oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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terça-feira, novembro 29, 2005

A fabricação de notícias e o Lobby Cristão

E agora a ministra vem dizer que não existe nenhum novo regulamento, nenhuma nova orientação sobre a existência de símbolos religiosos nas escolas públicas... Será tudo assim uma notícia fabricada? Se sim, e se a Lei está apenas a ser regularmente aplicada, quem a fabricou e seguindo que interesses? Haverá relação como o próximo referendo ao Aborto? Será uma forma de pressão antecipada pelo Lobby cristão?

Qual o papel da redacção do Expresso na "fabricação" desta notícia? Será que validarem decentemente as fontes antes de produzir/fabricar a notícia?

Porque é que tenho cada vez a sensação de que a nossa imprensa - mesmo os títulos de referência - embarcaram num barco de cedência aos interesses económicos e de incompetência reinante onde o recurso ao trabalho semiescravo de milhares de "estagiários" dos numerosos cursos de jornalismo das privadas concorre com chefes de redação e directores enfeudados aos interesses económicos que pouco a pouco tomaram toda a imprensa portuguesa?

Muita pergunta... Neste contexto, a blogoesfera afirma-se cada vez mais como um dos últimos foruns de Liberdade...

segunda-feira, novembro 28, 2005

Comentário a Cadilhe: Parte 1

Quando Cadilhe diz "Não devíamos era ter entrado precocemente." afirma aquilo que é um dos aspectos mais nocivos da personalidade lusitana: a infinda capacidade de menorização frente ao "estranja" que faz de nós um dos povos mais hospitaleiros do mundo, não porque gostemos verdadeiramente dessa "gente loira" do norte da Europa, mas porque no nosso íntimo nos achamos piores do que eles. Fruto de 50 anos de salazarismo debilitante e que fazia do "Portugal dos Pequeninos" um orgulho nacional, essa mentalidade ainda hoje é parte essencial da maneira portuguesa de estar no Mundo e explica a obsessão pelo "melhor aluno da CEE", pela adesão precoce, falsificada e impreparada ao Euro formado conforme aos interesses alemães e não portugueses e até esta renovada obsessão parareligiosa pelo cumprimento do PEC mais a sua "sacrossanta" meta orçamental (que a "gente loira" viola sempre que lhes apetece, diga-se).

Agora, com as notícias que fazem como certo o aumento da taxa de juro na zona Euro, para controlar a inflação no Norte, Portugal com a sua já longa recessão vai pagar o preço de ter aderido ao Euro. Em vez de uma moeda capaz de competir com o Dólar e com a falsa moeda chinesa, Portugal usa o Euro (caro) nas suas exportações...

sábado, novembro 26, 2005

A entrevista de Cadilhe...

Bem sei que a entrevista que Migel Cadilhe deu à revista Visão de 24 de Novembro não é propriamente uma grande novidade, nem o "suprasumo da batata", mas aqui a personagem levanta pelo menos duas questões me mereceram a minha melhor atenção e que embora esta se movimente num sector político diverso do meu concorrem com as minhas posições sobre a matéria.

Vejamos o primeiro:

"Devíamos sair do euro?
Não, já lá estamos... Não devíamos era ter entrado precocemente. Disse isso em 1992 e em 1997 voltei a dizer que o PEC não era adequado a Portugal. O euro forte, conjugado com o momento histórico da globalização e do comércio livre, é tremendo para a nossa estrutura produtiva. A Europa está de portas escancaradas. Temos enorme dificuldade em competir com produtos de origem asiática ou dos novos países do alargamento europeu. Nesta fase tremenda, ao menos que que os políticos façam o que está ao seu alcance."

Que é?
Diminuam, por um lado, as receitas fiscais e, por outro, as despesas correntes primárias. Ao fazer isso, alivia-se a burocracia e os impostos. É preciso alguém pegar nisto."


As observações do oGrunho seguem nos próximos posts...

quarta-feira, novembro 23, 2005

O regresso do blogueiro

Eis que regresso à postagem depois de umas semanas de trabalho absolutamente frenéticas, de um fastio extremo sobre a situação de Portugal e de uma ocupação do escasso tempo livro pelo magnífico e viciante jogo "Rome Total War - Barbarian Invasion".

Depois de ter levado umas valentes coças de Vândalos e Godos e de ter visto Roma saqueada várias vezes, depois de me ter livrado - no imediato - de um projecto de migração alucinado imaginado por um qualquer estranjanóide do norte da Europa (Vândalo? Godo?) eis que regresso à postagem regular neste blog.

E regresso logo para me irritar... Que história é esta dos aviões da NATO que sobrevoam e usam os nossos aeroportos para transportar "terroristas"? Mais uma vez é necessário ler nas entrelinhas: O governo - via Freitas do Amaral - diz que se estes existiram, existiram no governo anterior. Antes, Luís Amado, dizia que não havia indicações destes terem ocorrido. E agora o porta-voz do MNE vem dizer que não acredita que estes vôos tenham ocorrido "porque o governo dos EUA nunca pediu autorização para a realização dos mesmos". Como assim? Carneiro Pacheco (de onde conheço eu este nome????) acredita que a CIA avisava algum governo de que ia fazer passar pelo seu território pessoas capturadas muito provavelmente na própria Europa e em trânsito clandestino para Guantanamo ou para um qualquer governo satélite no Tajiquistão ou no Uzebesquitão? Será o porta-voz assim tão ingénuo ou acreditará ele que nós somos?

