oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

Este Blog mudou-se! Clique AQUI para aceder ao novo http://quintus.wordpress.com

terça-feira, março 28, 2006

O "oGrunho" mudou-se!

Depois de várias frustações resultantes de erros cada vez mais frequentes no www.blogger.com onde está alojado este Blogue, decidi mudar-me para uma plataforma de Blogging que actualmente parece reunir uma grande aprovação na blogoesfera: a WordPress.

Decidi reunir no Quintus o conteúdo dos três blogues que vinha mantendo, o oGrunho com maior frequência (normalmente diária) e o Movimento Quintano e o SpaceNewsPt, com menor frequência. Assim, concentrei tudo no novo Quintus que responde no URL http://ogrunho.wordpress.com/ por uma questão de coerência, mas mudando o nome do Blog para algo mais "neutro".

Peço assim que tenham a paciência de actualizar os vossos links e de concentrar os três blogues no único blog que vou manter daqui em diante e que será:

Esta página vai redireccionar o seu Browser para o novo Blog "Quintus" dentro de segundos...


http://ogrunho.wordpress.com/ (Quintus)

segunda-feira, março 27, 2006

O oGrunho está em mudanças?...

Como saberão do meu anterior Post, estou muito descontente com o serviço prestado pela Blogger... E ainda não esquecido do weblog.com.pt e desconfiado quanto às capacidades do Sapo...

Depois de algumas voltas, pareceu-me identificar o Wordpress, como sendo o melhor sistema de blogging que existe actualmente. E pareço não estar isolado nesta avaliação, como podem ver aqui na apdeites.

Por isso, importei os meus 3 blogues para o wordpress e criei no novo oGrunho, já o primeiro Post, por coincidência, precisamente um Quid novo...

Eis os tipos:
Movimento Quintano
SpaceNewsPt
oGrunho


Veremos se ficam por lá... Pelo menos nos próximos dias conto colocar por lá todos os meus Posts. Depois veremos.

Não actualizem ainda os vossos links, p.f., que ainda quero ver se aquilo é realmente melhor que o Blogger, antes de me mudar de vez...

Mas o que se passa com o Blogger?

A maioria da blogoesfera portuguesa está alojada no sistema de blogging da Google, o www.blogger.com. Este oGrunho, é aliás, um deles...

Mas algo se está a passar no Blogger. Cada vez é mais difícil inserir imagens em Posts. Na verdade, ultimamente só em raros momentos consigo fazê-lo e nunca é devolvido um erro: simplesmente encontro uma página em branco em vez de uma onde devia aparecer um "Done"...

O Weblog.com.pt também tem os seus problemas... o oGrunho, começou por lá viver (grunho.weblog.com.pt), mas teve que sair porque não deixava inserir comentários, devolvendo um erro qualquer do Movable Type (o "blogger engine" da weblog).

O "blogger" do Sapo tem uma versão nova, o ideiasfixas2 está lá, mas quando se insere um comentário, ele é aceite para apanhamos sempre com uma página "Erro" do Sapo.

No meio disto tudo, é cada vez mais difícil blogar... O aumento explosivo do número de blogues não foi acompanhado por um aumento de qualidade de serviço e o excesso de carga parece estar a abater alguns destes blogger, como o da Google. A este ritmo, depressa deixaremos de ter onde alojarmos os nossos blogues...

sábado, março 25, 2006

As "Dores de Crescimento" da Índia

Citada frequentemente por muitos como um modelo de crescimento e desenvolvimento, a União Indiana é, de facto, um país ainda mergulhado em grandes problemas e com uma população que vive na sua maioria muito abaixo de qualquer padrão de vida Ocidental.

A economia indiana depende fortemente do Carvão como fonte energética, transformando-a num dos maiores emissores mundiais de gases que contribuem para o Efeito de Estufa e para o Aquecimento Global. Pela mesma razão, os níveis de poluição nas grandes cidades indianas são também altos e a qualidade do ar, péssima. O agravamento do preço do Petróleo, e a sua escassez num futuro mais ou menos próximo dizem que a dependência do Carvão está para ficar, com todos os problemas que esta acarreta.

A Índia não está a cativar tanto investimento estrangeiro como a China, desde logo, pela simples razão de que a economia indiana é menos de metade da chinesa, que aliás cresce a níveis mais altos, está mais integrada com o resto do Mundo. E se mais não fosse, nos últimos 4 anos, o crescimento do comércio externo chinês - só ele - excedeu todo o comércio externo indiano.Como consequência, em 2005, a China recebeu dez vezes mais capital estrangeiro do que a Índia...

O grande pilar do desenvolvimento indiano tem sido as induústrias de informação, e dentro delas, as de prestação de serviços informáticos. Actualmente, mais de meade das empresas da lista Fortune 500 mantêm algum tipo de operação na Índia, e muitas das restantes preparam operações semelhantes. Como consequência, a economia cresceu em 2005 cerca de 7% e existe uma classe média em rápida expansão. Mas a economia indiana continua a ser uma das mais fechadas do Mundo... Só no ano passado é que o governo permitiu a empresas estrangeiras a entrada em indústrias de construção e de bens imobiliários... A burocracia indiana é das mais densas e kafkianas do Mundo, os seus mercados sobreprotegidos e a esmagadora maioria das infraestruturas são vetustas ou inexistentes... O deficit orçamental indiano é galopante e aparentemente imparável, a inflação nãpo pára de crescer e os mercados imobiliários e de acções estão a valorizar-se demasiado e demasiado depressa para garantirem alguma sustentabilidade a muitos analistas... Especialistas indianos como Shankar Acharya, defendem que nos próximos anos - como consequência destes problemas - o crescimento indiano deve abrandar para 5 a 6% anuais. Finalmente, o boom indiano actual continua a excluir a maioria da sua população... Os 2/3 de população indiana que vivem ainda no Mundo Rural estão completamente excluídos de qualquer possibilidade de aderirem a esta "classe média de informáticos". Para esta larga maioria, a riqueza crescente de poucos será cada vez mais gritante e insultuosa.... E uma fonte de conflitos sociais muito poderosa e preocupante.

Quid 11: O que é isto?

Três Pistas:

1. Voaria, mas pouco...

2. Durante a sua época, lia-se o Little Nemo In Sumberland (que a minha filha de 2 anos ainda hoje adora ler comigo antes de dormir...)

3. É coisa britânica.

sexta-feira, março 24, 2006

Um pedaço de Marte na minha mão

Aquilo que vêm nesta pouco clara fotografia tirada pelo meu telemóvel são 118 gramas de Marte.

Estas 118 gramas foram extraídas por um dos mais conhecidos "meteorites hunters" americanos, Mike Farmer do meteorito Dhofar 018 encontrado em Oman em 24 de Janeiro de 2000. Trata-se daquilo que os geólogos classificam como uma "Shergottite Basáltica/Dolerítica" e pertence à reduzida lista de cerca de 30 meteoritos marcianos conhecidos.

Mas Dhofar 019 não é um meteorito marciano comum... Por alguma razão escolhi começar a minha colecção, precisamente por este exemplar... Esta Shergotite marciana apresenta as curiosas "Orangettes" que são idênticas aquelas encontradas no mais famoso meteorito do mundo, o ALH84001, e que reflectem a passagem de água sobre o minério que compoem o meteorito. Estas partículas têm cerca de 3.9 biliões de anos e são dificilmente visíveis a olho nú, mas visíveis e parecem ter sido formadas na presença de água líquida dentro das fracturas do ALH84001. Em 1996, McKay e a sua equipa publicaram um artigo em que anunciavam a descoberta de vestígios fósseis de vida marciana nas Orangettes. Embora a descoberta tenha sido acolhida com alguma polémica, descobertas recentes, noutro meteorito, que noticiei no SpaceNewspt, parecem confirmar estes achados.

O Dhofar 019 é um dos meteoritos marcianos mais antigos conhecidos, com os seus respeitáveis 12 milhões de anos e a sua idade de cristalização de 525 a 56 mil anos.

