aplicado em si o "Método Fátinha".

Lamento aos interessados a desilusão que aqui vos deixo...

O PCP vai obter uma vitória nas próximas eleições autárquicas!

Nas próximas eleições autárquicas vai aparecer nos quadros de resultados um novo partido: trata-se do PCP. Não confundir com P.C.P. (Partido Comunista Português), falo do P.C.P. (Partido dos Corruptos Portugueses). Este partido vai posicionar-se certamente como o quarto partido português no domínio autárquico ao conseguir colocar-se logo após PS, PSD e PCP (o outro) e acima da câmara única do BE e das câmaras do PP.

Formado pelos candidatos Isaltino Morais, "Major" Valentim Loureiro, Isabel Damasceno, Avelino Ferreira Torres e Fátima Felgueiras este novo partido português está a conquistar eleitores e entusiasmo nos concelhos onde se lançou a votos. Tendo como programa o ambicioso objectivo de recolher o máximo dinheiro dos cofres públicos no menor espaço de tempo possível o novo partido vai revolucionar os objectivos das forças políticas nacionais refocando finalmente os seus objectivos na rentabilidade económica e não em objectos abstractos como a "democracia", a "liberdade" e outras coisas que o povo não entende. O lema desta nova força partidária será: "roubamos, mas fazemos" (na leitura: "fazemo-nos ao bolso dos contribuintes")

Estamos certos que este novo partido conseguirá alterar significativamente o baixo quadro moral do nosso sistema partidário, colocando-o em patamares ainda mais baixos do que aqueles que conhecemos.

P.S.: Obrigado ao Espreitador pela lembrança da Damasceno, que por um triz se escapava a este recrutamento forçado para o P.C.P....


O Paradigma "Estado"

Poder e Instituições na Europa do Antigo Regime
Colectânea de textos
(organizada por António Manuel Hespanha)
P.26 e seguintes

O conceito contemporâneo de "Estado", enquanto entidade que possui o exclusivo do poder de "coação legítima" (imperium) sendo este o Meio para alcançar o Fim que é o "interesse público" contraposto à "Sociedade Civil", destituída de "Imperium" é uma novidade, alheia ao modo de governo medieval e do mundo moderno.

O conceito contemporâneo de 'Estado" nasceu da movimentação aglutinante do poder real no final da Idade Média e da captura bem sucedida que esta fez dos poderes supranacionais (Império e Igreja) e dos poderes subnacionais (Senhores, Conselhos e Corporações). O processo de concentração é conhecido por "centralização do poder real" e haveria de produzir as anomalias extremas conhecidas como "monarquias absolutistas".

Segundo esta leitura (a actual, recorde-se), "o Estado deve estar separado da sociedade civil". Segundo ela, somente o Estado permitiria a "plena realização do interesse público". Nada mais falso... O professor Hespanha responde a esta tese o reconhecimento de que na Idade Média e na Idade Moderna todos os interesses dos vários membros da Sociedade confluiam para um todo harmónico que se enquadrava numa unidade mais vasta, designada por "Bem Comum".

Hespanha contrapõe assim ao dualismo Estado/Sociedade Civil o dualismo Bem Comum("Bonun Commune")/Interesse Público.

Na visão Medieval e Moderna, ao poder não competiria sacrificar os interesses dos privados (Senhores, Conselhos e Corporações) em prol de um suposto superior "Interesse Público", mas concorrer para a sua interharmonização mantendo-os e salvaguardando os seus direitos.

É no conceito de "Estado Centralizador" detentor exclusivo da aplicação do "Interesse Público" que nasce o conceito de "polícia", desconhecido até então e que se traduz como o objecto usado pelo Poder para forçar os membros da Sociedade a sacrificarem os seus particularismos, num reconhecimento implícito da absoluta e insanável contradição entre os interesses particulares e o "Interesse Público", uma contradição que era estranha às mentes medievais, diga-se em abono da verdade.

Hoje em dia, nos meios de comunicação portugueses assistimos frequentemente ao uso e abuso da expressão "forças de bloqueio" entendidas como expressão dos Lobbies e Corporações que recorrem à sua influência na sociedade para bloquearem leis que visam o "interesse público" contraposto às suas perrogativas e privilégios grupais. Entrou assim na consciência colectiva a noção de que as Corporações são algo negativo e corrosivo para o "Bem Comum", o que não corresponde em absoluto à interpretação medieval do conceito e que é preciso fazer renascer para que o Quinto Império seja cumprido.

O original deste Post foi colocado em Movimento Quintano

O episódio Fátinha

Como os meus "camaradas" blogueiros do Espreitador e do Puxapalavra também deixei ferver a minha indignação pela atenção que umas centenas de boçais felgueiros dedicaram à sua corrupta presidente "com obra feita" e com o generoso tempo de antena (sem contrapartida para os restantes candidatos) concedido pelas televisões ao regresso de "Fátinha".

Este episódio, assim como a indisciplina do meio militar, a incontinência dos juízes e o desnorte dos políticos são sintomas de uma nação profundamente doente e em crise. Infelizmente ainda teremos que descer mais para tornar a subir. O episódio Fátinha e a atenção doentia que os Media lhe dedicam reflectem a mesma doença. E esta doença só pode ser uma Esquizofrenia dada a distância que se estabeleceu entre Estado e cidadãos.

Falta uma "Operação Mãos Limpas" à portuguesa que corra com Isaltinos, Fátimas e quejandos e limpe da Justiça os pavões que nela se movem.

Portugal já atravessou crises maiores e sempre sobreviveu. Saberemos dar a volta de novo. Ou não fosse este o país do "Quinto Império" de Vieira e Agostinho...

quarta-feira, setembro 21, 2005

Vomidron

Quem cresceu rodeado por personagens do He-Man e dos Transformers encontra no nome do medicamento Vomidron algum tipo de ressonância... O nome do medicamento faz lembrar um vilão metálico de 14 metros de altura ou um temível mutante de Sirius. Ignoro que escolhe os nomes do medicamentos nas farmacêuticas, mas considero a hipótese de se tratarem de doentes psicóticos em fase terminal. Só assim se explica que tenham escolhido o nome Vomidron para um medicamento que se destina a evitar... O enjôo... Imaginem se todos os medicamentos lhe seguissem o exemplo: merdum, para um medicamento contra a prisão de ventre; mijex, para um medicamento contra infecções urinárias:sarnorex, contra a sarna; caspoum, contra a caspa, quequm, como contraceptivo, etc, etc. as possibilidades são infinitas... Espero que a moda não pegue!

Alquimia I - quadro de Heerschepps

terça-feira, setembro 20, 2005

Vamos manifestarmo-nos a favor da Liberdade!

Num telejornal emitido hoje na SIC Notícias uma esposa de um militar que se prepara para manifestar declarava ao jornalista: "Vamos manifestarmo-nos a favor da Liberdade!".

A favor da Liberdade? Da Liberdade de quem? Onde é que a defesa de alguns privilégios tem algo a ver com a defesa da "Liberdade"? Podem dizer-me que a classe militar recebe menos que a média privada (ainda que o último cendo do INE demonstre que o salário médio da Função Pública é mais alto que o sector privado), e que porque recebe menos tem direito a algumas compensações por regalias e privilégios que estão agora ameaçados. Mas se assim é (e será?) há-que lutar por salários adequados e não pela manutenção de privilégios moralmente dúbios...

O argumento de que os militares "correm risco de vida", e que por isso merecem compensações, é uma falácia... A maioria destes militares que se preparavam para arruar são sargentos e oficiais que têm maior diâmetro de cintura do que de peito e que nunca conheceram um cenário de guerra... Que me digam que os operacionais que partem para o Afeganistão e Bósnia merecem um vencimento excepcional e um seguro de vida generoso, concordo, mas os sargentos barrigudos de Santa Margarida?!...

Sobretudo, espanta-me ver estes "militares de pacotilha" a manifestarem-se contra o Estado pelas suas regaliazínhas... Onde estão os portugueses de outrora que se batiam na Lunda em número de dezenas contra milhares de africanos e os 400 portugueses de Duarte Pacheco que venceram o cerco de Diu contra 50 mil indianos? O que pensariam essas gentes enrigecidas pela guerra e pelo heroísmo destes balofos que exibem os seus ventres protuberantes na praça pública em nome da "Liberdade"?