E a declaração da União Europeia de que queria esclarecimentos sobre a captura pela CIA de "terroristas" no território da União e transportados nesses vôos? A ser verdade... Será a Europa uma coutada de caça para estes senhores agentes? Se têm provas irrefutáveis de que são "terroristas" porque não colaboram com os serviços de informações europeus na sua captura? Ou será que têm apenas indícios vagos e pouco pudor moral e nenhumas restrições legais para agirem de mão livre nesta questão. Hum... Post longo... Será que alguém leu até aqui? Enfim. A verborreia que se segue ao Silêncio/Bonança, acho eu...

quarta-feira, novembro 09, 2005

Estado de Sítio III

Algumas vozes em França têm-se levantado clamando pela chamada das Forças Armadas para resolver a corrente "Intifada dos Bairros Sociais". Contudo, este recurso seria um erro:

a) As Forças Armadas não estão treinadas, nem equipadas para missões de polícia. Falta-lhes organização, treinamento e equipamento anti-motim. Moralmente, também não preparadas para agirem contra civis, que podem inclusivé ter relações de parentesco ou de amizade com os próprios militares;

b) As Forças Armadas são o último recurso para manter a Paz Interna de uma Nação. O recurso a este último meio significa o reconhecimento dos meios normais de manutenção da Ordem e representa De Per Si uma derrota para o Estado Civil.

c) O uso das Forças Armadas em operações civis compromete a rígida fronteira que deve sempre existir entre Política e Exército. Fazer intervir as Forças Armadas num problema que é de raíz Social, Económica e Política é inserir as Forças Armadas na área Social, Económica e Política, sendo que estas áreas devem estar vedadas ao Exército, sob pena de se passar a considerar as Forças Armadas como um agente político activo (ainda que de recurso) e abrir a porta para a participação dos militares na vida política, sob a forma de golpes de Estado militares.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Estado de Sítio II

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O caça de 4ª geração chinês: o Chengdu J-10


A força aérea chinesa continua com o desenvolvimento do seu próprio avião de combate de 4ª geração, o Chengdu J-10. Desenvolvido a partir do famoso e prestigiado - ainda que já um tanto obsoleto - Fighting Falcon F-16, o J-10 teve o arranque do seu programa em 1982, aquando do começo do trabalho de uma variante israelita do F-16 americano por parte das IAI (Israel Aircraft Industries). Na época o avião recebeu a designação de "Lavi". O primeiro protótipo vou em 1986 sendo 40% do programa financiado directamente pelos EUA. Contudo, menos de um ano depois o projecto seria cancelado, devido ao seu alto custo e os desenhos e planos da aeronave começaram a ser passados para a China, que os modificou e construiu o primeiro protótipo que realizou o seu vôo inaugural em 28 de Março de 1998.

Em 2002 começou a construção do primeiro lote de 10 J-10 (de um total de 100) e decorrem neste momento negociações com a Nigéria para a compra de 12 aparelhos Chengdu J-10.

Com a entrada em funcionamento deste excelente caça a China alinha juntamente com a Suécia (Saab Grippen), a França (Dassault Rafale), a Europa (Eurofighter Typhoon) e a Rússia (Sukhoi 30 e Mig 29) com um caça de 4ª geração superior em todas as alíneas ao vetusto F-16, tornado cada vez mais tecnologicamente obsoleto pela qualidade dos Sukhoi 30 e J-10 que são os seus adversários potenciais. Os atrasos humilhantes do programa JSF e do F-22 colocam os EUA ainda em maiores dificuldades e colocarão dentro de 10 anos a superpotência americana em dificuldades para manter a sua tradicional supremacia aérea a menos que sejam rapidamente ultrapassados...

Os Lucros Excessivos das Empresas Petrolíferas

"As companhias petrolíferas falharam em explicar e mostrar-nos o que estão a fazer com estes lucros que os possa justificar". Esta frase não pertence a nenhum manifestante Anti-Bush argentino ou brasileiro mas ao senador Republicano Pete Domenici que requereu esta semana que os patrões das empresas petrolíferas americanas fossem ao Congresso prestar declarações.

Depois de se terem aproximado dos 80 dólares por barril, o petróleo caiu agora abaixo dos 60 e os preços finais da gasolina não tiveram uma redução proporcional, pois não?... Portanto é óbvio que alguém está a encaixar a diferença nos seus bolsos, e esse alguém é óbviamente as empresas reginadoras... Por outro lado, no último ano estas empresas (GALP inclusivé) apresentaram lucros record, e isso significa que não só não foram vítimas da alta do petróleo, como beneficiaram desta, inflacionando intencionalmente os preços de modo a maximizarem os seus lucros, ainda que a custo de induzirem uma recessão global de proporções inimagináveis. Como o fabulástico crescimento chinês que se dizia ser responsável pela alta não abrandou lá caiu este belo mas oco argumento... Surgindo à tona a verdadeira razão: a Especulação Capitalista destas multinacionais.