Óbviamente, estes modestos 118 gramas são apenas um extracto do Meteorito total, que pesava cerca de 1056 gramas, tendo sido parte doada a instituições científicas e o resto divido em parcelas idênticas a esta e comercializado.



Para saber mais:
http://www.meteorite.com/dealer_list.htm
http://www.meteorite.fr
http://www.meteoritehunter.com/

A Escrita Cónia: A Designação “Escrita Cónia”

"No seu livro fundamental “A Escrita Pré-Romana do Algarve e Sudoeste”, Lopes Navarro ressalta as repetidas e concertadas tentativas por parte dos historiadores espanhóis na tentativa de enquadrar as inscrições cónias no universo da escrita tartéssica ou turdetana. Mas estas são descrições geográficas que não se estendem até à margem esquerda do Guadiana e não existem nenhumas provas que indiquem que o reino de Tartessos tivesse alguma vez ocupado o território a ocidente do Guadiana, embora seja provável que existem rotas comerciais comuns e relações intensas entre ambas as margens desse rio do sul do nosso território.

Qual deverá ser portanto a designação mais correcta para as estelas funerárias das populações que habitaram o sul de Portugal durante a II Idade do Ferro? Heródoto de Heracleia e Rufus Festus Avienus utilizam nos seus escritos as palavras “cinii” e “cinetycum” para descrever o povo e o seu território. Por outro lado, da análise que faremos das estelas veremos que a palavra “cónio” surge em praticamente todas elas. Lopes Navarro defende a designação “Escrita Cinética”, julgamos contudo que “Escrita Cónia”, segundo o nome do povo e seguindo a palavra tantas vezes repetida nas inscrições é mais adequada e por essa razão a utilizaremos no decorrer desta modesta abordagem ao grande – mas tão pouco abordado – problema que é o do primórdios da escrita no actual território português."

A Guerra da Opinião Pública no Iraque

Todos os manuais de estratégia militar e a esmagadora maioria dos peritos militares em Estratégia concordam que é impossível vencer uma guerra contra o Terrorismo sem vencer a guerra da Opinião Pública, e especialmente a Guerra da Opinião Pública Árabe... Apesar de todas essas vozes, a liderança americana continua a acreditar que é possível esmagar a insurreição no Iraque através do uso de poder de fogo superior, serviços de inteligência com equipamentos de Alta Tecnologia, e aprisionamento massivo de suspeitos.

Estes três factores, mas especialmente o último, nomeadamente a existência de indivíduos detidos desde à três anos que ainda hoje não conhecem se têm culpa formada ou exactamente sobre o quê é que estão a ser investigados tem minado a credibilidade e a fiabilidade dos EUA como defensores dos direitos humanos e da democracia e contribuí para o engrossamento daqueles que estão dispostos a fazerem-se imolar na Grande Batalha contra o Satã Americano... Por outro lado, cada família iraquiana que vê a sua casa arrombada e invadida por marines, que revistam e revoltam tudo, que leva os homens da casa para detenções mais ou menos claras, se torna em mais um inimigo dos EUA. Cada família que perde um membro num tiroteio, num atentado na rua, se vira contra o Ocupador e passa a desejar a sua expulsão do Iraque. Cada família que perde um membro numa represália provocada por uma resposta exagerada de soldados americanos que se vejam alvos de emboscada e que respondem disparando indiscriminadamente contra os civis da zona em que são atacados, vai também engrossar as fileiras da Resistência Iraquiana...

Estima-se que no Iraque existam cerca de 300 mil insurrectos, em diversos níveis de actividade. A sua esmagadora maioria são iraquianos e tiveram um qualquer tipo de relação profissional com o Antigo Regime, mas o número daqueles que nada tiveram a ver com o Baasismo continua a engrosar e a Resistência ao invasor torna-se cada vez mais um fenómeno cultural e extenso a toda a população sunita, variando apenas na sua intensidade.

Paradoxalmente, o primeiro passo para que os EUA possam vencer esta Guerra seria deixarem o cenário de guerra... A sua presença não faz mais do que aumentar as dificuldades do Governo iraquiano e aumentar a intensidade de um conflito que cada vez se parece mais com uma Guerra Civil... É certo que quando sairem as tré comunidades étnicas do Iraque se vão virar umas contra as outras, por isso a única saída pacífica que resta a este Iraque pós-Invasão é... A divisão por três países completamente independentes e autónomos. Só assim, e sem os americanos é que a população iraquiana (ou a população do ex-iraque) poderá voltar a viver em paz...

quinta-feira, março 23, 2006

no-smokezone.planetaclix.pt

Conhecem o no-smokezone.planetaclix.pt?

Eu não conhecia, mas recomendo vivamente!


"Quantas vezes foi incomodado pela falta de respeito da pessoa perto de si que polui o ar enquanto tenta saborear a sua refeição?

Por todo o mundo a protecção a não fumadores está na sua lógica campanha avançando, não castigando os dependentes do vício, mas sim arranjando soluções para fumadores e não fumadores.Esta acção, agora discutida na Europa, foi logicamente aceite.Em Portugal tudo o que é bom parece demorar mais tempo a realizar. Está provado que a maioria da população não fuma. Mas a quantidade desta que se preocupa com a saúde e se incomoda com o fumo, qual será? Será concerteza a suficiente para acompanhar as leis europeias.Portugal tem que se modernizar, deixar de ter receios e avançar - para a frente, não para os lados. Muitas gerências de restaurantes, bares, etc, receiam perder clientela se colocarem zonas de não fumadores, ou nos casos mais radicais, - completamente a proibição. Já existem locais em Portugal onde restaurantes com salas de não fumadores proliferam com o negócio, sendo que estas salas são as primeiras a encher. Isto quererá dizer alguma coisa - contra factos não há argumentos.

Este site tem dois destinos:

1 - A divulgação a não fumadores (e não só) onde podem encontrar um restaurante com zona ou sala em que saberão não serem incomodados com o vício da nicotina.

2 - A possibilidade dos proprietários de zonas de restauração (e não só) publicitarem o seu negócio, anunciando GRATUITAMENTE que o seu estabelecimento possui zona ou sala para não fumadores.
Vamos fazer a experiência, já que existem tantas dúvidas nas mãos de quem pode decidir, e fazer desta acção uma lei, uma regra.

Por favor divulgue este site. Muitos gostarão de o conhecer.
Garantimos.http://no-smokezone.planetaclix.pt

Para já, a nossa lista é pequena, porque também não temos conhecimento de todos os lugares que decidiram ser pioneiros nesta acção mundial, mas com a sua ajuda podemos aumentar a lista. Por favor informe-nos: 1 - Nome do Restaurante2- Zona/localização3- Tel. do estabelecimento (se possivel)para: no-smokezone@clix.pt

Este site e ideia foi elaborado por uma associação cujo único fim é a preocupação com saúde e bem estar.

Muito obrigado pela v/ atenção,
Artur Correia
Patricia Westheimer
Maria Empis ( tradutora)"

A Escrita Cónia: História do Estudo da Escrita Cónia

"O primeiro a debruçar-se sobre a questão da utilização da escrita no sul de Portugal foi aquele que Caetano Maria Beirão designa muito justamente como “o primeiro arqueólogo português”, D. Frei Manuel do Cenáculo de Vilas-Boas (1724-1814), Bispo de Beja. A estes primeiros trabalhos e à revelação das primeiras estelas encontradas em Portugal, vieram a juntar-se mais algumas entretanto descobertas por Sebastião Philippes Martins Estácio da Veiga o qual, em 1880 e nos anos subsequentes, nas “Antiguidades de Mértola” publicaria mais algumas destas misteriosas estelas. O grande vulto da arqueologia portuguesa que foi José Leite de Vasconcelos nas suas andanças pelo país também abordou a questão das estelas inscritas nos seus trabalhos, conseguindo descobrir mais algumas destas inscrições. Após estes trabalhos, seria Francisco Martins Sarmento (1833-1899), que haveria de dedicar a sua atenção a uma das principais fontes clássicas escritas sobre a civilização cónia: a Orla Marítima de Rufus Festus Avienus. Anos mais tarde, Teixeira de Aragão estudaria as moedas com inscrições pré-romanas descobertas no sul de Portugal.