E se por cada manifestação de uma corporação ofendida surgisse uma contramanifestação do crescente exército de desempregados reclamando "emprego" onde outros reclamam "regalias!"?

Felizmente a hierarquia (quase toda) tem sabido manter a calma e tem apelado à contenção e ao bom exemplo. Veremos se estas palavras colhem e se "disciplina" ainda significa alguma coisa no exército da República...

P.S.: Onde anda o chefe supremo das Forças Armadas? Estranha-se o seu silêncio...

O Bodo dos Manuais

O actual presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara distribuiu hoje pessoalmente por alguns alunos das escolas primárias do Concelho manuais escolares adquiridos com fundos da autarquia e perante a presença de numerosas câmaras de televisão. O acontecimento ocorre a algumas semanas das eleições e tem um evidente significado eleitoral estando pela sua fraca subtileza ao mesmo nível boçal das distribuições de frigoríficos de Valentim Loureiro e Isaltino Morais. Quanto a isto, já dissemos tudo e as próprias televisðes - normalmente tão cegas - já lançaram a dúvida... Mas o que ainda näo foi dito foi que esta medida populista enferma de uma séria injustiça: a Câmara pagou os manuais a TODOS os alunos, não distingindo aqueles que têm posses dos que não têm, ou seja, malbaratou preciosos e escassos recursos nos alunos de classe média e alta do Concelho que frequentam escolas públicas e ao fazê-lo desperdiçou recursos que são muitos necessários nas numerosas comunidades menos abastadas de Sintra e dos subúrbios de Lisboa... Na cegueira eleitoral de mostrar um bodo aos pobres,, gastou 400 mil euros sem critério e quem pagou?... Todos nós, de novo...

Uma maneira gratuita de fazer Backups ao Blogue



Já gastou inúmeras horas a escrever Posts para o seu Blogue e gostaria de ter um backup dos mesmos? Se sabe alguma coisa de informática conhece a importância de manter uma cópia de segurança dos dados.

A solução existe e é gratuita. Trata-se do WinHTTrack Website Copier. Com esta simples aplicação pode criar um projecto com o nome do seu Blogue:



Depois, clique em "Seguinte" e seleccione a opção por defeito, que será "Update Existing Download" se já tiver antes feito uma cópia de segurança do Blogue ou "Download Web Site(s)" se este fôr a primeira cópia criada.

E pronto! Já pode dormir descansado!

A visão do Médio Oriente segundo Bush

segunda-feira, setembro 19, 2005

Vieira e o "Menino envolto em Luz"

"História de António Vieira" p.18
J. Lúcio de Azevedo

Clássica Editora

"Mandado à aldeia sem guia, perdeu-se (Vieira) no caminho e, muitto entrada a noite, achava pela frente um rio, o Joanes, ou algum dos confluentes que ao sul e oeste defendem o passo para a povoação (aldeia do Espírito Santo). Não vendo meio de transpôr o obstáculo, pensou em retroceder, mas atemorixzava-o a treva, e o dificultoso de buscar nela o trilho incerto da mata. Como só recurso encomendou-se ao anjo da guarda, e com poucas passadas, eis lhe salta da escuridão um menino envolto em luz: era ele que baixava a acudir-lhe, e então caminhando adiante o conduziu aldeia onde, chegados, desapareceu."

O Brasil português era provavelmente um dos locais mais supersticiosos do mundo, e coexistiam aqui uma miríade de cultos africanos e uma densa e complexa mitologia dos indios brasileiros conjuntamente com o intenso fervor católico de Vieira. Mas querer atribuir a Vieira o fervor suficiente para o fazer inventar uma visão - como sugere Lúcio de Azevedo - é procurar em Vieira um tipo de fanatismo ou de falsidade que nele nunca existiram.

Esta visão do "menino envolto em luz" ocorreu verdadeiramente e nas circunstâncias em que Vieira descreveria mais tarde o evento. É impossível determinar exactamente o que se passou, mas acreditamos que alguma presença entendeu que não fora ainda cumprido o destino de Vieira e decidiu intervir. Um enviado do Futuro (o jesuíta escreveria uma "História do Futuro"), uma entidade sobrehumana. Fosse o que fosse, salvou António Vieira e permitiu assim que o padre produzisse mais tarde os pensamentos que haveriam depois de alumiar o futuro de Portugal.

Uma cópia deste Post foi colocada em Movimento Quintano

domingo, setembro 18, 2005

O empate alemão que empata a Europa

O empate técnico entre a CDU e o SPD nas eleições legislativas alemães está carregado de significado. As políticas do actual chanceler conduziram a Alemanha a 5 milhões de desempregados e à crise económica mais grave dos pós-guerra, enquanto as grandes empresas alemãs como a VW, a BMW e a Siemens multiplicam sem cessar os seus lucros.

Os eleitores alemães estão receosos quanto ao seu futuro e sabem que as políticas de Schroeder não serão capazes de alterar substancialmente o estado de coisas, mas também sabem que a versão ainda mais conservadora dessas políticas proposta pela CDU lhes será ainda mais prejudicial, ainda que possa entregar ainda mais lucros a essas tão anafadas empresas.

Colocados entre duas alternativas semelhantes, dispersaram-se entre as duas, sem escolherem decisivamente nenhuma e receando ainda votar muito à direita ou muito à esquerda.

O governo alemão que sair daqui será muito provavelmente um governo fraco, incapaz de se impôr às forças destruidoras da globalização e da redução dos direitos humanos e sociais na Europa. Se o governo do SPD deixou a Alemanha entrar em crise, o governo seguinte não fará mais do que continuar a gerir esta crise, sendo incapaz de a resolver.

Os resultados revelam que os eleitores alemães ainda não estão preparados (como os portugueses) para chutarem esta classe política do "pensamento único" para a pocilga onde mentalmente chafurdam já à muito tempo. Enquanto isso não acontecer a Europa não deixará de perder influência no Mundo e os Bushistas ultracristãos enviarão os seus exércitos para todo o lado sem quem quer se seja capaz de os levar à razão.

Sobre a candidatura presidencial de José Maria Martins

José Maria Martins é um candidato que extravasa o caduco sistema partidário português (a precisar de uma sacudidela à italiana ou à alemã), e esse é o maior (único?) mérito da sua candidatura.

Mas será que ele sabe que o cargo de PR é meramente decorativo? Que não tem poder efectivo quando diz: "O Presidente da República não pode ser um corta fitas, não pode ser um monarca que de vez em quando passeia numa "presidência aberta" numa determinada região de Portugal." Não pode ser, mas é, depois das revisões apadrinhadas por Soares e Sampaio, ficou reduzido a esse papel formal.

A demissão de Santana foi uma excepção, feita sobre o limite da Lei e sujeite a uma interpretação polémica e discutível. Mas se demitir um PM soberanamente e unanimente incompetente como Santana foi agir no limite, isso só prova que nosso sistema semipresidencial o "semi" devia ser substituído por "nulo", dando "sistema nulopresidencial".

A candidatura não é a reviravolta de que o sistema político português carece, uma vez que esa terá que passar pela extinção dos dois grandes responsáveis pela situação em que nos encontramos e que são o PS e o PSD, que têm partilhado o pode entre si desde 1975 com o resultado que se conhece.

A contradição do sistema económico globalista

Assistimos um pouco pot todo o mundo desenvolvido a um estranho fenómeno contraditório: por um lado mas multinacionais e as grandes empresas (bancos e seguradoras, sobretudo), aumentam os seus lucros, atingindo ano após ano lucros record. Simultaneamente, os indicadores económicos estagnam ou entram em recessão, os governos aproximam-se da bancarrota, o número de desempregados e os níveis e qualidade de vida descem sem parar enquanto se adensa a pressão para que desçam ainda mais.

Para quem vive no Ocidente, as perspectivas são muito más. A qualidade de vida degrada-se cada vez mais e a incerteza quanto ao futuro é crescente. Os Media - detidos pelos grandes grupos económicos - papagueiam o "pensamento único" neoliberal e conservador e contribuem para que se instaure nas populações a convicção de que a crise europeia e ocidental é culpa dos seus "altos salários e regalias sociais". O modelo do "estado minímo" irlandês e norte americano torna-se incontornável à medida que os limites do Pacto de Estabilidade se impoêm e que a pressão para a descida dos impostos sobre os lucros aumentam, seguindo o exemplo dos países do Leste e dos EUA.