Urge aumentar a carga fiscal que caí sobre estes tubarões e impôr mecanismos que impeçam eficazmente a cartelização dos preços e a especulação irrealista!

domingo, novembro 06, 2005

Estado de Sítio...

Conto: A Prova

A cerimónia começara no dia anterior. O cavaleiro Bandis Arbariacus conduzira o jóvem neófito até à Sala Sagrada do Templo onde o guerreiro consagraria o guerreiro. Finda a cerimónia competiria ao neófito o cumprimento de uma tarefa heróica após o que entraria ao serviço do Exército Imperial Ulano durante um período duplo de sete anos. Só depois se tornaria num Senhor e lhe dariam o comando de uma Praça ou Senhorio.

Mas para isso ainda faltavam muitos anos... Hoje, o jovem Bormanicus devia cumprir o jejum que começara à três dias e receber do seu Cavaleiro a Prova a prestar.

A noite aproximava-se agora do seu termo. Depois de horas de total imobilidade levantou-se a custo e dirigiu-se para a sala contígua onde se banharia. Bormanicus estremeceu com a fria água do rio que aqui chegava através de uma complicada canalização, pouco depois saía e envergava o manto branco, símbolo da sua natureza renovada e purificada, e sobre ele um colete negro, para recordar a dissolução da natureza mortal. Saiu então e dirigiu-se para o Altar onde o esperava o Cavaleiro e as suas armas depostas sobre o Altar.

Caminhou pelo estreito corredor que levava ao Altar da Abadia. No topo da pequena plataforma rectangular onde se encontrava o Altar estava o Mosquete. Para o fabricarem os armeiros tinham vestido hábitos rituais e purificado as melhores forjas da armaria. O aço da arma tinha sido temperado com uma técnica secreta, transmitida oralmente desde os tempos anteriores ao Grande Caos.

O Cavaleiro Bandis Arbariacus dirigiu-lhe a palavra:

- No rol das virtudes cavaleirescas fornecida por Bandis Aernus constam a Sabedoria, a Fidelidade e a Força. O Primeiro Cavaleiro fundou a Ordem dos Cavaleiros do Templo - Ordo Templii - nos anos das Trevas quando o Mundo estava mergulhado no caos para conduzir o clã ulana até ao Imperium e ao Domínio Universal.

Bormanicus esperou imóvel que o Cavaleiro terminasse a litania e então, e só então levantou o rosto e pronunciou a sua resposta:

- Renuncio assim a todos os prazeres do mundo pela disciplina dos campos de batalha, com uma Fé que consagro mais com o sangue dos meus inimigos do que com orações. Pelo nome do Primeiro Cavaleiro, Bandis Aernus.

No dia seguinte, quando os primeiros raios do Sol começavam a nascer por detrás da cordilheira, o neófito aparelhou o cavalo, colocando o Mosquete no coldre da sela e o montante na cintura, mesmo ao lado da pistola de dois tiros. Depois citou a fórmula ritual das partidas:

- O paraíso fica na ponta das espadas.

Depois dos dois guardas lhe terem aberto os portões de ferro do Mosteiro, saiu para a madrugada.

Cavalgou durante dois dias, parando somente de noite para comer um naco pão duro com carne seca e dormir algum tempo, partindo ainda antes do nascer do Sol. Durante esses dias ficou matutando sobre a Missão. Bandis Arbariacus tinha-lhe ordenado que caminhasse para sul, para o interior da constelação de pequenos régulos e Senhores da Guerra que controlavam essa zona até ao litoral, onde o Império Otomani mantinha uma presença indirecta através dos seus aliados do sultanato do Eretz Marrocos. Devia avançar até ao reino independente de Al Faghar, governado por um monarca de credo muçulmano, mas aliado do Império Ulano percorrendo terras sem lei, onde abundavam salteadores e desertores e atravessando vários pequenos reinos inimigos ou em plena revolta. O Cavaleiro tinha-lhe indicado o melhor caminho, que passava em boa medida por uma antiga estrada dos Antigos, construída com um estranho material negro e robusto, mas que derretia nas grandes canículas de Verão. Contudo, da missão nada lhe tinha sido dito, e conforme o protocolo ordenava e nada perguntara.

Quando chegou a noite do primeiro dia, desmontou, tirou a sela do cavalo cujos arreios prendeu a uma árvore e montou o modesto acampamento. A noite desceu rapidamente, apanhando-o quase de surpresa.

Durante todo o dia não vira vivalma, o que não o espantara porque aquela era a região menos povoada do território. Passara por duas vezes à vista de quintas fortificadas, mas não os incomodara nem fora incomodado por esses furtivos camponeses, geralmente hostis para todos os estranhos.