Conforme dissemos, as primeiras estelas que vieram a público foram-nos legadas por Frei Manuel do Cenáculo que publicou os seus desenhos no "Cuidados Literários do Prelado de Beja em garça do seu Bispado" uma obra que, no ano de 1791, publicaria. Segundo o religioso, os caracteres que observou "nas estelas sepulcrais caracteres fenícios ou turdetanos". Nas suas caminhadas pelo concelho de Ourique descobriu sete destas estelas. No “Sesinando Mártir e Beja sua Pátria” (1800) afirmava que as estelas tinha sido descobertas junto de sepulturas com diversos objectos, que não descreve. Em 1782, Francisco Perez Bayer encontraria em Alcalá del Rio (Sevilha) uma estela com caracteres semelhantes aos de Cenáculo."

quarta-feira, março 22, 2006

LOST: S2E3; mais umas achegas...

Tendo visto finalmente a gravação do episódio S2E3 de LOST eis que aqui apresento mais umas achegas aqueles que - como eu - estão fascinados pela excelência rara desta série norte-americana:

1. Confirma-se a tese de Sá Morais, quando disse que os tripulantes da jangada tinham sido capturados pelo segundo grupo de sobreviventes (que seguia na causa do vôo da Oceanic) e não pelos "Outros". Comecei a suspeitar que ele estava certo e eu não, quando vi que estes arrastavam os sobreviventes capturados para o poço por intermédio de uma daquelas redes que são usadas nos porões dos aviões para prender a carga... No decorrer do S2E3 tive a confirmação da suspeita. Muito bem, Sá Morais!

2. Os chocolates Apollo parece existirem ou terem existido: (clicar aqui) e são fabricados pela Meiji, uma empresa japonesa... Ou seja, depois dos i-Ching e do oriental do filme "educativo" temos mais um indício que nos liga ao Oriente... Recordem-se que este vôo da Oceanic partiu da Austrália... E que não muito longe existe a versão do "Triângulo das Bermudas" no Pacífico: o "Manoumi" ou "Mar do Diabo". A minha tese é de que a "Ilha" está neste sector do Pacífico, onde foram reportados vários desaparecimentos de navios e aviões. O vôo da Oceanic, seria um deles...

3. Sayid diz quando tenta atravessar a parede cimento da Estação 3 que está perante "2,5 ou 3 metros de cimento". E mais adiante, diz que "derramaram concreto" aludindo depois que só soube de algo parecido aquando do acidente da central de Chernobyl... Uma espessura tamanha de cimento, aponta para a necessidade de conter radiação e a "dica" de Sayid confirma isso mesmo. Talvez se recordem que no Posto anterior sobre o LOST eu tinha escrito a propósito do 108 e da sua contagem decrescente: "O número é o resultado da soma dos "números malditos"... Parece ser um número de minutos e representar algo que acumula energia ou tensão, gerada a um ritmo muito regular e constante e que deve ser libertado de uma forma controlada cada 108 minutos... Assim sendo, a sala dos computadores será apenas um backoffice para instalações ocultas, mais mecânicas, do que "informáticas" e verdadeiro coração e objectivo do subterrâneo...". Agora... Somando a "contenção de radiação" mais a contagem decrescente, surgem duas explicações:

3.1. Trata-se de um pequeno reactor nuclear - semelhante aos que alimentam submarinos desde o Nautilus - e que serve de fonte de energia à Estação 3. Assim a tese de Sayid (e a minha apresentada antes noutro Post) de que a fonte de energia seria geotérmica estaria errada. A fonte seria uma pequena central nuclear... Compatível com a necessidade de produzir energia durante mais de vinte anos e com a contagem decrescente: um sistema de refrigeração ou contenção de neutrões que teria se ser ligado cada 108 minutos depois de uma qualquer falha catastrófica no sistema principal (barras de grafite? água pesada?). Por mim, voto como sistema falhado a Água Pesada, cujo contentor ou circuito teria sofrido uma ruptura e que estaria agora a funcionar com o sistema de reserva que seria fazer descer barras de grafite cada 108 minutos para arrefecer o núcleo do reactor.

3.2. Por outro lado, a Estação 3 e o "concreto derramado" poderiam esconder o verdadeiro grande segredo da Ilha... O responsável pelas anomalias magnéticas (a bússola louca da S1 e a atracção da chave do cirurgião), pela "barreira anti-radiação", pelas anomalias da Ilha e do próprio interesse da Dharma Initiative pelo local: Um miniburaco negro "There may be mini black holes, smaller than atoms in volume but as massive as whole mountains.", eléctricamente carregado e contido num caixão magnético tipo Tokamak que devia ser ligado cada 108 minutos. Esta tese explicaria os distúrbios magnéticos, e se este "miniburaco negro" tivesse um gémeo noutro Universo poderia ser um Wormhole, uma ponte para outro Universo, o que explicaria os desaparecimentos de navios e aviões e... Aquela "sombra" que quase raptou John Locke e até o que realmente são os "Outros": criaturas do Outro Universo. Esta tese, a do "Outro Universo" pelo menos não consta da lista de "teorias desacreditadas pelos autores" da Wikipedia.

Bem sei... Provavelmente deliro e os próprios autores da Série ainda nem sabem bem qual é a verdadeira explicação para o que se passa na Ilha, mas o certo é que já desacreditaram várias teorias (atenção aos Spoilers), o que pode querer dizer que já têm uma ideia mais ou menos concreta sobre o que criaram para a Ilha... Por isso, todas estas pistas e a minha interpretação actual para elas podem estar certas.

Ou não... O que acham?

O Day After da "Gripe das Aves": Variante Humana

A maioria dos virologistas concorda na inevitabilidade da mutação do H5N1 numa variante humana, que combine no Homem a extrema virulência e letalidade do H5N1 (2/3 de mortos) e a extrema adaptabilidade e facilidade de propagação do Virus Influenza da Gripe Comum. Quando este cruzamento ocorrer - e não é uma questão de "se" ocorrer, mas uma questão de "quando" - teremos uma Pandemia que se propaga pelo mundo, com a rapidez de semanas e se estenderá a todos os países usando os novos meios da Globalização: os transportes aéreos. Nunca antes houve tanta facilidade para um vírus se estender a toda a Humanidade e se tivermos em conta que o H5N1 tem um período de incumbação de dois dias, antes de surgirem os primeiros sintomas (febre) vermos como é impossível impedir a entrada de cidadãos potencialmente infectados, mas sem sintomas, nos aeroportos internacionais...

Com efeito, os Media apesar de todo o alarmismo criado em torno da "Gripe das Aves" têm deixado escapar alguns pontos muito essenciais nesta questão:
1. A inevitabilidade da mutação humana
2. A necessidade de um período de pelo menos seis meses até aparecer a primeira vacina
3. A escassez de medicamentos antivirais, assim como a sua provável perda de eficácia
4. A extrema facilidade de propagação de um virus que combine as características da Gripe Comum com a letal Gripe das Aves
5. A incrível letalidade humana do H5N1, com 2/3 de mortos entre os infectados

Se juntarmos todos estes elementos, ignorados frequentemente pelos Media, compreendemos a escala de gravidade do problema que se coloca perante a Humanidade. Não se trata de centenas de milhares de mortes, como sucedeu no passado recente com a Gripe Espanhola ou com a SIDA, trata-se de centenas de milhões de mortes, trata-se de uma revolução demográfica comparável à Peste Negra, que ceifou - também ela - quase 2/3 da população da Eurásia no começo da Idade Média.

Imaginemos que num dos populosos, desprovidos de sistemas de saúde e vigilância e recheados de população avícola países asiáticos ou africanos se dava a mutação. Quando tempo acham que o virus demoraria a tornar-se endémico e a sair do país de origem? Que virus transportado por aves seria detido pelas fronteiras? Como impedir o fluxo de centenas de milhares de refugiados procurando escapar dos focos de infecção?