Pouco a pouco, os imensos e esgamadores poderes da Globalização estendem-se por toda a Europa, devorando todas as conquistas que os seres humanos conseguiram desde o século XVIII. Mas este é um movimento autofágico...

Os teóricos do modelo globalizante esquecem que este dependem da existência de largas camadas de consumidores endinheirados e aptos a comprarem os produtos que o sistema se esforça por produzir no Oriente e no Leste a custos de mão-de-obra próximos da escravatura. Quando o sistema despedir o último alemão ou françês, quem vai comprar o mais moderno leitor de DVDs ou o mais recente écran de plasma? O indiano de Bangalore que mal ganha para alimentar a sua família? Ou o vietnamita esfaimado contando todos os meses o magro salário que a Nike lhe concede? Construído como está, o sistema irá provocar a mesma crise de sobreprodução de 1924, a menos que os trabalhadores explorados do Leste e do Oriente consigam forçar os seus empregadores a aumentarem os seus salários, tornando-os também consumidores dos mesmos produtos que fabricam, mas existirão sinais de que isso está prestes a acontecer?... Receio que não.

É claro que estes teóricos - que se pavoneiam tanto nas nossas TVs - não conseguem pensar nestes termos... É que hoje só se planeia e pensa a curto prazo e esta realidade só se torna evidente a médio e longo prazo.

O Metropolitano de Lisboa traduzido para inglês

sexta-feira, setembro 16, 2005

Sem palavras...

A Frota

Segundo notícia do Público: "A comissão para o estudo dos meios aéreos para o combate a incêndios florestais propôs ao Governo a constituição, por aluguer e/ou aquisição, de uma frota de 48 aeronaves, sendo 30 helicópteros e 18 aviões".

Portugal tem nos últimos anos pago várias frotas de 48 aparelhos às empresas que nos alugam essas aeronaves em regime de outsourcing.

Existem três opções para a gestão desta frota:
a) É entregue à Força Aérea e forma nela um novo ramo autónomo
b) É entregue ao Serviço Nacional de Bombeiros
c) É formada uma Empresa Pública para gerir estes meios

De todas a 1ª e a 3ª parecem-me mais razoáveis, a 1ª porque a FA tem a vocação para este tipo de missões, e a 3ª porque essa empresa poderia alugar esses meios a Marrocos e a Espanha quando estes necessitassem destes meios. Além de que a gestão seria financeiramente mais eficiente do que pelo SNB ou pela FA... Os quais, especialmente o primeiro, têm demonstrado uma muito discutível capacidade para gerir os meios de combate a incêndios (porque é que nos dias em que lavravam 74 incêndios em Portugal só estavam em actividade 4000 dos 30 mil bombeiros portugueses?).

Manter tudo como está, só serve para esvaziar os cofres do Estado e para encher o de umas dezenas de empresas parasitas. Em tempos de "vacas magras" todas as despesas devem ser reavaliadas e já não é sem tempo que se repensa a política de combate a incêndios a Portugal.

Esperemos que Sócrates não desapareça novamente no Quénia antes de aplicar esta recomendação...

Porque é o governos nada fazem para parar a alta de preços do petróleo?

Quem esteja mais atento às notícias pode já ter reparado na estranha inconsistência que existe entre o mutismo dos governos e a constante e especulativa alta de preços do petróleo... Os economistas - esses mestres de certezas da ciência mais incerta que existe - alertam para o risco de uma Depressão mundial comparável à de 1924 se os preços do barril de petróleo não pararem de subir, as economias estagnam, os níveis de desemprego não param de subir e - apesar disso tudo - continuamos a ter economias assentes no petróleo como fonte energética predominante e não se conhecem decisões governamentais sérias, sistemáticas e globais para libertar o mundo dessa dependência doentia. Porquê?

Porque existe uma excelente razão para que os governos mantenham um Status Quo que lhes é favorável... Apesar da crise económica que provoca a alta de preços do barril representa para os governos uma importante fonte de rendimentos! Com efeito, o chamado "imposto sobre os produtos petrolíferos" é percentual sobre o preço base e logo quanto mais alto este fôr, mais imposto arrecadam os governos... Por isso é que não existem incentivos fiscais significativos na compra de veículos automóveis eléctricos ou de células de combustível, por isso é que os governos não baixam o imposto para reduzirem o impacte económico da Alta, por isso é que não se conhecem grandes projectos europeus de investigação aplicada neste campo, por isso é que ninguem incomoda os especuladores e as gasolineiras e os seus lucros faraónicos e galopan esetc, etc...

Em época de aperto orçamental - com as draconianas e absurdas regras o Pacto de Estabilidade - todos os impostos são bem vindos e a economia, o desemprego e o em estar dos cidadãos que se dane!

quinta-feira, setembro 15, 2005

Ainda mexem!


Fotografia tirada pela câmara de alta definição do rover marciano "Oportunity" no planalto de Meridiani onde surge os traços das rodas do próprio Rover.

O rover "Oportunity" e o seu gémeo "Spirit" activos em Marte depois de terem sido à muito esgotados todos os prazos limite de funcionamento (495 e 515 dias, respectivamente) são conjuntamente com o sonda europeia Mars Express dos projectos marcianos mais bem sucedidos de sempre.

O sucesso deste trio prepara terreno para uma missão tripulada que a humanidade deve conduzir a Marte nos próximos 50 anos e que foi uma promessa da administração Bush. Veremos se será capaz de a cumprir e de reunir esforços com outros países (Rússia, China, Índia e Europa) para financiar e organizar um dos empreendimentos mais importantes da História do Homem na Terra...

Fim do "reposting"...

...terminei a recuperação dos Posts antigos (salvos In Extremis) do grunho e que agora estão também disponíveis através do oGrunho. Daqui em diante prosseguirei com a normal publicação de Posts neste Blogue.

Parte 5: Os Descobrimentos Portugueses: Teses sobre a Conquista de Ceuta

Tese Tradicional sobre a Conquista de Ceuta

Desde Zurara e até à "Monarquia Lusitana" que se defendia que a ida a Ceuta resultara da necessidade de armar cavaleiros os filhos de Dom João I. Era a chamada Tese da Cavalaria.

Esta tese, conhecida como "tradicional", sobreviveu até aos nossos dias na versão melhorada de Oliveira Martins, descrita no seu livro: "Os Filhos de Dom João I".


Tese de António Sérgio sobre a Conquista de Ceuta


No "Ensaio de Interpretação Não-romântica do Texto de Azurara".
O ensaio é antes do mais uma reacção à obra "Os Filhos de Dom João I". Este enaltecimento da História leva ao engrandecimento da figura do Infante Dom Henrique, de "sangue celta" (Oliveira Martins julga ter encontrado no Infante o autor do projecto).

Embora António Sérgio se oponha a Oliveira Martins no tocante à sua visão romântica, admite contudo que Ceuta marca o começo do processo de Expansão. António Sérgio defende uma tese económica e burguesa, uma posição que pretendeu esvaziar a ida a Ceuta de todo o seu pendor nacionalista. Para o autor, a viagem a Ceuta resulta do projecto de um grupo social, a Burguesia, representada por João Afonso, o intermediário entre os Infantes e os Burgueses. A Burguesia pretenderia alcançar as rotas comerciais do Oriente. António Sérgio diz que não precisou de ler a Crónica de Zurara, visto que nela não encontraria as informações de ordem económica que julgava determinarem a conquista da cidade.

O autor julgava que Ceuta era o ponto de chegada a Marrocos da rota que levava, desde o Oriente, o ouro e as especiarias ao norte de África. Escreveria igualmente que Ceuta se encontrava numa zona rica em cereais.

Continuando o seu raciocínio, encontra em Dom João I, o monarca de:
uma Revolução, de uma Revolução Burguesa. A mesma burguesia que financiaria a expedição...



Tese de David Lopes sobre a Conquista de Ceuta


A tese de David Lopes surgiu essencialmente como uma resposta à posição manifestada por António Sérgio. Apesar disso, começa por criticar Oliveira Martins:
No prefácio do "Que Fomos Nós Fazer a Marrocos?" (1924): David Lopes defende que Ceuta não sendo um centro cerealífero, deveria ter sido preterida por uma cidade inserida numa das regiões cerealíferas marroquinas, se essa fosse a principal motivação da conquista.
A tese deste autor é principalmente, uma Tese Política:
A conquista de Ceuta dificultaria a actividade do corso muçulmano nas nossas costas.