O ano passado o Legado Banódis Igaedus atravessara aquela região com a sua Legião de socorro ao baluarte cercado de Sinex, mas ainda não vira nenhum vestígio dessa passagem.

Acordou com os primeiros raios do Sol. Desmontou o seu acampamento improvisado e fez-se novamente ao caminho. Ao fim de algumas horas de caminho na estrada poeirenta teve o seu primeiro encontro. Ao virar de uma curva rodeada de pinheiros bravos deu de caras com um bando de desertores. Eram cerca de dez equipados com uma grande diversidade de uniformes, coleccionando praticamente todas os reinos e impérios que se confrontavam na Península. Pareciam tão surpreendidos quanto ele próprio, e Bormanicus atentou que nenhum tinha armas de fogo, o que lhe dava uma vantagem imediata. Sacou da pistola de dois tiros e apontou-a na sua direcção. Do grupo avançou um desertor que trajava um uniforme de oficial do Império Otomani e um elmo do Reino do Centro:

- Então, então... - Disse, exprimindo-se num Ulano correcto. - Para quê tanta agressividade, jovem Cavaleiro? Não vês nenhum de nós a levantar as suas armas, pois não?

- Não procuro problemas. Passem em paz. Coloquem as vossas armas no chão e passem devagar por mim. Quando eu tiver passado podem depois recolhê-las.

- Sim, claro. Estamos exaustos depois da dura batalha de travámos ontem, faremos como diz.

Bormanicus desconfiou de tanta polidez de linguagem em gente tradicionalmente brutal. Observou-os a poisarem as armas e a caminharem na sua direcção muito devagar. Seguiu-os sempre com a pistola numa mão e um mosquete noutra. Se tentassem alguma coisa, podia pelo menos levar três consigo. Recordou-se da máxima da Casta dos Cavaleiros, proferida em tempos por Bandis Aernus : “Eu sou o Templo plenamente manifestado, destruidor de mundos. Mesmo sem a tua intervenção, estes guerreiros alinhados em frente uns dos outros cessarão todos de viver. Todos estes guerreiros na realidade foram mortos por mim. Tu, sê o instrumento. Combate pois sem temor, e os teus inimigos hás-de vencer na batalha”. A litania devolveu-lhe a frieza e lucidez de espírito temporariamente abalada. E foi essa lucidez devolvida que lhe fez notar que um dos desertores deixara-se ficar um pouco mais trás. Então, subitamente, antes que qualquer um dos outros notasse, fez sair do uniforme completamente negro e de uma só peça uma esfera que arremessou para o meio do grupo de desertores atirandose para o chão um milésimo de segundo depois. A granada - porque era disso que se tratava - explodiu lançando todos os desertores para o chão no meio de um clarão ofuscante.

Minutos depois, Bormanicus retomava consciência. Passaram alguns minutos até conseguir lembrar-se aonde estava e do que tinha acontecido. Ergeu-se a custo e deu de caras com o desertor de negro que de cócoras. O rosto era tão longiforme como o resto do corpo e os olhos ostentavam uma frieza analítica assustadora, quase inumana.

- Lamento o incómodo, mas tinha que pôr toda a gente fora de combate por algum tempo.

- Aquela arma que usou, era uma arma dos Antigos, não era? Já vi algumas nas mãos das tropas de elite do Império Ulano, a Guarda Negra. Como é que lhe chamavam, uma gramada?

- Uma granada. Mais especificamente uma granada de nervos, destinada a paralisar o sistema nervoso central de todos os seres humanos que vejam o clarão por ela emitido. Embora existam cada vez menos armas dos Antigos tenho a minha reserva privativa ainda bastante bem fornecida.

- Mas você não é um desertor? Aliás, onde é que eles estão?

- Ainda a dormir, a paralisia ainda deve durar mais umas quatro horas. A si injectei-lhe um excitante para que despertasse mais cedo. E não, não sou efectivamente um desertor. Pelo menos não a tempo inteiro. Estava com eles, porque de tempos a tempos a minha natureza obriga-me a procurar companhia humana. Uma fraqueza que conservo desde à muito, muito tempo. Aquilo que sou, é o caminho que leva ao cumprimento da sua Prova.

- Da minha missão? Conhece o Cavaleiro Bandis Arbariacus?

- Sim, desde à muitos anos... Mas escuta, o tempo urge. Deixa-me pôr-te a par dos objectivos da tua Prova: Já deves saber que dever ir até ao castelo de Al Faghar, conhecido antigamente pelo nome de Ourique. Como deves saber, o rei local é aliado do vosso Império, mas ainda assim irão pedir-te um Livre Trânsito, entrega-lhes este - e passou-lhe para as mãos um documento em árabe - os selos reais aí presentes farão com que chegues à fala com o monarca. Vai então para a sala do trono e aí encontrarás a tua Prova.

- E o que vou lá encontrar?