Quando o virus chegasse a uma sociedade, esta estaria no imediato confrontada com a preemente e vital necessidade de travar a sua expansão. As primeiras medidas seriam a interrupção de todos os transportes públicos, escolas, serviços públicos, empresas. Numa economia tão dependente dos sentimentos caprichosos e imprevisíveis da Bolsa de Valores haveria outra resposta que não fosse um Crash maior do que qualquer outro jamais ocorrido?
Com a Bolsa em queda brutal, com todas as empresas e instituições do Estado reduzidas ao seu modo "mínimo", começaríamos a assistir a um exôdo para os campos. Os hospitais estariam cheios até muito acima do seu limite e o aumento de mortes entre o pessoal clínico (os antivirais seriam insuficientes e crescentemente ineficazes) reduziria a sua capacidade de resposta empurraria decisivamente as populações urbanas para o Campo.

No Campo assistiríamos a uma multiplicação de tentativas de ocupação de habitações e quintas. Quem tivesse residência ou familiares estaria em vantagem, mas cedo seriam esmagados pelas turbas desesperadas refugiadas das grandes cidades...

O Mundo e a Sociedade tal como os conhecemos colapsariam e só pequenas comunidades mais ou menos isoladas e defendidas conseguiram escapar ao poderoso rolo compressor dos milhões de citadinos desesperados.

O Mundo cairia numa dissolução quase absoluta, onde os últimos redutos da civilização seriam as pequenas comunidades ou as pequenas cidades que apresentassem maiores capacidades defensivas. As grandes capitais do Mundo seriam esvaziadas e entregues a hordas de salteadores impunes, os exércitos nacionais seriam minados por ondas generalizadas de deserções assim que os seus primeiros membros começassem a tombar nos cordões sanitários rodeando os focos de doença.

Os transportes aéreos, os transportes de bens, todos os ramos do Saber e da Arte seriam seriamente afectados pela brusca redução das trocas de bens e de ideias entre as comunidaddes humanas... O Homem demoraria muitos séculos a ganhar as mesmas resistências que hoje os europeus carregam dentro de si contra a Peste Negra (sendo os herdeiros dos seus sobreviventes medievos).

O mundo resultante seria um mundo menor, menos povoado, provavelmente com menos de um terço da população actual, porque além dos mortos pela doença haveria também que somar todos aqueles que seriam mortos pelas convulsões sociais, a desaparição da maioria das crianças, alvos preferenciais pelas revoltas populares contra os governos e os membros da sociedade classificados como "prioritários" mais as suas primeiras vacinas e exclusivo de antivirais, pela desaparição dos sistemas de saúde, etc. Seria um mundo menor, menos Global, mais fechado sobre si mesmo, mais desconfiado do vizinho e do outro.

Seria o "Day After"...

A Escrita Cónia: A Escrita Cónia como a primeira das escritas ibéricas?

"Mas destas diversas escritas ibéricas qual seria a mais antiga? A partir de qual teria passado o sistema de escrita fenício aos outros povos da Península Ibérica? Teoricamente, seriam as populações que habitavam nas margens orientais da Península que teriam primeiro contacto com os navegadores fenícios, aliás, também o mais poderoso dos potentados ibéricos, o reino de Tartessos, se situava nessa região, embora que ainda no seu extremo Sul. No âmbito desta questão de precedência, a numismática pode fornecer-nos algumas pistas. Antonio Guadan, um prestigiado numismata espanhol, observava no seu “Numismática Ibérica e Ibero-Romana” que nenhuma destas moedas era anterior ao século II a.C. Observava ainda que os signos aqui observados eram, na sua opinião, “a consequência da infiltração lenta de um primitivo grupo de signos alfabetiformes, que se introduzem na Península pelo Sudoeste entre zonas de diferentes culturas e de variadas composições étnicas e linguísticas”. É ainda possível que tenham existido diversas penetrações simultâneas e independentes, nomeadamente nas zonas de influência fenícia no sul e nas de influência grega no Norte. Lopes Navarro defendeu a precedência da Escrita Cónia sobre as demais, e esta teoria tem vindo a receber força através da autoridade de J. R. Ramos que tem defendido recentemente uma tese semelhante. Assim sendo, os cónios receberam a escrita através de Tartessos, com quem mantinham intensas relações comerciais e culturais, e somente numa fase posterior e estes, por sua vez, dos fenícios, com alguma possível influência grega. Contudo, a escrita cónia não surge nos locais arqueológicos tartéssicos, pelo que não se tratou de uma importação directa, mas de uma adaptação local provavelmente resultante de contactos directos com mercadores fenícios por volta de 800 a.C. como se pode inferir a partir do tipo de caracteres fenícios importados que recuam precisamente a essa época . A maioria das estelas conhecidas foi datada entre os séculos VI a.C. e V a.C., mas existem exemplos que ultrapassam em ambas as margens estes limites temporais. Os primeiros testemunhos surgem na forma de marcas de propriedade em olaria datada do século VIII a.C. naquela que seria muito provávelmente a primeira utilização de um sistema de escrita indígena na Península Ibérica."

terça-feira, março 21, 2006

A Escrita Cónia: As Escritas Indígenas da Península Ibérica e os seus Grupos Linguísticos

"As cinco escritas utilizadas na Península Ibérica pertencem a um grupo comum, o que resulta das suas semelhanças morfológicas e das proximidades linguísticas conhecidas. Para elaborarmos os traços dominantes da Escrita Cónia é necessário que estudemos essas semelhanças e proximidades. Se os Cónios puderem ser integrados nesse grupo devemos encontrar esses mesmos vestígios.

Todas estas formas de escrita têm em comum uma série de traços: desde logo são todas escritas mistas, ou seja, com uma mistura de alfabetos com silabários (em que o caracter representa não uma letra mas fonemas, sílabas e sons isolados), por outro lado, a maioria destas populações utilizava variações de uma mesma língua, de raiz mediterrânea e não-indoeuropeia. Mas também, os próprios caracteres utilizados pertencem a um mesmo “núcleo duro”, existindo variações locais e temporais, mas sempre construídas em torno destes caracteres criados a partir de modelos fenícios e gregos.

Essas proximidades tornam-se evidentes quando observamos que na região da Escrita Cónia também existem testemunhos de outras escritas indígenas peninsulares utilizando a Escrita Ibérica Levantina, a Greco-Ibérica ou caracteres Levantinos. Toda esta comunhão pode indiciar que as comunidades étnicas que habitavam no Sudoeste da Península partilhavam de uma língua muito próxima, ou pelo menos de uma qualquer língua franca com a qual pudessem dialogar. Ora não é credível que comunidades étnicamente tão semelhantes precisassem do grego, fenício (ou do hebraico conforme sugere Moisés do Espírito Santo) para se entenderem mutuamente. É certo que as suas escritas são tão distintas que não falavam certamente exactamente a mesma língua, mas acreditamos que até à época romana existiam proximidades suficientes para que se entendessem mutuamente. Assim sendo, todas ou pelo menos a maioria das inscrições nas diversas escritas ibéricas deveriam poder ser lidas pela maior parte das populações.

É possível desenhar a partir dos vestígios toponímicos que as fontes clássicas nos deixaram uma mapa das línguas indígenas na Península Ibérica. J. Gorrochategui identifica um grupo de nomes muito antigo, sobre o qual assentaram topónimos mais recentes, formados com ili- e briga-. Dentro das áreas geográficas de cada grupo o nível de coerência é bastante elevado. O investigador basco identificou assim os seguintes grupos, relacionados com as línguas faladas na Península:

Grupo Celtibérico: Inclui as populações de Arevacos, Vacceos e Carpetanos.
Grupo Cantábro-alavés
Grupo Astur-galaico: Existem aqui alguns teónimos celtas, embora o maioria dos vestígios os remeta para um nível vestigial.
Grupo Lusitano-vetão

A escrita cónia está geograficamente inserida neste grupo Lusitano-vetão, embora poucos traços tenha de comuns com a escrita lusitana (presente em raros testemunhos) e pertença a um ramo mediterrânico de línguas, enquanto que estes falavam uma variações local do celta, uma língua do profícuo ramo indo-europeu."