É também uma Tese Religiosa: Uma vez que se tratava de um ataque aos muçulmanos, inimigos da Fé Cristã. E, finalmente, é igualmente uma Tese Geo-estratégica: Porque a sua conquista enfraqueceria o Reino muçulmano peninsular de Granada.


Tese de António Borges Coelho sobre a Conquista de Ceuta


António Borges Coelho baseia a sua tese na chamada "Carta do Pão" de 1414, nesta se diz que "Ceuta era um sorvedouro de homens e dinheiro". Alguns historiadores contrapõe que Pedro de Menezes teria regressado de Ceuta rico, mas a verdade é que esta riqueza se devia não ao comércio mas ao resultado da pilhagem nos arredores da praça forte.

Em suma, A. Borges Coelho diz que a Burguesia foi o primeiro motor da conquista, mas seria a Nobreza a recolher os únicos lucros.

Por fim, para o historiador a conquista de Ceuta não teria resultado num desastre económico. Essa noção teria sido induzida pela Nobreza para impedir o crescimento e implantação da burguesia na praça marroquina.

Parte 24: A Escrita Cónia: O Culto do Touro

São frequentes as representações de personagens com capacetes de cornos, de cabeças de touro, ou de outros elementos directamente relacionáveis com o touro. Temos provas físicas deste culto entre os cónios na necrópole de Fonte Santa (Ourique) onde não longe do Túmulo VIII Caetano Beirão encontrou uma máscara de cerâmica em forma de uma cabeça de touro, que se destinava obviamente a ser utilizada num ritual hoje desconhecido. Também no Túmulo IX de uma outra necrópole, desta feita a de Keition (Alcácer do Sal) Virgílio Correia descobriu associados a alguns enterramentos da II Idade do Ferro pequenos bovinos em argila. Não é impossível estarmos aqui perante uma influência oriental, trazida até à Península através de contactos comerciais. De facto, este elemento é comum na civilização micénica, na Idade do Bronze cipriota. Também os soldados do Império Hitita são representados com estes capacetes no alto relevo de Ramsés II que comemora a sua vitória na batalha de Kadesh. Aliás, já Diodoro Sículo mencionava que o Culto dos Touros era comum entre os Iberos, algo a que Estrabão alude indirectamente na sua descrição do mito do roubo dos touros de Geryon por Herakles. Na Irlanda e em Inglaterra, a cabeça de touro era utilizada como um símbolo de adoração divina.

Parte 24: A Escrita Cónia: Divindades Guerreiras

Seguindo ainda atentamente o trabalho de Varela Gomes, citamos mais uma passagem do seu artigo “Testemunhos iconográficos na Proto-história do sul de Portugal: smiting gods ou deuses ameaçadores”: “Foi possível atribuirmos, através da observação da sequência estratigráfica, técnica e estilística, à Idade do Bronze Final, uma cena pintada existente no Abrigo Pinho Monteiro. Este, situa-se nos contrafortes da serra de São Mamede, perto da Aldeia da Esperança, no concelho de Arronches (Portalegre)”.

“A cena que nos propomos agora tratar, e para a qual não detectamos nenhum contexto material, é constituída por dois antropomorfos. Um oferece corpo quase bitriangular, braços caídos e pernas dispostas em V invertido, encontra-se sobre o dorso de um quadrúpede esquemático e tem na cabeça um gorro ou tiara cónica. A parte inferior do corpo e metade das pernas parecem cobertas por um saiote. A identificação do quadrúpede é dado o seu grau de esquematismo, difícil de concretizar. Pois poder-se-á tratar de um equídeo controlado pelo antropomorfo através de uma rédea que este quase agarraria na mão esquerda, ou, antes, de um touro, cuja armação seria representada com certo grau de perspectiva, interpretação para a qual mais nos inclinamos. À esquerda, e pintado da mesma cor mas um pouco mais acima, encontra-se o segundo antropomorfo, ostenta na cabeça o que julgamos ser a representação de um capacete de cornos e, na mão esquerda, segura um bastão. Encontramo-nos, por certo, perante uma figuração de carácter guerreiro.”

Apesar do carácter pacífico dos povoamentos cónios, um carácter que podemos deduzir a partir da ausência de muralhas ou de qualquer outra estrutura defensiva, o certo é que são frequentes a referências a guerreiros entre os vestígios cónios, como aquelas que Varela Gomes descobriu. Não se tratando de uma sociedade guerreira, quem serão então essas personagens? Líderes tribais? Heróis míticos? Divindades Guerreiras? É difícil saber. Podem ser vestígios de uma época de transição, de uma época em que a ameaça dos invasores célticos vindos da Meseta se começava a fazer sentir, o que explicaria a aparição de homens armados no seio de uma sociedade que não protegia as suas povoações. À parte esta questão, a presença do touro, aliás muito comum noutros locais arqueológicos do sul de Portugal, indica a existência de um culto contínuo desde o Neolítico.

Parte 23: A Escrita Cónia: Deusa Salutífera, uma Deusa-Mãe

A confirmada presença fenícia não pode ter deixado de influência a religião das populações indígenas. O arqueólogo Mário Varela Gomes pode ter encontrado vestígios dessas influências em Garvão, conforme escreveria: “enorme depósito votivo secundário indica ter existido em Garvão (Ourique). Neste local prestava-se culto a uma divindade feminina do tipo da Tanit cartaginesa, senhora da luz, da felicidade, mas também da morte e da regeneração a quem se ofereciam ex-votos, alguns anatómicos, em ouro e prata, além de peças coroplásticas e grande quantidade de recipientes com diversas formas e funções.” Mas aquilo que pode indicar essa influência semítica é negado por se tratar de um santuário “céltico” e pelas características demasiado genéricas da divindade cultuada. A influência fenícia no sistema religioso cónio não parece ter sido sensível, algo que deve ter resultado da quase inexistência de mercadores fenícios no nosso território. Esta “Tanit” estará certamente ligada por laços genéticos ao culto neolítico da Deusa-Mãe, comum aos povos megalíticos que abundantes vestígios deixaram no sul de Portugal. Dada a aparente continuidade entre estes povos neolíticos e os cónios, e mantendo a negação do carácter exógeno da origem dos cónios – como as provas arqueológicas parecem indicar – é altamente provável que exista algum tipo de culto a uma divindade feminina testemunhado nas estelas inscritas cónias, um pormenor a que estaremos particularmente atentos na nossa tentativa de tradução.

Parte 5: Os Descobrimentos Portugueses: Crónica de Dom João I, de Fernão Lopes (resumo do conteúdo dos capítulos referentes à tomada de Ceuta)

* Descreve a primeira combinação sobre os termos da trégua entre portugueses e castelhanos.

* Menciona as cláusulas das tréguas entre Portugal e Espanha:
Pazes Simples, ou seja, Dom João I queria assinar as pazes com Castela. Dom João I diz querer "lavar as mãos sujas de sangue cristão" auxiliando Castela na conquista de Granada. Ora os negociadores castelhanos querem que isso conste no tratado, o que implicava que Portugal ficava subordinado a Castela, visto que lhe prestava Serviço Militar. Dom João não podia concordar com um arranjo desta ordem.

* Surge uma nova sugestão dos portugueses em retomar a luta contra os mouros.

* Refere-se o problema das galés preparadas para auxiliar Castela contra os mouros: No decurso das negociações tinha ficado estipulado que Portugal auxiliaria Castela se esta o requeresse. É no decurso deste problema que Dom João I começa a preparar uma armada. Como esse pedido expresso não surge, Dom João I acabará por decidir empregá-la para outro fim: A Tomada de Ceuta.

* A questão com Castela é resolvida com o Tratado de Paz Definitiva de 1411, após o que o rei começa a preparar a armada (1409-10).