- Já te disse: a tua Prova de Cavaleiro. Hum. Queres mais pormenores, não é? Enfim, a tradicional impaciência da juventude... Mas não os terás. Ainda não é o momento. Parte. Na altura certa saberás tudo o que tens de saber. Lembra-te apenas de que o primeiro objectivo de qualquer cavaleiro consiste em abraçar o Graal na sua localização terrestre.

- O Graal é parte da minha missão?

- Basta de conversa. Parte.

Bormanicus levantou-se e montou o cavalo que, completamente equipado pastava num campo vizinho e arrancou a galope, não sem antes olhar uma última vez para trás para ver o homem de negro que lhe acenava com uma mão. Repetiu o gesto e estugou o ritmo do animal. Lembrou-se então das antigas lendas que falavam de um tipo de máquinas construídas à semelhança do homem, criadas para o servir, mas dotadas de vontade própria e de inteligência e memória fabulosas, um dos últimos prodígios dos anos que antecederam o Grande Caos. Alguma coisa nos modos e gestos rápidos, quase inumanos, do desertor negro, lhe tinha feito recordar essa lenda. Seria que...? Bem, nunca saberia ao certo, dado que o Protocolo impedia que fizesse perguntas ao Cavaleiros Bandis Arbariacus sobre a Prova...

No final da tarde do dia seguinte chegou por fim ao castelo de Al-Faghar. As muralhas eram mais altas que a maioria dos castelos que tinha visto e o aspecto geral era bastante impressionante, especialmente devido à torre de menagem com aquilo que ele avaliava serem mais de quarenta metros de altura.

Desmontou e levou o cavalo até aos portões. Não tardou muito que lhe perguntassem ao que vinha, respondendo em árabe que trazia um Livre Trânsito. Abriu-se uma pequena porta de um dos lados da muralha e sairam uns quatro guerreiros, fortemente armados. Bormaónicus mostrou-lhes o documento que o oficial que os comandava leu atentamente fazendo-lhe depois sinal para que os seguisse para dentro do castelo.

Entrou no pátio, onde alguns cortesãos o olharam com curiosidade e subiu a escadaria que dava para a entrada da torre de menagem. Os dois guardas dos portões após uma breve troca de palavras com o oficial, deixaram-no passar e Bormanicus encentou a subida sempre precedido pela sua escolta. Subiu vários lances até chegar à sala do trono onde o esperava o monarca. Na sala, estavam também quatro guardas e uma escassa dezena de cortesãos. O rei envergava uma armadura completa com elmo fechado e após alguns minutos de silêncio dirigiu-lhe a palavra:

- Está ao corrente da totalidade da sua missão, cavaleiro?

- Não completamente.

- Muito bem. A Prova que deve completar consiste em vir comigo até à antiga capela deste castelo, e enfrentar um guerreiro. Um único adversário, é certo, mas um adversário formidável. Deve defrontá-lo e vencê-lo.

O rei levantou-se e fez sinal a Bormanicus para que o seguisse.

Desceram escadas e atravessaram corredores até chegar à capela abandonada. Então o rei sentou-se numa cadeira e esperou.

Pouco depois, entrava um cavaleiro também de armadura completamente negra como breu. Levantou o montante e começou a correr para Bormanicus. O jovem mal teve tempo para se desviar para o lado quando a pesada espada se abateu sobre ele. A maioria das armas tinham ficado na sela, pelo que trazia consigo apenas a espada e a pistola de dois tiros. A pistola era interdita em tais circunstâncias de combate ritual e assim retirou a única arma viável da baínha e preparou-se para resistir ao segundo assalto do guerreiro da armadura negra. Desta vez o guerreiro carregou com o montante baixo, Bormanicus com a espada conseguiu amortecer boa parte do impacto violento da pesada lâmina, mas quebrou-a e não conseguiu evitar que a sua ponta penetrasse alguns centímetros no seu antebraço direito. Com o braço inutilizado, o neófito recuou para a parede. O guerreiro negro tinha parado e olhava agora para ele pela viseira do seu elmo. Bormanicus podia jurar ter visto luzes violeta no lugar onde deviam estar os olhos do guerreiro, mas estas - se o eram – apagaram-se, deixando o jovem na dúvida. Viu então que sob os seus pés estava o tapete que percorria a capela pelo seu comprimento. Sobre ele estava também o guerreiro negro. Concentrou toda a sua força no pé direito e puxou o tapete. O guerreiro negro perdeu o equilíbrio e caiu, abrindo a oportunidade para que o jovem se abeirasse e com a metade da espada partida a cravasse entre o elmo e o peitoral da armadura.

Curiosamente, não sentiu nenhuma resistência, como se o guerreiro negro não tivesse carne. Mas a criatura perdeu imediatamente vigor e energia.

Bormanicus tirou-lhe o elmo e constatou a inexistência de qualquer ser no interior da armadura negra.

Olhou então para o Rei e viu-o caído entre duas cadeiras. Quando lhe retirou o elmo, observou que também dentro da armadura real não havia nenhum cadáver, nenhum traço de carne ou de sangue, nada, rigorosamente nada, exactamente como encontrara o interior do guerreiro negro.