Quid 11: Que escrita é esta?

Três pistas:


1. Não é escrita fenícia...

2. É um sistema semisilábico

3. É uma inscrição funerária

O Perigo da Gripe das Aves

Embora as notícias tenham sido tomadas de assalto pela chegada do vírus da Gripe das Aves a praticamente todos os países europeus, os países mais pobres de África e do Médio Oriente é que são o verdadeiro foco de perigo.

Nestes, é mais provável encontrar aves domésticas junto às habitações do que na Europa, e aqui as populações rurais são muito mais extensas do que no mundo ocidental... Juntando a estes factores, nestes países existe um deficiente sistema de vigilância e um sistema de saúde ineficiente e caótico... E como se não chegasse, nestes países a dependência da carne avícola para a alimentação humana é maior do que em qualquer outro lado... Em países como o Egipto mais de metade de toda a carne consumida é de origem aviária.

Estes factores fazem acreditar que é nestes países - e não na muito badalada Europa - que irá acontecer a primeira infecção simultânea da Gripe Comum em alguém que acaba de ser infectado com o H5N1 (ou vice-versa). Juntando os dois virus no mesmo organismo, o factor essencial para que se desenvolva a mutação humana... E quanto maior fôr a população onde esta reunião viral acontecer, maiores são as probabilidades da mutação.

O H5N1 é um virus com grandes capacidades de mutação. Ainda à meses atrás, o virus era transportado por patos selvagens, mas não provocava a sua morte, nem sequer a aparição de sintomas. Hoje, os patos morrem tanto como os galináceos onde o virus surgiu inicialmente. E não falamos, de um virus qualquer... Os seres humanos que já foram infectados, morreram numa assombrosa taxa de 2/3! E que não se pense que a vacina - que só poderá começar a ser desenvolvida depois da aparição da primeira mutação - será muito eficaz... Porque não será!
Normalmente, as vacinas humanas são desenvolvidas dentro de ovos de galinha, mas com o H5N1 isso é impossível. O virus é tão destrutivo para os ovos, como para o ser humano e houve que desenvolver um sistema alternativo que usa técnicas de manipulação genética. O problema é que este último processo é lento... E entre o seu começo e o fim medeiam seis meses... Isto é: só seis meses depois do primeiro caso de mutação é que teremos as primeiras vacinas... E os especialistas estimam que serão precisas apenas umas 4 semanas para que a pendemia se torne mundial... O Tamiflu e outros antivirais - sobre os quais têm sido depositadas grandes esperanças - já começam a desiludir. Por um lado, as multinacionais que os produzem não os conseguem fabricar a um ritmo suficiente e por outro continuam agarradas aos seus exclusivos e não deixam que outras empresas e estados usem as suas patentes. Mas mais grave ainda... Alguns casos de infecção humana no Vietname vieram demonstrar que a eficácia do Tamiflu for a substancialmente reduzida, e o paciente ainda que tratado com o antiviral desde o começo da infecção, faleceu! O que significa que o virus se está a adaptar e a ganhar resistências, mesmo aos mais poderosos antivirais conhecidos pelo Homem...

Sejamos claros: se houver uma pandemia global que provoque a morte a 2/3 da população nada mais será como dantes: as Economias vão colapsar quando as pessoas deixarem de poder sair de casa, quando os transportes públicos, as empresas e as escolas fecharem; os Estados serão incapazes de manter a autoridade e a ordem nas ruas e só pequenas comunidades isoladas e autosuficientes poderão resistir ao turbilhão...

Comparada com o H5N1, até a Peste Negra parecerá trivial...

A Escrita Cónia: A Escrita Libio-Fenice

"Esta Escrita Neo-púnica é-nos conhecida através de vários testemunhos numismáticos encontrados no Baixo Guadalquivir e datáveis dos séculos II e I a.C."

segunda-feira, março 20, 2006

Agostinho da Silva: "Da Emulação"

"Urge quanto antes alargar a reforma radical que as escolas novas fizeram triunfar na experiência; que só haja dois estímulos para o trabalho nas aulas: a comparação de cada dia com o dia anterior e com o dia futuro e o desejo de aumentar o valor, as possibilidades do grupo; por eles se terá a confiança indispensável na capacidade de realizar e a marcha irresistível da seta para o alvo; por eles também o sentido social, o hábito de cooperação, a tolerância e o amor que gera a convivência em vez do isolamento da caverna e de uma agressividade permanente; a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos

Comentário (Movimento Quintano)

Quid 10: Quem é o autor deste quadro?

Três pistas:


1. O autor é francês

2. É citado a propósito dos mistérios de certa aldeola do Sul de França

3. Queriam mais pistas? Nope! Mais nenhuma, porque já ficou fácil demais!

Porque é que uns são menos iguais que outros? I.e. Porque é que o Irão recebe um tratamento diferente da Índia

Quando o primeiro ministro indiano Manmohan Singh visitou Washington, regressou a casa com a promessa norte americana de que os EUA iriam partilhar tecnologia nuclear civil com a União Indiana. Ora segundo a lei americana e o Direito Internacional, a Índia, não pode receber tecnologia nuclear de qualquer tipo - civil ou militar - porque não é um dos signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear e porque - sobretudo - realizou testes nucleares em 1998... Apesar destas violações explícitas, a Administração Bush irá ceder à índia a mesma tecnologia que acusa o Irão de procurar desenvolver... Ou seja, se a índia pode detonar engenhos nucleares e não assinar o Tratado de Não-Proliferação, porque é que o Irão se arrisca a ser bombardeado apenas por procurar desenvolver tecnologia nuclear civil (já que o programa nuclear militar iraniano é ainda apenas uma possibilidade).

É essa dualidade de critérios que reduz a eficácia da política externa dos EUA e que mina a sua influência no Mundo Islâmico. A Índia aparece como um dos eixos de luta contra o Islão, em Cachemira e internamente e os EUA alinham ao lado de quem combata o Islão militante, esteja ele onde estiver, à custa de quantos tratados internacionais fôr necessário... A índia aliás pede também o auxílio americano na defesa da sua pretensão a um assento permanente no Conselho de Segurança, mas se o obtiver com este apoio, esta presença será mais um pretexto para que o Islão bata as mãos no peito e alegue "perseguição"...

Para que os EUA e o Ocidente possam vencer o conflito militar e cultural que os opõe a um Islão cada vez mais militante e expansivo tem que vencer antes o combate da legitimação ética e moral. Não é uma qualquer Real Politik Bismarquiana que dará vantagem ao Ocidente neste conflito, mas uma aproximação que favoreça a tolerância e a coexistência religiosa e cultural. Em vez da aculturação, a coexistência. Em vez da criação de "eixos", a criação de pontes de tolerância e compreensão... Mas essas pontes poderão ser lançadas por alguém que como George Bush encontra a parte mais forte dos seus apoios nos sectores religiosos mais ultra cristãos da sociedade americana?

Pouco provável...

domingo, março 19, 2006

A armadilha da Rafaela.jpg

Recebi esta mensagem:

Ola, tudo bom?

Sou Rafaela, e por coincidência achei o seu email! meu amigo me disse que esse era o seu email... Não tenho certeza se é você mesmo que estudou comigo no colégio e gostaria de fazer uma festa de reencontro do pessoal lá no FC. Seria legal reencontrar a turma toda, alguns perdi contato, infelizmente, mas eu estou tentando entrar em contato com o maior numero de amigos possiveis, e estou te convidando para ir a esta festa, gostaria muito de reencontra-lo.

Para não haver engano eu tenho 3 fotos minha, se me reeconhecer por favor entre em contato, estou um pouco diferente daquela época, mais acho que da para se lembrar de mim.