Parte 22: A Escrita Cónia: O Cão

No começo do período neolítico as populações Magdelenenses da zona do Mar Báltico introduziram a domesticação do cão. Esta domesticação foi importante para o aumento do sucesso da caçador, que agora podia contar com um aliado com um olfacto muito desenvolvido e um elevado grau de mobilidade. Donald Mackenzie acreditava que a este papel deveria corresponder um forte papel religioso, se não entre os Magdelenenses, pelo menos entre os Cro-Magnons.

São comuns os exemplos de adoração do cão nas religiões. No Antigo Egipto, temos Anubis, o protector e guia das almas dos Mortos no Além; também Apuatua, outra divindade egípcia era outro deus-cão. Entre os hindus, Yama, deus dos mortos e Dharma, deus da Justiça, eram deuses com aspecto canídeo. Na complexa mitologia grega, o cão era o guardião do Inferno que Hércules devia vencer. Na mitologia celta, Cuchulin, mata o cão que guarda as portas do Inferno e toma o seu lugar, aliás daqui deriva o seu próprio nome Cu (cão) de Culann. Na Escócia o povo venera ainda hoje as “pedras cão”.

Todos estes vestígios representam uma sobrevivência neolítica do culto do Cão, o facto de terem em comum o seu carácter infernal não deve ser ignorado. A sua presença nas estelas descobertas em território nacional e datadas da Idade do Bronze indica que manteve entre os nossos antepassados o mesmo sentido.

Movimento 560

O Proteccionismo está de volta e cada vez com maior vigor à medida que as fragilidades e desigualdades da Globalização se forem impondo.

Visite o site do http://560.adamastor.org/informacoes.html"

No nosso lado, a adesão é total: sempre que compramos algo procuramos sempre produtos nacionais, ainda que mais caros ou que não tenham exactamente as características que procurávamos.

Lembrem-se: Comprar produtos portugueses é dar emprego a portugueses, e um desses portugueses pode ser voçê!

Parte 22: A Escrita Cónia: Divindades adoradas pelos Cónios: Influências Exteriores

É um exercício particularmente difícil reconstruir a Civilização Cónia e, particularmente, o seu sistema religioso. Mas sendo as estelas cónias monumentos funerários e, consequentemente, de teor religioso este é um exercício indispensável.

A adopção do culto de divindades salutíferas romanas, de que Esculápio constitui o melhor, pode ser um indicador de que já preexistia nas populações a predisposição a cultos deste género, ou mesmo cultos semelhantes que foram absorvidos e “latinizados”. Testemunho deste processo pode ser o tempo de Esculápio de Mirobriga (Baixo Alentejo) e a estátua deste médico divinizado descoberta em Serpa.

Não existem sinais suficientes para nos permitir defender a continuidade de um culto à Deusa-Mãe desde a época neolítica. É certo que alguns vestígios arqueológicos indiciam a sobrevivência de cultos a divindades femininas na Idade do Ferro do Sul, como se depreende dos “dois brincos de orelha, lunulares e terminados com duas pequenas esferas de ouro, na lúnula estão soldadas 14 pequenas cabeças femininas representando talvez Hathor, Astarté ou Aphrodite” que o Caetano Beirão descobriu no Tesouro do Gaio, em Sines.

Como dissemos, a reconstrução do sistema religioso cónio é, sem dúvida, um exercício particularmente difícil. Desde logo escasseiam os vestígios arqueológicos, os monumentais estão completamente ausentes e as fontes escritas ou estão por traduzir, ou escasseiam entre os autores clássicos. Existem contudo alguns elementos disponíveis que podem ser utilizados para tentar uma reconstrução parcial das crenças dessas populações do sul do actual território português.

Os Sangramentos Nasais: O que fazer e Como Evitar

1. A pessoa deve estar sentado ou parada, sem inclinar a cabeça para trás, se o fizer isso fará com que o sangue desca pela garganta dando a falsa impressão de ter parado o sangramento, o que na realidade, não aconteceu.

2. Limpe o nariz sem introduzir nada dentro das fossas nasais

3. Pressione firmemente com o polegar e os restantes dedos as narinas, como se estivesse a fechar o nariz perante um cheiro desagradável. Mantenha esta pressão por 5 minutos.

4. Mantenha a cabeça acima do nível do coração, sentado ou parado.

5. Pode aplicar gelo (envolto num pano) durante 3 ou 6 minutos, mas não mais.
6. Coloque um algodão húmido com o tamanho do dedo mínimo na fossa nasal e faça novamente pressão por 5 minutos.
7. Se ainda assim o sangramento persistir, leve o doente ao médico.

Para prevenir novos episódios:
a) Não se deve assoar violetamente nem introduzia nada no nariz. Para o limpar use soro.
b) Evite esforços ou actividades físicas intensas.
c) Por vezes, o médico recomenda a instalação de um humidificador do ar para combater o ar seco, uma das causas mais frequentes para sangramentos nasais. Noutras ocasiões a aplicação de vaselina no interior do nariz antes de deitar. Também é frequente o uso de uma solução salina com a mesma finalidade.

A situação reveste-se de relativa normalidade, mas deve ser reportada ao um médico se:
a) O sangramento não parar
b) Se é frequente
c) Se o paciente se sentir débil ou desmaiar
d) Se o sangramento fôr pela garganta e não pelo nariz


Fontes:
http://www.mipediatra.com.mx/infantil/epistaxi.htm
http://portal.ua.pt/projectos/mermaid/hemorragias.htm#hnasal
http://kidshealth.org/teen/en_espanol/cuerpo/nosebleeds_esp.html

Parte 21: A Escrita Cónia: Sobrevivência das populações cónias na actual população portuguesa

Não é possível que a etnia que durante séculos habitou todo o sul do território português tenha desaparecido sem deixar na genética da actual população portuguesa qualquer vestígio. A inferior densidade demográfica que sempre caracterizou os territórios a sul do Tejo é um testemunho bastante elucidativo da inexistência de grandes invasões, com massas demográficas esmagadoras que tenham massacrado ou absorvido completamente as populações locais. Fenícios e gregos, embora tenham estado nesta região, nunca a colonizaram e a sua presença limitou-se a umas dezenas de indivíduos isolados nas feitorias costeiras, sem penetrações significativas ou permanentes no interior. Mais tarde, os romanos haveriam de apreciar esta região, construindo aqui várias villas e cidades na confluência de rotas comerciais terrestres, quase sempre sobre ou nos arredores de povoados indígenas, mas também com Roma, não houve uma verdadeira colonização, nem tão pouco haveria com os invasores muçulmanos. Sabe-se que os iemenitas, árabes e sírios ocupavam nas hostes muçulmanas posições de destaque, posições que também desempenhariam nas cidades islâmicas até à época da Reconquista Cristã. Mas estas etnias eram largamente minoritárias junto dos invasores muçulmanos, sendo que a sua esmagadora maioria era formada por populações berberes do Marrocos e da Argélia actuais. Estas populações norte-africanas, que se viriam a misturar facilmente com as populações indígenas eram oriundas da mesma matriz étnica dos indígenas, razão pela qual a sua integração seria tão fácil e natural. Mas todos estes invasores não destruíram significativamente a matriz étnica local e é essa que é possível ainda hoje observar em Alcácer do Sal.

Data de 1956 a publicação de um curioso estudo: “Mulatos no Concelho de Alcácer do Sal - subsídios para definição étnica das gentes do vale do Sado” da autoria de Manuel Gaio Tavares de Almeida. Neste texto, o autor escrevia assim: “Segundo me parece e pude depreender dos documentos consultados, os 'carapinhas do Sado' são o resíduo de uma raça oriunda de África que, não tendo representado, em épocas passadas, qualquer influência de ordem sociológica ou considerável peso demográfico mas apenas algum valor de ordem económica, vem em tempos modernos, por ironia do destino, a revestir-se de particular interesse". E ainda: "Na verdade, por muito estranho que possa parecer, este núcleo de gente teve já certa relevância internacional, prendendo não só as atenções mas chegando a ser usado como argumento nas teses de certos doutrinados racistas que não perderam a oportunidade de apontar a chamada 'zona negra do Sado' como índice e justificação plausível da tese da origem negróide dos portugueses” Nesta raça – e que tem exemplos na minha própria família – sobreviveria ainda hoje um traço desta população pré-indoeuropeia. Algo que, aliás, já o conhecido historiador Oliveira Martins havia defendido na sua “História da Civilização Ibérica” ao encontrar nos Cabilas da Argélia a matriz étnica original dos portugueses. Admitindo a tese deste historiador, os chamados “carapinhas do Sado” seriam os últimos sobreviventes destas populações indígenas, sobrevivendo através de milénios de invasões sucessivas vindas do norte, leste e sul, que, não sem haverem sofrido cruzamentos étnicos, haviam ainda mantido alguns traços distintivos originais e tipicamente africanos, tais como a tez escura da sua pele e o cabelo encarapinhado que caracteriza as populações africanas. É claro que a tese africana da origem dos portugueses colide que as teses que pretenderam fazer de nós povos celtas ou “arianos” (Leite de Vasconcelos) ou ainda povos semitas (Moisés Espírito Santo). A tese “africana” colhe contudo fortes argumentos da arqueologia pré-histórica do nosso território e até na genética (Cavalli-Sforza) e confere em absoluto com este estranho fenómeno étnico que são os “carapinhas do Sado”.