Saiu da capela e desceu as escadas até ao pátio. Em lado nenhum encontrou soldados, cortesãos, nem qualquer vivalma, só o seu cavalo o aguardava calmamente no estábulo.

Montou e deixou o castelo deserto, esperando ter cumprindo a sua estranha missão, e sabendo também que o Protocolo o impediria de perguntar fosse o que fosse ao Cavaleiro quando voltasse à Abadia. Surgiu-lhe então uma ideia:

- E se fosse essa a verdadeira Prova?

sábado, novembro 05, 2005

Tarzan

Num filme do Tarzan (penso que fosse o primeiro com o Weissmuller) surgiam algumas cenas curiosas. Perfeitamente "normais" para o público da época (penso que fosse a década de 40) mas chocantes para a actualidade...

Numa, víamos a expedição que tentava atravessar um precipício. A cena de si, já era curiosa... Jane não trazia absolutamente nada nas mãos, nem nenhuma carga, os restantes europeus transportavam apenas as suas espingardas e respectivas munições enquanto a numerosa equipa de carregadores africanos ía carregadíssima de fardos e mais fardos. Quando um destes escorre e desaparece abismo abaixo a primeira expressão do chefe da expedição é: "O que ía naquele fardo?". Noutra cena - mais adiante - perante o primeiro grito de Tarzan vindo do interior da selva, os carregadores africanos juntassem uns aos outros e começam a prepararem-se para se pôr em fuga sendo detidos pelo chefe da expedição: "Salim, distrai-os com o chicote" (!!!).

Estas cenas muito racistas continuam hoje neste filme e em muitos outros da época e seria impensável retirá-los destas obras de arte porque desde logo testemunham uma época passada e como tal devem permanecer intocados. Contudo, apresentá-los assim - em bruto - sem preparação, numa tarde de domingo e para um público infantil não introduzirá neste público uma série de ideias e conceitos racistas?

sexta-feira, novembro 04, 2005

Os motins em França

A escalada, multiplicação e agravamentos dos motins raciais que actualmente assolam os subúrbios de Paris e que se propagaram hoje a outras cidades francesas é um reflexo das políticas insanas e autofágicas dos governos europeus.

As migrações sempre fizeram parte da História da Europa. Os europeus sempre emigraram para países extra-europeus e sempre recebera emigrantes, mas existem na actualidade uma série de fenómenos que estão a agravar o impacte destes fenómenos e a escala com que estes se estão a verificar... A França - mais do que qualquer outro Estado europeu - consentiu que se formasse no seu interior uma imensa comunidade emigrantes étnicamente homogénea, religiosamente distinta e contraposta à sua religião "nacional" e concentrou esta comunidade em pequenos bairros homogénos e regionalmente concentrados nos subúrbios parisienses. Formaram-se assim pequeno "Estados" indepentes, verdadeiras nações autónomas do ponto de vista cultural, étnico e religioso, sem comunhão alguma com o Estado françês e em frequente afirmação pela negação contra este.

Criou-se assim um imenso caldeirão efervescente que aguardava apenas pelo mais leve assoprar para verter... E verteu. E de que maneira... Escolas, garangens, autocarros, mais de 500 automóveis queimados... Mortos, feridos, tiros disparados... O aumento do prestígio e influência dos gangs dos subúrbios que se arvoram em "bastiões" dos interesses dessa comunidade, bem à maneira do Hamas e da Jihad Islâmica em Gaza ou na Cisjordânia é talvez o fenómeno mais perigoso.

A isto respondeu o Estado françês com a habital negação freudiana (Dejá Vu com o "Arrastão de Carcavelos"?) e uma tímida e medrosa reacção policial, oscilando sempre no dilema do "se agimos com força, acusam-nos de racismo / se agimos suavemente, tomam a suavidade por fraqueza.

A França cometeu o erro de deixar nascer dentro de si um Estado. E de deixar esse Estado na miséria criada pela Globalização e pelo Liberalismo... Na ânsia de obter mão-de-obra barata deixou entrar mais emigrantes do que os que podia absorver e de os deixar viver com as piores remunerações e condições, de modo a maximizar a taxa de lucro. Agora, paga a factura...

E Portugal?... Exceptuando a religião muçulmana, alimentamos "Estados" semelhantes no concelho de Amadora, Loures, Almada e Sintra... Mas essa excepção é importante... A religião é um factor fracturante muito importante, e a maior parte dos emigrantes africanos em Portugal são cristãos como a maioria da população indígena e partilham com eles as mesmas igrejas. Os portugueses são também dos povos menos racistas (ainda) da Europa, embora já tenham sido menos do que actualmente, tanto mais porque muitos (como Moi) têm sangue negro ou judaico a correr-lhe nas veias (tenho ambos!).