Minha foto --> http://www.fee.unicamp.br/docentes/fotos/rafaela.jpg

Se não for voce realmente, por favor desconsidere este email, e desculpe pelo incomodo.

Nos vemos lá
Atenciosamente Rafaela Dante."


Desde logo salta à atenção o facto da mensagem ser escrita em português, o que ainda vai sendo mais ou menos raro no Spam de hoje, mas sobretudo em bom português, e isso sim, é mesmo raro... O texto está bem escrito e é plausível. Educado e credível, tem todos os ingredientes para levar o leitor a carregar no link. Especialmente porque este é uma simples imagem .jpg.

Ou não?

Pois é... Passeiu o rato por cima do link e adivinhem lá o que apareceu na Status Bar do Firefox?
"rafeala.scr"... Os .scr são de facto executáveis do Windows, criados inicialmente para serem "Screen Savers" (daí a extensão), mas agora são muito usados por hackers e quejandos para mascarem malware e cavalos de tróia. Este é o caso... Ao clicar neste link, o leitor executa um programa que pode fazer qualquer coisa no seu computador, desde apagar ficheiros a instalar um programa espião que captura as suas passwords no acesso bancário e as envia para o Pirata Informático. Sabe-se lá!


P.S.:
O link em questão já está morto, dado que alterei a mensagem antes de a publicar aqui, mas até este era falso! Em vez do ttp://www.fee.unicamp.br (que aliás, não existe) de facto tínhamos uma chamada para o "http://hotmailspace.webcindario.com" (registado numa tal de Hurricane Electric) com uma estranha "Teste Página de Cadastro", óbviamente uma fachada para as actividades ilícitas deste Pirata Informático brasileiro...

"Small Is Beautifull" e as manifestações em França contra o "Contrato de Primeiro Emprego"

Como notícia aqui, o Primeiro de Janeiro, e muitos outros jornais de Portugal e da Europa, ontem mais de milhão de pessoas sairam à rua, um pouco por toda a França, para protestarem contra:

"o Contrato de Primeiro Emprego que o primeiro-ministro francês pretende impulsionar no país, e que tem gerado a revolta entre os mais jovens, que temem ser prejudicados pelas novas regras na contratação, designadamente no que diz respeito ao princípio da introdução de um período de experiência de dois anos, que permitirá à entidade empregadora despedir qualquer trabalhador nesse período sem aviso prévio nem justa causa."

Nas últimas décadas, a França tem sido o laboratório onde ocorrem as mesmas convulsões que depois se reflectem por toda a Europa, e que acabam por chegar, mais cedo ou mais tarde, a Portugal. Por isso devemos estar muito atentos aquilo que se passa hoje em França. E o que é que se passa em França?

O desemprego está galopante em França, provocado pelo encerramento de fábricas atrás de fábricas, pelas deslocalizações para o Leste da Europa e para o Extremo Oriente, a indústria francesa evapora-se a um ritmo descontrolado e o emprego que atraía esfumou-se e engrossa agora uma turba de desempregado cada vez mais descontentes com as suas perspectivas de futuro e com a eminência da desintegração de um Estado Social que num contexto globalista de redução da carga fiscal e de fuga das empresas parece incapaz de sustentar um número crescente de desempregados.

Esta resposta que vai no sentido de liberalizar uma parte do mercado de emprego, pretende reduzir os custos da mão-de-obra, reduzir o desemprego nessa camada populacional e reincentivar a economia. Mas terá esses resultados? (se chegar a sobreviver a toda a contestação...)

O que acontecerá a um trabalhador na véspera de fazer 26 anos? O que impedirá o empregador de o despedir e de contratar outro jovem (menor de 26 anos) para o seu lugar? O número total de desempregados, não vai diminuir, apenas o número total de desempregados com menos de 26 anos... E depois? Se abrirem esta porta para a desregulamentação total, onde se irá parar? No modelo americano, onde alguém é despedido com 57 anos e deixado no desemprego para o resto da sua vida, sem subsídio, nem perspectivas de encontrar um emprego de qualquer tipo?

Não existe "Mercado Laboral", porque o Trabalho envolve Pessoas, Seres Humanos, que não podem ser comparados a Bens Manufacturados ou a Matérias Primas ou Equipamentos. O Homem é o Centro da Economia, não é um dos seus elementos, a Economia é o Homem.

Pretender agilizar a "Economia" sacrificando os direitos laborais ou sociais, ou reduzindo a zero os direitos humanos e políticos como faz a China, é sacrificar o Homem no alta da "eficiência económica" e do "valor accionista", é inverter as prioridades. Não precisamos de economias que cresçam 12% todos os anos, como os chineses e indianos que partem de patamares de desenvolvimento muito baixos. Para a Europa, para Portugal, e para os demais países desenvolvidos, o "Crescimento Zero" de alguns teóricos da década de 70 ou um crescimento moderado da ordem dos 1-3% seria mais adequado tendo em conta os já elevados padrões de consumo, de depradação do meio ambiente e o nível de vida médio nos países desenvolvidos. O problema do Ocidente não é um problema de crescimento, é um problema de repartição da riqueza gerada.

O método "convencional" e estatisto-socializante de repartir a riqueza tem sido a cobrança de impostos a empresas e particulares, que depois são redistribuídos na forma de subsídios aqueles que se considera estarem abaixo de um dado limiar ou que são incapazes de se bastarem para o seu sustento e para o dos seus. O erro está aqui. A riqueza não deve ser retirada e redistribuída, ela deve ser gerada e distribuída logo na fonte. Por isso a forma cooperativa, por isso as pequenas e médias empresas, por isso é que a produção de pequena escala e tendencialmente familiar é o modo de produção que maior redistribuição garante.

Small is Beatifull!

A Escrita Cónia: A Escrita Lusitana

"Utilizada para registar uma língua indo-europeia esta escrita é conhecida através de quatro inscrições em que os caracteres latinos são empregues. A língua parece ser uma variante do Celta, mas preserva o fonema proto-indoeuropeu /p/, que está ausente neste."

sábado, março 18, 2006

Quid 9: Que sonda é esta?

Duas pistas:


1. Foi lançada no mesmo ano em que nasci (e não, o desenho do professor Steiner do meu profile não representa ainda a minha imagem...)

2. Na sua missão, foi a primeira.

TVI: Trash Visão Independente

Ontem, quando fazia Zapping pelos canais da televisão apareceu-me à frente uma coisa da TVI, chamada "Fiel ou Infiel". Confesso que fiquei aturdido. Estavam a passar imagens de dois actores, muito, muito maus, que tentavam despir-se um ao outro, num estúdio recheado de pessoas com o ar mais boçal que se podia imaginar (devem ter um screening muito exigente) e que emitiam bocas do género: "dá-lhe!", "rameira!" e coisas inteligentes do género. Pessoalmente, não me considero muito esperto, mas aquela gente parecia acreditar que as imagens que viam eram reais, isto é, que tinham sido recolhidas por câmaras ocultas (estranhamente, móveis...) e que estariam a filmar um elemento de um casal traindo o outro com um terceiro exibido no filme. Toda a cena era vista pelo "traído" que ía comentando a coisa com uns impropérios que lhe pareciam convenientes.

Provavelmente, isto já passa na TVI à muito tempo, mas só agora dei com aquilo. O programa era tão mau que parecia impossível, mas lá estava ele! Resistindo a toda a probabilidade!

Mas mau, mesmo, foi o final... No fim, entra em palco a rapariga que traiu o noivo e dirige-se para o "noivo", quase a correr. Este, empurra-a, agride-a, perante a reacção intencionalmente "lenta" do Segurança do Estúdio. É óbvio que esta cena de violência fazia parte da encenação, mas o modo como foi introduzida, legitima o uso da violência para "resolver" situação deste género! O público boçal aplaudiu (respondendo porventura a um sinal), e os "actores" aceitaram participar numa cena de violência doméstica, onde a agressão do homem à mulher foi consentida por esta, quando aceitou representar aquela cena, e tudo cozinhado de maneira a parecer realista e verídico!