Com efeito, C. Sforza afirma no seu basilar livro “The History and Geography of Human Genes” que se uma língua pode desaparecer em apenas três gerações, geralmente em consequência de uma invasão em que um grupo numericamente reduzido de guerreiros impõe a sua cultura e língua às massas dominadas; esse grupo minoritário não pode fazer desaparecer os genes do grupo majoritário e estes podem ser observador durante dezenas de milhares de anos, muito para além da data máxima de sobrevivência de qualquer língua humana.

A tabela que Cavalli-Sforza apresenta sob o número 2.3.1.A “Genetic Distances between the 42 Populations” uma reveladora tabela que apresenta numerosos dados sobre as distâncias genéticas entre povos tão diversos como os Bantu e os Esquimós. Aqui, interessam-nos sobretudo os berberes, os bascos, os sardos, os gregos e os italianos. Todos estes povos são provavelmente testemunhos modernos da existência do Substrato Mediterrâneo resultante das migrações paleolíticas dos Capsenses. Não nos interessando todos os dados desta tabela, apresentemos somente aqueles que respeitam ao nosso tema:

População: Populações que lhe são próximas:
Berberes Ingleses (44); Dinamarqueses (61); Italianos (51); Gregos (69)
Bascos Ingleses (21); Dinamarqueses (34); Gregos (50); Sardos (55)
Sardos Gregos (30); Italianos (35); Ingleses (59); Dinamarqueses (61)
Gregos Italianos (34); Iranianos (70)
Italianos Ingleses (51); Dinamarqueses (72); Gregos (77)

Na tabela 2.3.1.B, Cavalli-Sforza apresenta ainda dados genéticos complementares da tabela 2.3.1.A:

População: Populações que lhe são próximas:
Berberes Ingleses (8); Italianos (9); Bascos (10); Dinamarqueses (10); Gregos (12); Iranianos (14)
Bascos Italianos (4); Ingleses (4); Dinamarqueses (6); Gregos (8); Sardos (11)
Sardos Gregos (5); Italianos (10); Ingleses (14); Dinamarqueses (14)
Italianos Ingleses (11), Dinamarqueses (13); Gregos (13)

Destes dados genéticos se pode concluir da efectiva proximidade entre estas populações mediterrâneas, nomeadamente entre Berberes, Italianos, Gregos e Sardos. Aqui também se observa um fenómeno que pode parecer estranho a quem conheça a posição de distanciamento tipológico entre os bascos e as demais populações europeias e que é a apresentação de proximidades entre estes e dinamarqueses e ingleses, algo que contudo pode ser explicado por serem todas elas populações periféricas, habitando ou em ilhas (locais onde a pureza genética resiste com mais intensidade às vagas de invasores). A proximidade constatada entre Berberes e Ingleses oferece alguma força às teses de Lewis Spence e à tese da origem mediterrânea comum quando se observa a sua proximidade em relação a gregos e italianos.

Os Problemas da Energia Eólica

Agora que o governo Sócrates parece ter eleito a Energia Eólica como a grande aposta em energia alternativas importa talvez indicar que esta não é contudo completamente isenta de defeitos (como tudo na vida, suponho...) uma vez que não faltam artigos e fontes jornalísticas diversas que apregoam as suas virtudes:

a) A produção energética por unidade é baixa.

b) Existem grandes variações na produção de energia, dado que a fonte enérgica tem intensidade variável. Frequentemente estas variações não coincidem com as variações do consumo e logo, necessariamente, é necessária a construção de sistemas de baterias que permitam responder por estes desfasamentos

c) Somente alguns locais são adequados à instalação de geradores, nomeadamente aqueles onde a velocidade do vento é suficiente para alimentar as pás dos gerados durante a maioria do ano.

d) Os locais onde se constroem os geradores não devem ser habitados, dado que a rotação das pás interfere com transmissões de televisão, rádio e telemóveis.

e) Uma falha mecânica com um gerador - nomeadamente com pás que saltam dos eixos - podem ser perigosos, provocando mortos e feridos (se a construção do gerador violar a regra citada em d)) ou danos nos outros geradores.

f) Existe algum impacte junto do meio natural, nomeadamente resultante da necessidade de abrir clareiras para construir o parque eólico, as suas instalações de apoio e os acessos, e os riscos aos pássaros que podem pertencer a espécies protegidas.

Argumentos contra e a favor do uso da energia nuclear

PRO:
1. No Japão, onde a Energia Nuclear fornece 27% das necessidades energéticas do país, novas centrais estão a ser construídas ao ritmo mais alto do mundo.
CONTRA:
1. Na Suécia, onde a Energia Nuclear fornece 42% do total das necessidades energéticas, um Referendo Nacional ordenou o encerramento de todas as centrais do país.


PRO
2. A Energia Nuclear é uma das formas menos dispendiosa (custo por KW) de produzir energia eléctrica.
CONTRA
2. Entre 1971 e 1985 o custo de construir uma nova central nos EUA aumentou seis vezes (mais sistemas redundantes e de segurança)

PRO:
3. Os riscos de acidentes nucleares foi actualmente reduzido para um nível de probabilidade muito baixo.
CONTRA
3. Um acidente com uma Central Nuclear pode custar 50.000 mil mortos e 314 biliões de USDs em danos à propriedade "Atomic Industrial Forum, Inc., 1988"

PRO
4. O relativamente pequeno volume dos resíduos produzidos torna-os facilmente monitorizáveis e controláveis.
CONTRA
4. Ainda não existe tecnologia para eliminar todos os resíduos nucleares e o seu armazenamento a muito longo prazo não pode ser garantido.

PRO
5. Nos EUA, não existem relatos comprovados de problemas clínicos em trabalhadores de Centrais decorrentes do seu trabalho nestes locais.
CONTRA
5. Esta omissão pode resultar do facto dos danos das radiações serem geralmente provocados a longo prazo e do estabelecimento díficil de relação entre os mecanismos de causa e efeito.


Pode ler o original aqui

Parte 4: Os Descobrimentos Portugueses: Os Primeiros Tempos Após a Conquista de Ceuta

Alexandre Lobato expressa a sua opinião sobre o assunto na sua obra "A Vida Quotidiana em Ceuta depois da Conquista":

Esta obra pretende ser um resumo da pesada e pouco acessível "Crónica de Dom Pedro de Menezes".

Neste seu livro o autor mostra como Ceuta foi um acto de cavalaria, com motivações:
-> Religiosas;
-> Sociais;
-> Políticas e
-> Económicas.

A conquista de Ceuta seria o resultado de uma mentalidade e só pelo estudo da mentalidade do século XIV é que se poderia alcançar a compreensão sobre as motivações da expedição.

Nesta obra vê-se como desde a sua conquista e até 1640 nunca a guarnição teve um período de paz duradoura:

A primeira escaramuça série verifica-se logo no primeiro mês após a conquista;

A partir de então começam a organizar-se cavalarias para afastar os mouros da cidade:
-> Estrutura-se uma defesa virada para a ofensiva:
1) Destroiem-se os Valados e Arvoredos nos arredores da cidade, uma vez que facilitavam as emboscadas e dificultavam as vigilância;
2) Paralelamente às cavalgadas é montado um sistema de escutas (de dia, as atalaias, durante a noite, as escutas própriamente ditas);
3) Nos planos de Dom Pedro de Menezes estava o ermamento das regiões circumvizinhas de Ceuta.
-> Em resposta a esta táctica, os marroquinos organizam uma guarda regular, montam barricadas nas aldeias vizinhas e tornam a luta numa autêntica Guerra Santa.