Quero acreditar que semelhante caos não seria possível em Portugal... Mas estarei enganado?

quinta-feira, novembro 03, 2005

Parte 26: A Escrita Cónia: O Culto Solar

Os escudos redondos seriam (segundo Varela Gomes) uma representação do disco solar. O escudo seria uma imagem solar que o guerreiro transportaria consigo no combate e de cuja protecção dependeria. Esta interpretação do arqueólogo português concorda com a interpretação que J. Déchelette já tinha proposto em 1909 para as representações deste tipo que frequentemente podem ser encontradas em objectos rituais da Idade do Bronze e do Ferro e que mercê das suas reduzidas dimensões não podiam ter utilidade militar.

Escavações em curso desde Setembro de 2001, conduzidas pelo arqueólogo David Calado, permitiram descobrir em Bensafrim e Odiáxere (Lagos) três menires datados dos finais do IV e princípios do V milénio. Estes menires gravados, descobertos na Quinta Queimada foram colocadas num quadrilátero de vinte metros quadrados e foram classificados pelo arqueólogo como pertencentes à “Cultura neolítica da Baixa de Lagos”, aparentada, por sua vez, à “Cultura neolítica do Golfo de Cádiz”. Estes menires apresentam figuras solares, e montículos, provavelmente representações de seios femininos, um carácter sexual que não é raro encontrar na cultura megalítica e que é reforçado pela aparição de uma vulva num desses menires, assim como pela forma declaradamente fálica de um outro, descoberto em Figueiral (Bensafrim). Ora, é precisamente em Bensafrim que foi encontrada, escavada e investigada uma das maiores necrópoles cónias e uma das que mais estelas inscritas deu a conhecer. A aparição destes menires esculpidos numa região tão próxima pode permitir revelar alguns traços da religião das populações que precederam a civilização cónia e que a podem ter influenciado profundamente.

O culto solar estava directamente ligado com a aplicação do Poder político, como se depreende da associação do guerreiro com o Sol e com a continuação desta ligação com a administração local durante o período romano, conforme nos testemunham os restos epigráficos desse período.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Outra "Saga" com o Qtek Ou o Comportamento da The Phone House...


O meu amigo Pires diz que estas coisas só me acontecem a mim, mas eu prefiro acreditar que acontecem a toda gente, mas que nem toda a gente tem um blog onde possa exprimir em tom de desabafo estas questões de consumo que de vez em quando se abatem sobre mim tal qual vera "Espada de Damôcles"!

Eis o último episódio:

Como saberão os meus leitores mais assíduos, andei recentemente à bulha com o meu telemóvel/PDA Qtek S100 que em certo momento decidiu atirar para o Buraco Negro do software mal desenvolvido (Windows Mobile 2005) todos os meus dados. Recorrendo a preciosos backups (parciais) lá recuperei a maior parte da informação. Mas depois, finda a "novela", pensei cá para com os meus botões: "Caramba, já que resolvi isto, porque é que não resolvo também aquele problema que me apareceu à uns dias e que é o de a superfície táctil do Qtek estar a desaparecer na área onde escrevo com a caneta da coisa?".

Dito e feito. Hoje, lá levei o trambolho à loja da The Phone House na Gare do Oriente. Descrevo o problema (ainda dentro da garantia de 2 anos, claro) e oiço incrédulo a resposta do lojista: "Teremos que ver se essa avaria está coberta pela garantia." "Como?!" "Sim, se esta avaria se dever ao mau uso do equipamento a reparação não estará coberta pela garantia."

Comecei a espumar (mentalmente) e contestei: "Oiça lá, se esta decapagem do écran se devesse a alguma coisa que eu tivesse deixado cair sobre o telemóvel, acha que a área afectada seria precisamente a da zona restrita onde escrevo?" (e escrevo para caramba naquilo). "Mas, Ok, se entregar aqui o Qtek quando me dizem se a avaria está ou não coberta pela garantia?". E começa aqui o surrealismo...:

"Tenho que lhe dizer que se deixar cá o equipamento tem que assinar uma declaração em que concorda pagar 140 euros no caso da nossa assistência técnica declarar que a avaria se deve a um mau uso do equipamento." "Mas e se não concordar com essa classificação?" "Terá que pagar na mesma os 140 euro para ter de volta o seu equipamento."

??????

Espera aí! Não só se arrogam o direito de recusarem a aplicação da garantia de 2 anos alegando "mau uso" (sendo aqui juízes em causa própria) como me exigem 140 euros de resgate para devolveram o meu telemóvel? Aliás, se o esquema fosse completamente legal, exigiriam a assinatura de uma declaração?

Obviamente, já fiz queixa a toda a gente (DECO, IC, Qtek, The Phone House) e aguardo agora pelos desenvolvimentos...

terça-feira, novembro 01, 2005

No ranking das 500 melhores universidades do mundo constam quantas universidades portuguesas?

Neste link podemos encontrar uma lista das 500 melhores universidades do mundo e não é que nesta lista consta apenas UMA universidade portuguesa, a Universidade de Lisboa, mas apenas entre as últimas 30 entradas dessa lista de quinhentas?