Ninguém pensou que muitos portugueses que vêm aquilo, acreditam que as cenas, que as encenação são verdadeiras? Que o exemplo violento, frutifica? Que a televisão não cumpre uma missão de Formação e Educação, e se educar para a violência é essa que dominará a nossa sociedade?


P.S..: A AACS já deliberou sobre aquilo, mas sem provimento... Ou seja, tolera-se a exibição da violência, e deixa-se tudo impune... Para que servem então os senhores da AACS?

ReReRéplica ao "Centurião" - Parte 1

"A Europa social-democrata vive mal a falência do estado social. O pedantismo de esquerda conduziu a europa a um beco civilizacional. Retiro do qual a Europa só sairá a golpes de reformas. Temos aqui e ali casos que nos mostram o caminho. Veja por exemplo, a Irlanda, a Inglaterra, e de caminho, ponha os olhos na fortaleza do liberalismo: os estados unidos. Património politico que as sociais-democracias esforçam-se por copiar, porque em rigor, o modelo social-democrata dos anos 60 deu em esturro"
Blog: Centurião

O Estado Socialo é de facto incompatível com um modelo económico globalista, onde se concedem às multinacionais facilidades várias no pagamento de impostos, desde os Off Shores (Madeira, Caraíbas, Gibraltar, etc.), aos "perdões de impostos" (O IRC da Autoreuropa), e onde a transferência das sedes sociais das empresas se realiza fácilmente (a Sonae.com na Holanda). Esta fuga das grandes empresas ocorre, para escaparam a uma fiscalidade voraz e obcessiva em manter Estados gigantes, desadaptados e globalmente ineficazes. A solução seria baixar o IRC, estabelecendo uma taxa única, baixa, e mantendo ou reforçando a fiscalização aos fujões e cessando com as outras "isenções", como os Off Shores (seria necessário um acordo internacional) ou as isenções fiscais ao IRC, que isentam grandes empresas e sobrecarregam as PMEs. O Estado Social dependiam também de natalidades sustentadas, com influxos constantes de novos contribuintes ao sistema. Assim, urge repôr a Europa Demográfica no caminho da estabilidade ou do crescimento moderado, manter a captação de emigrantes, mas reforçando a chegada dos emigrantes mais qualificados e sobretudo, aumentar a vida útil dos idosos e a sua contribuição para as economias reais. Eu não quero estar parado num sofá à frente da televisão quando tiver 65 anos. Quem quer?

Quid 8: De que livro foi retirado este desenho?

Duas pistas:

1. O autor é europeu

2. O avião nunca existiu...

Mais um tiro no pé

O Congresso Americano foi pressionado para aprovar uma verba de 75 milhões de dólares para financia a oposição ao regime clerical iraniano. Desta verba, 20 milhões serão alocados à oposição iraniana no exílio, e o resto será dispendido em projectos internet e nos media.

Vamos ver se percebemos bem: a Administração Buxa acha mesmo que é pagando os ordenados e as mordomias a uma meia dúzia de "opositores" corruptos e desligados da realidade local vai alterar alguma coisa no balanço de forças local? Esse financiamento será doravente utilizado como pretexto pelo regime dos mullahs para classificar qualquer opositor como "sionista" e "a soldo dos EUA". Os próprios órgâos de infornação iranianos serão a partir de agora sujeitos a idêntica pressão, sob o mesmo pretexto. E o governo iraniano vai encontrar na "ciberofensiva" dos EUA contra si pretextos adicionais para reforçar ainda mais as barreiras na Internet que hoje em dia já aplica... Esta ofensiva de mercenarização dos media iranianos vai criar suspeitas de confiança sobre as causas desta oposiçâo na população iraniana, e produzir os efeitos opostos aos desejados...

Se existe assim tanto dinheiro a mais para gastar na Administração Buxa, porque não o gastam a emendar a mão no Iraque e a pressionar Israel a conceder aos palestinianos um Estado Viável? Minem a argumentação adversária pela sua base e retirem-lhe os pretextos... Quem no Irão esteve contra a ofensiva americana no Afeganistão?... Ninguém, bem pelo contrário... E o que fizeram os EUA com esse capital de confiança?... Foram a correr ocupar militarmente um país muçulmano...

A Escrita Cónia: Escrita Greco-Ibérica

"A sua utilização é conhecida entre os rios Júcar e Segura - lado a lado com testemunhos da escrita Meridional e da Levantina - foram descobertos diversas inscrições numa escrita muito próxima do alfabeto jónio, razão que resultou no nome que hoje a identifica: escrita greco-ibérica. Esta uma adaptação do alfabeto grego e foi utilizado para registar uma língua ibérica. A sua utilização estendeu-se desde os séculos V a.C. até ao III a.C."

Quid 7: Sendo isto...

Duas pistas:



1. Uma fotografia tirada no final da segunda guerra mundial


2. Tinha o número "3", na sua designação...

sexta-feira, março 17, 2006

A Escrita Cónia: Escrita Celtibérica

"Concentrada na Meseta norte-oriental mas com ramificações importantes até ao sul do Ebro, a escrita celtibérica resultou de uma transformação da escrita Levantina à língua indo-europeia falada pelos celtiberos que teria ocorrido por volta do século II a.C. O sistema Edetiano da Escrita Levantina serviu de base para o seu sistema de caracteres."

O "Fim" da História

Depois do esvaziamento dos modelos marxistas, o modelo capitalista, mais ou menos liberal, mais ou menos estatizante, ficou sem adversário sério. Em consequência assistimos a alguns exageros que resultaram do fim de um pólo adversário e que se traduziram e traduzem numa perda de influência crescente do Trabalho versus Capital, do aumento do desemprego e das regalias sociais do elemento "trabalho" na equação económica. Curiosamente, a resposta ao modelo capitalista moderno, não foi um ressurgimento do comunismo, mas a aparição de um tipo novo e corrosivo de islamismo radical... Contra a Matéria prometida pelo Capital, surgiu o Espírito, prometido por Mafoma...

Não tenhamos como certo que a Matéria vencerá o Espírito. O fanatismo não pára de crescer, à medida que se acentuam as divisões no mundo subdesenvolvido e externo aos grandes pólos de desenvolvimento económico do mundo (África e Médio Oriente) e mesmo nesses países que mais têm beneficiado com os rendimentos do petróleo, como reacção a um materialismo excessivo que se impôs nos países árabes mais ricos.

O capitalismo falhou e falha onde o comunismo quase venceu: na construção de um sistema de crenças e mitos parareligioso. E agora enfrenta uma das religiões mais virulentas e proselitistas da História... O desenrolar da guerra no Iraque prova que os canhões não conseguem vencer sózinhos o coração, e que há que ganhar primeiro o coração do adversário, para o poder vencer depois...

Quid 6: Que helicóptero é este?


Duas pistas:

1. É um helicóptero de ataque

2. Não é fabricado por nenhuma das grandes potencias aeronáuticas do Mundo...

quinta-feira, março 16, 2006

Quid 5: Que navio de guerra é este?

Bem, esta aqui é mais difícil que as outras...


Três Pistas:

1. É um navio de guerra da Marinha Americana

2. Serviu na Segunda Grande Guerra

3. Existe um telefilme da década de 80 sobre os estranhos acontecimentos que - alegadamente - se terão desenrolado a bordo.


E esta?

A Escrita Cónia: Escrita Levantina (ou Ibérica do Norte)

"A partir do Sul, da Escrita Meridional, surgiu, mais a norte, a Escrita Levantina. Muito inovadora, pela introdução de uma série numerosa de novos caracteres, quase todos ligados à nasalização, como m’, a partir do u meridional, e m, como uma variante de n.