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Plano de Ermamento de Ceuta de Dom Pedro de Menezes:


A área coberta devia estender-se até uma légua em torno da cidade, valor que posteriormente aumentaria para 25 léguas.

Toda a navegação mourisca é atacada pelo corso português, aliás, será no decurso de um desses ataques que a vida do governador é colocada em risco, o que revelaria a existência de um forte espírito de cavalaria, quando o próprio comandante-em-chefe faz questão de comandar pessoalmente as suas tropas.

A "zona de segurança" da cidade alarga-se até às aldeias costerias marroquinas mais próximas, que são vítimas de ataques directos e contra os seus barcos, naquilo que é designado como saltos.


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Em 1416 surge a primeira tentativa de estabelecer a paz com os mouros, mas sem sucesso. Dois anos depois a guarnição enfrenta a primeira grande ameaça, que conseguirá repelir graças à chegada de reforços.

O isolamento da cidade acentuar-se-ia a partir de 1417 e, em 1418-19 dar-se-ia o primeiro grande cerco de Ceuta:

Os reforços pedidos por Dom Pedro de Menezes são reunidos por Dom Duarte;

Segundo Zurara, os mouros haviam conseguido reunir 122.000 soldados;
Quando os reforços (600 homens) conseguem chegar à cidade, já esta estava submetida a um segundo cerco;

Embora tenha sido Dom Duarte a reunir os recursos para o exército de socorro seriam os infantes Dom Henrique e Dom João quem lideraria a expedição;

Será depois do regresso do Infante Dom Henrique desta expedição que começa efectivamente a epopeia dos Descobrimentos Portugueses.

A "Base de Dados" / Al Qaeda

Muito se tem escrito sobre a origem da denominação "Al Qaeda". Mas sempre em torno da mesma tese, veícula a partir dos EUA: "Al Qaeda" significaria "A Base", no sentido em que seria uma espécie de coligação de movimentos integristas que defendiam o ataque de alvos ocidentais pelo uso de meios armados e de "operações de Mártires". Nada mais falso. A "Base" não é base nenhuma para movimentos anti-ocidentais...

A designação quando o director dos Serviços de Informações da Árabia Saudita (o príncipe Turki al-Fayçal al-Saud) entregou a Osama Bin Laden e missão de gerir financeiramente as operações da CIA no Afeganistão. De 1979 a 1989, a CIA enviou para esta guerra secreta a imensa quantia de 2 mil milhões de dólares, e cabia a Bin Laden a gestão e distribuição pelos diversos movimentos que combatiam os soviáticos destes fundos.

E sabem onde Osama coloca estes dados? Exacto. Numa base de dados, a que chamava a "Base", isto é, "A Base de Dados"...


In "11 de Setembro, 2001, a Terrível Impostura" de Thierry Meyssan, Frenesi.

Parte 20: A Escrita Cónia: O Fim dos Cónios e a Razão do Desaparecimento da sua Língua

No mundo dominado pelo Império Romano, a permanência de uma língua indígena esteve intimamente ligada à manutenção dos demais traços da cultura subjacente. Onde mais prolongada foi a resistência desta, mais tempo durou o emprego da língua indígena.

Vimos que no Sul, já frequentado, anteriormente aos Romanos, pelas navegações fenícias e gregas, maiores raízes criou a civilização dos conquistadores. A florescente Bética, não muito depois da conquista, já se tornara numa segunda Roma. Não surpreende, pois, o testemunho do geógrafo Estrabão, que escrevendo sobre Bétis, comenta: “adoptaram de todos os costumes romanos, e até nem já se lembram da própria língua.”

Muito diferente, porém, era o panorama das populações mais ao Norte. Aí só lentamente se foi infiltrando a romanização, e, como consequência, até bem tarde perduraram os costumes e a língua dos antepassados pré-romanos.

A Arca da Aliança

1. Introdução

A interminável sequela dos filmes da série «Indiana Jones» abordou na sua primeira encarnação o tema da «Busca da Arca Perdida», e podemos considerar que a temática escolhida terá sido um dos elementos determinantes para o sucesso do filme. Cremos que assim foi devido à grande populariedade que no imaginário judaico-cristão ocidental as místicas do Velho Testamento ainda conservam.

Segundo a Bíblia (cap. XXV do êxodo) a Arca fora encomendada segundo uma forma muito exacta pelo Deus dos Judeus e executada sob as ordens directas de Moisés.

A Arca era constituída por um cofre de madeira revestido por uma protecção metálica dupla, no exterior e no interior, provavelmente de ouro e chumbo. Tinha no cimo dois arcanjos de ouro com asas abertas em atitude de protecção do cofre. O propiciatório colocado sobre a Arca media 2 cóvados e meio por um cóvado e meio, o que nos permite indirectamente avaliar as dimensões da Arca de Aliança. Segundo alguns autores conteria apenas as Tábuas da Lei dadas a Moisés por Yavé, segundo outros, além destas incluiria também o Bastão de Arão e um pote de Maná do deserto.

A guarda da Arca era confiada aos Levitas, os únicos com direito de lhes tocar. Estes, para a deslocarem «enfiavam dois bastões cobertos de ouro nos anéis».

2. A Arca da Aliança, uma pilha eléctrica?

Como dissemos a Arca era feita de madeira de cedro reforçada a ouro por dentro e por fora (o mesmo princípio dos condensadores eléctricos: dois condutores separados por um isolante). A Arca permanecia numa região seca, onde o campo magnético natural atinge normalmente 500 a 600 volts por metro vertical.

Uma vez isolada, a Arca por vezes aureolava-se de faíscas incandescentes e se algum imprudente lhe tocava provocava terríveis estremeções. Por outro lado, os levitas encarregues do seu transporte não lhe tocavam directamente mas só por intermédio de bastões de madeira (material isolante). Quando David pretendeu transportá-la da casa de Abinadan para o seu palácio, deu-se um incidente: a arca estava colocada sobre um carro de quatro rodas completamente novo, conduzido por Oza, filho de Abinadab; como os bois que o puxavam escoicinhavam «ao chegar perto da eira de Nachom, Oza colocou a mão sobre a Arca de Deus», para a segurar, pois estava perigosamente inclinada. E caiu fulminado.

Escavações feitas em alguns templos egipcios mostraram diversos engenhos que visavam impressionar os crentes através de efeitos de luzes e sons. Por outro lado, no Iraque nos anos sessenta foram descobertos diversos pequenos condensadores que tinha a finalidade de por electrolise aplicarem uma leve camada de ouro em estátuas de bronze. As bases da electricidade eram portanto conhecidas no Médio Oriente Antigo. Essa tradição pode ter sido captada pelos hebreus durante a sua presença no Nilo, com efeito, a composição de materiais da Arca sugere que ela se pode ter portado como uma pilha eléctrica com um pequeno condensador. As suas descargas de electricidade estática, embora não fossem certamente suficientes para fulminar alguém (apesar de alguns exageros bíblicos), eram com certeza bastantes para impressionar os crentes.

3. Simbolismos


Existem diversas leituras simbólicas para a Arca da Aliança e para os seus componentes. C. G. Jung refere que a Arca quando surgia nos sonhos era um símbolo do seio materno, mas para além desta leitura psicológica existe uma outra, aquela que os cristãos romanos mais tarde fariam, em que associavam a Arca à mãe de Deus, enquanto mediadora entre o Homem e o Divino, designando-a então por Arca da União.

Um dos componentes essenciais da Arca era a madeira. A madeira simbolicamente é equiparada à matéria em geral, mantendo um estreito relacionamento com o significado de «força vital», de «maternidade», e daí, com «fecundidade». Por outro lado, a escolha da madeira de Cedro também não está isenta de significado. Trata-se de um símbolo de grandeza e do sublime em razão do seu tamanho. É também um símbolo da força e da perenidade em virtude da resistência da sua madeira. Enfim, como todas as coníferas, é também um símbolo de imortalidade.

Além das Tábuas da Lei, que testemunham o contrato entre Deus e o Homem, e que regem a conduta deste último, outro dos componentes guardados dentro da Arca seria um resto de Maná, do mesmo Maná que alimentara os hebreus durante a sua caminhada pelo deserto (æxodo). O Maná é a designação simbólica de todo o alimento sobrenatural, simboliza igualmente o Logos.