A lista é liderada por uma maioria de universidades americanas, intercaladas por algumas britânicas, japonesas e canadianas. A Rússia, Israel (com várias presenças), Singapura, Bélgica, Brasil, China e Espanha encontram-se confortávelmente entre as primeiras 200 universidades do mundo. Mas Portugal... Consta apenas com uma universidade pública e com NENHUMA privada...

Quem já frequentou cursos universitários conhece bem como funcionam as avaliações e a qualidade de muitos professores... Nas privadas prevalece o princípio PPP "PagaPropinaPassa" e nas públicas os professores com mais mérito são frequentemente prejudicados em função de outros com mais adptidões políticas e conspirativas... Da "paixão pela Educação" gutérrica, nada ficou e a desmotivação no quadro docente é regra por quase todo o lado... A impreparação que os alunos trazem do secundário é absoluta, não sendo raros os casos de imbecilidade patológica agravados pela frequência fanática da vida nocturna e de reuniões "académicas" e praxantes.

Enquanto países como a Finlândia e a Irlanda apostaram forte e com persistência durante 20 anos na Educação, Portugal após alguns tímidos investimentos na década de 90, retrocedeu, abandonando o sector à iniciativa privada e desinvestindo na qualidade dos quadros académicos e tolerando na sangria dos melhores para universidades estrangeiras.

Parte 25: A Escrita Cónia: O Culto dos Mortos

Nas estelas de São Martinho II e Ategua surgem três covas colocadas sob duas figuras humanas. Varela Gomes julga que estas covas são uma representação do “mundo dos mortos”. Estas mesmas covas estão igualmente presentes na mais conhecida estela cónia e podem ser bastante significativas para a leitura da inscrição que esta apresenta, sobretudo porque esse carácter funerário está de acordo com a própria natureza desta estela.

A Triste Saga do Qtek S100 ou porque é que nem todos os backups são suficientes...

Maldito seja o Bill Gates mais todo o software que coloca no mercado sem ter sido devidamente testado! Na minha profissão deparo com erros de software (bugs) de gravidade variável, mas extremamente frequentes em todo o tipo de aplicações de todos os fornecedores. Mas quando eles me caiem em cima...

Hoje quando estava a fazer um Backup do meu Qtek S100 o ActiveSync encravou (Not Responding). Não fiquei muito preocupado porque tenho um backup total da coisa no emprego e outro em casa, e ambos estão actualizados. Fiz o restart do PC e repeti a operação e apanhei com erros de ficheiros abertos no Qtek, o que era mentira... Comecei a ficar preocupado. Fiz um reset. tento uma nova sincrozinação mas o tipo dá-me o simpático e lacónico "Syncronization error. Please restore a backup." Fixe. Cada vez mais animado lá tentei repôr um dos meus backups. Pensando cá para mim: "será que este "full" backup também inclui todos os textos que escrevi e que estão no SD card?... De qualquer modo, ainda bem que copiei ontem todos os filmes da minha filha."

Reparo entretanto que as Tasks, o Calendar estão todos a dar erro de "not enough memory. Please close an open program." Grrr. Óbviamente, não havia nenhum programa aberto... Tento o restore (depois de descobrir como é que se faz um Full Reset) e fico perante a mensagem que me diz que não há nenhum backup para repôr... é claro que há! Diários! Vários! Acabo por descobrir que existem várias pastas dentro do meu pc doméstico e que devo seleccionar em "Backup" (não em Restore!, sei lá porquê) a pasta do Profile correcto e lá consigo assim pôr o backup a correr... Segundos depois deste ter começado fico a olhar para o erro: "Restore cannot be completed sucessfully. The selected backup file was created from a different type of mobile device." Depois de muita, muita volta, lá descubro que o problema não era o descrito, mas o facto de após o hard reset o Qtek ter ficado com a data de 10 de Outubro de 2004. Acertada esta, o restore lá foi até ao fim. Mas deu uns erros de mais "open files" (quais?! quais?!).

Faço então esperançadamente o reset que o Restore me pediu e vejo que a coisa parece com bom aspecto... As minhas tasks e agenda estão repostas... Mas os meus contactos (mesmo os do cartão do telemóvel) foram todos para o escambal! Que lindo! Bela m* de software de backup! E os meus textos no SD card? TUDO limpo! Que linda obra! Ok. Lá acabei por descobrir uma opção no Windows Mobile 2005 para usando SIM Manager fazer o load Sim Data e depois fazer o "Load to Contacts"... Ok, já safei os dados do cartão, pelo menos. Mas os outros, esses, onde estão? Sabem os deuses, que eu não! Algumas Tasks estão corrompidas (dizem que existe outra vez "not enough memory", pelo que tenho que me conformar e apagá-las (felizmente não são todas...)

Confirmo entretanto que perdi todos os dados do cartão SD Card... os meus textos dos blogues (que felizmente lá ainda estão), mais muitos documentos pessoais que lá conservava. Ao que parece o "Full backup" não é Full coisa nenhuma, porque exclui o SD Card... Aprendi essa, mas perdi horas e horas (dias?) de trabalho.

Maldita tecnologia!