Reunindo todos estes elementos simbólicos chegamos algumas conclusões interessantes. Em primeiro lugar a Arca era o símbolo do próprio Israel, terra-mãe e prometida dos hebreus. Noção esta que é reforçada pela madeira sua principal componente, também ela símbolo da maternidade, por outro lado a escolha do Cedro não foi certamente casual sendo ele um símbolo de força e grandeza. Não deixa de estranhar que o fim do estado de Israel tenha surgido pouco depois do desaparecimento da Arca (excluindo uma lenda etíope), ou seja, após o fim da força e grandeza deste. Por outro lado, a imortalidade simbolizada pelo Cedro também se revela na tradição que diz que a Arca não se perdeu, que foi guardada em lugar seguro e que um dia regressará ao seu legítimo lugar, o Templo de Salomão reconstruído. Quanto ao seu conteúdo, o Bastão de Arão simbolizaria o poder temporal do Estado de Israel, as Tábuas o Contrato entre Deus e Israel e o Maná o próprio Logos (ou Razão e Ordem Divinas) que porque incluso na Arca, deveria pertencer ao próprio espírito do Estado Israelita.

4. Historial

Sabe-se que Nabucodonossor II, senhor da Babilónia, no ano de 586 d.C. conquistou Jerusalém. O Templo de Salomão foi então destruído e os judeus levados para Babilónia no cumprimento de uma política de desenraízamento característica das soberanias orientais (inaugurada pelos Assírios). Só depois de 538 a.C. graças à tolerância do Rei dos Reis Persa Ciro II, que conquistara Babilónia, é que os judeus puderam regressar à Terra Prometida. De regresso, o rei judeu Zorobabel encetou a reconstrução do Templo, tendo sido concluída pelo escriba Esdras, sob a soberania do persa Artaxerxes, entre 404 e 358 a.C. Esdras conseguiu fazer regressar para Jerusalém a maior parte da ainda importante colónia judaica em Babilónia. Mas a Arca da Aliança nunca chegara a ir para Babilónia. As referências à pilhagem do Templo por Nabucodonossor II não mencionam a captura do importante objecto de culto (consequentemente uma arma política vital) que era a Arca. Mas mesmo se admitirmos que fosse transportada em segredo para Babilónia isso não explica como depois desta conquistada por Ciro II, fosse transportada para Jerusalém e não para a Pérsia vitoriosa. Ao que tudo indica teria sido escondida em lugar seguro pelos sacerdotes responsáveis pela sua guarda, e daí retirada posteriormente. É assim que quando sob Esdras o Templo é reaberto a Arca reocupa nele o seu lugar central. O seu traço só vem efectivamente a desaparecer muito tempo depois, precisamente quando os romanos ocupam Jerusalém e levam para Roma o seu espólio. Roma receberá assim no seu Tesouro a Arca. Daqui em diante não surge qualquer referência ao objecto. É provável que quando em 24 de Agosto de 410 Alarico, rei dos Ostrogodos, entra na Cidade Eterna e a pilha sistematicamente durante três dias, se tivesse apossado dela, mas também aqui faltam todas as referências.

Esta é a primeira tese, aquela que refere que a Arca teria acabado por cair nas mãos dos bárbaros Ostrogodos. Mas existe uma lenda etíope que lança uma segunda tese, insólita, mas porventura menos conjectural. A lenda é referida no livro «Éthiopie, fidéle à la Croix»: «Makeda, rainha de Sabá, cujo reino poderoso se situava entre as duas margens do mar Vermelho, iniciou um dia uma longa viagem em direcção ao norte. Ouvira falar da sabedoria do rei Salomão e tinha sido informada sobre o esplendor das riquezas de que este se rodeava. Iniciou a viagem com 797 camelos e um grande número de burros e mulas, carregados de presentes. Salomão exultou com a visita da rainha, possuídora de rara beleza, chegada de um país maravilhoso. Ofereceu-lhe refeições variadas e vestidos todas as noites.

A rainha prolongou a estada, admirando a sabedoria com que Salomão dirigia os trabalhadores do Templo, e conversava longamente com o rei sobre questões religiosas. A rainha de Sabá adorava o Sol, a Lua e as estrelas e transmitiu a Salomão o essencial para a construção do Templo.

Por fim resolveu regressar a fim de se ocupar do seu reino. Quando Salomão recebeu esta notícia pensou: «Quererá Deus dar-me um filho desta mulher tão bela que veio ao meu encontro do outro extremo do mundo?»

Decidiu realizar o seu desejo. Durante o banquete que deu em honra da rainha, mandou servir iguarias muito condimentadas para provocarem sede e, quando a noite desceu, convidou-a a passar a última noite no palácio real.

Esta consentiu na condição de não ser violentada. Em contrapartida aceitou não tocar em nada que pertencesse ao palácio. Foram colocadas duas camas nas extremidades da sala, e deitaram-se. A rainha acordou passado pouco tempo e, ao ver um jarro que os servos tinham colocado no meio do quarto, teve vontade de beber. Mas Salomão estava atento. Impediu-a de beber e disse: «Quebraste a promessa que tinhas feito.» A rainha reclamou que a promessa não se referia à água, mas o rei respondeu-lhe que nada havia de mais precioso no mundo, ela reconheceu o erro e pediu de beber.

Salomão libertou-se assim da promessa que fizera e obteve o que queria. Em seguida entregou um anel à rainha e disse-lhe: «Se tiveres um filho, dá-lhe este anel.» A rainha partiu para a Etiópia, onde deu à luz um filho que recebeu o nome de Menelique.

Ao atingir a idade adulta, desejou visitar seu pai. Nessa altura, a rainha entregou-lhe o anel e Menelique iniciou a viagem acompanhado de um séquito numeroso.

Como não queria reinar em Israel, contrariando assim aos desejos de seu pai, Salomão ungiu-o com o îleo Santo da Realeza e Menelique regressou à Etiópia.
»

A versão etíope acrescenta que juntamente com Menelique partiram os filhos dos conselheiros e oficiais de Salomão, levando a Arca da Aliança, que desde então teria ficado guardada num local oculto em Santa Maria de Sião, na cidade etíope de Axum. Outra tradição afirma que foi à força que Menelique conseguiu roubar a Arca da Aliança aos hebreus.

5. Conclusão


Daquilo que acima foi escrito constatamos que as imagens do filme pouco correspondem à realidade. O seu aspecto geral é o correcto, especialmente pela presença dos dois arcanjos de asas abertas. Mas nada sugere que ela tenha sido capturada por algum Faraó egipcio.

No final do filme, vemos os anjos que dentro dela estariam guardados a fulminar os nazis que a profanavam. Tam-bém em relação a eles não existe nenhuma referência bíblica. Muito embora as descargas de electricidade estática acima referidas possam surgir aqui como uma possível fonte. Finalmente não se faz qualquer referência nem ao Bastão de Arão nem ao Maná do deserto. Também não parece provável que esteja guardada num qualquer armazém do exército dos EUA, muito mais provavelmente ou continua no mesmo esconderijo onde a guardaram antes da pilhagem de Jerusalém pelos Romanos ou foi levada por estes para Roma, onde teria sido guardada até à conquista bárbara, ou, mais provavelmente, derretida e transformada em barras de ouro.

Petição "OTA e TGV - Esbanjamento Despropositado"

A fúria dos financiadores da campanha do PS parece imparável. Contra toda a razoabilidade e bom senso parece que as obras faraónicas do novo aeroporto na Ota e as múltiplas e inúteis linhas do TGV vão mesmo avançar.

Coelho está por detrás desta sanha furiosa para afundar nos projectos e Sócrates que tem fama de teimoso vai para a frente com os projectos mesmo que contra eles se erga todo o país.

Este país devia investir no seu grande problema: o subdesenvolvimento da nossa indústria e a nossa quase total dependência do petróleo. Para isso, podiámos investir numa rede pública de centrais eléctricas de energias renováveis e reponderar a hipótese nuclear. Não torrar os preciosos recursos que nos restam em coelhadas.

Recomendo a visita da petição "OTA e TGV - Esbanjamento Despropositado" que pode ser assinada clicando aqui