Os seus caracteres são semissilábicos e serviram para registar uma língua ibérica. Os seus textos apresentam-se quase sempre da esquerda para a direita. Alguns autores espanhóis designam esta escrita de "escrita ibérica", um nome que sobrevive hoje apenas devido ao costume, visto estar já perfeitamente firmado que não era este o único sistema de escrita empregue na Península Ibérica pelos seus indígenas, preferimos por essa razão, a designação de “Escrita Levantina”, que, aliás, tem vindo a ser empregue cada vez com maior frequência. Os vestígios desta escrita indígena surgem desde a faixa mediterrânea francesa até Segura, em território do País Basco espanhol. Razoavelmente conhecida, servia de suporte à língua Levantina (também conhecida por ibérica no sentido restrito). Estas inscrições são datadas entre os séculos IV a.C. e os I a.C.

O seu valor fonético pôde ser recolhido a partir dos seus documentos mais importantes, as legendas monetárias através do trabalho de Gomez Moreno. Este investigador começou a sua abordagem pela legendas bilingues que, naturalmente, permitiam a identificação rápida de alguns signos. Assim, reconheceu os caracteres para CEL nas moedas da Colonia Iulia Celse, GIL, nas moedas de Edetania e SAETABI, nas de Xátiva. Passou de seguida às moedas de séries ibéricas que eram continuadas com moedas de semelhante tipologia mas com legendas latinas, o que permitiu recolher os caracteres para BILBILIS, SEGOBRIGA e CLOUNIOQ. Prosseguindo ainda mais longe nesta sua análise, Gomez Moreno acabou por obter uma leitura relativamente consensual para os valores fonéticos destes caracteres. Observemos por fim, que o autor identificou vários sons que nos signos silábicos se revelam imprecisos, nomeadamente B e P, T e D e, por fim, K e G.

A Escrita Levantina pode ser subdivida em duas variantes utilizadas durante os séculos IV e III a.C.: Uma empregue a norte do rio Ebro, e conhecida como sistema Catalão; e uma segunda, usada mais a sul e conhecida como sistema Edetiano. Depois do século III a.C., o sistema Catalão deixou de ser utilizado, permanecendo apenas o sistema Edetiano."

A tragédia do Darfur

Desde que a tragédia do Darfur começou em 2005 mais de 300 mil pessoas já morreram, e de uma população de seis milhões, dois milhões foram forçados a abandonar as suas terras ancestrais. Apesar de se tratar da maior tragédia humanitária dos últimos anos, a Comunidade Internacional pouco tem feito para pôr fim a este conflito...

Existem actualmente no Darfur cerca de sete mil soldados da União Africana, mal equipados, mal treinados e sem liderança nem mandatos claros. A sua inépcia tem feito com que as miliícias muçulmanas pró-governamentais tenham agido impunemente até agora na sua limpeza étnica.

Para esta passividade internacional muito têm contribuído a Rússia e a China... A primeira porque vende armamento ao governo sudanês, e a segunda porque lhe compra petróleo. Uma e outra escolheram colocar a Economia à frente da Humanidade.

Kofi Annan apelou para que fosse enviada para o Darfur uma força de manutenção de paz de 12 a 20 mil homens, mas o historial destas forças da ONU indica que nunca estas conseguiram ter um papel determinante na estabilização de nenhum conflito... Ora não tinham uma missão clara, ora a sua missâo remetias a um papel de "observadores", ora era subequipadas e formadas por exércitos fracos e indisciplinados... Os erros das forças da ONU na Bósnia, Palestina e Somália não se devem repetir. Não são precisos mais alvos no Sudão... Para isso já lá estão os habitantes do Darfur...

As forças da União Africana no Darfur devem ser reforçadas urgentemente. A sua componente aérea inclui apenas dois helicópteros em fim de vida e mesmo estes ficam frequentemente em terra por falta de combustível e manutenção. A solução mais rápida seria enviar uma força de ataque helitransportada, directamente respondendo perante a NATO ou a ASEAN para o Darfur, impôr um bloqueio aéreo que impedisse a acção dos helicanhões Mi-24 Hind governamentais contra civis e aldeias... As reinvindicações dos darfurniano deviam ser atentidas. O Sudão, o maior país africano, e também um dos regimes mais islamizados do mundo, devia ser redesenhado, provavelmente dividido por três, de acordo com as religiões de cada uma das partes (animista, islâmica e cristã). Contudo, a divisão do Sudão iria fazer tocar a campaínha do islamismo radical, especialmente se fosse conduzida por forças ocidentais e da NATO... A solução seria executar a divisão por forças de países árabes ou muçulmanos com apoio aéreo e financiamentos ocidentais, mas onde estão elas? Nos seus quartéis. Receosas de serem associadas a qualquer coisa que seja feita pelos mesmos que ocupam actualmente um país muçulmano; o Iraque...

O abandono do Darfur é mais uma consequência da política americana no Iraque. Por um lado, absorbe quase todos os recursos financeiros e militares dos EUA e do RU, por outro afasta destes quaisqueres possíveis aliados em operações menos polémicas noutras regiões do globo.

Bush e os seus erros são em última instância responsáveis por cada um dos 300 mil mortos no Darfur...

A Escrita Cónia: Escrita Meridional

"A chamada escrita Meridional é assinalada a sul de Júcar e noutros pontos da Alta Andaluzia. Este sistema de escrita resultou de uma influência exercida a partir do Sudoeste da Península, da Escrita Cónia . Ao contrário desta, os seus caracteres são semissilábicos, mas mais semelhantes com os da Escrita Cónia do que os da Escrita Levantina, o que indicia a existência de uma influência directa. A língua dos seus utilizadores seria o Ibérico, e a necessidade de registar uma língua diferente levou à necessidade de adaptar os caracteres recebidos dos Cónios para a variante hoje conhecida como “Escrita Meridional”."

quarta-feira, março 15, 2006

Quid 5: Onde foi tirada esta fotografia?

Três pistas (de novo, esta é mais difícil):



1. Está perto de dois dragões

2. Ao lado direito tem a entrada para um subterrâneo

3. Foi tirada num jardim de uma residência portuguesa construída no século XIX

LOST: O logotipo da "Dharma Initiative"

Quem viu o S2E2 e ontem mesmo o S2E3 da série "Perdidos" (LOST) vislumbrou (no S2E2) e pôde finalmente observar detalhadamente o logotipo da "Dharma Initiative" que parece estar na origem da construção e da manutenção das instalações subterrâneas guardadas por Desmond...

O que significa este Logotipo?

Quando o vi no S2E2 veio logo à minha memória RAM uma fotografia de uma bússola geodésica chinesa usada na arte do Feng Shui, o que já indica que algo no enredo da série se refere a uma localização específica já que o Feng Shui permite encontrar os lugares mais bem posicionados para construir uma casa, dispôr os móveis e as divisiões numa casa, etc. Ou seja, a Dharma Initiative tem tudo a ver com um lugar específico, e esse lugar é a Ilha... Que tem algo de especial do ponto de vista geográfico.

Depois, no logo, dispostos em torno do Cisne, temos os oito trigramas essenciais do Livro das Mutações, uma das obras basilares do Taoísmo, e o próprio cisne assemelha-se muito ao conhecido símbolo de Yin e Yang que representa activo/passivo ou masculino/passivo.

Por disposição, eis os valores de cada símbolo:

Fogo
Lago Terra
Montanha Vento
Trovão Céu
Água

Repare-se na oposição:
Fogo-Água
Lago-Terra
Montanha-Vento
Trovão-Céu

Coincidência?... Não creio... A disposição e a escolha dos trigramas indica o conceito de "oposição" de oposição bipolar, magnética, em que dois pólos colidem e se repelem... Uma alusão ao "electromagnetismo" da Ilha e à atracção magnética da parede do subterrâneo?

Começo a formar a minha teoria sobre o que está por detrás da actividade electromagnética da Ilha...

Quid 4: Que avião é este?...

Pistas (só duas!):

1. Nunca chegou a voar

2. Está conservado num armazém de um Museu norte-americano


P.S.: Esta é difícil! Até para o Sá Morais, acho...

Quid 3: Que série televisiva é esta?...

Mais uma vez... Três pistas:


1. É de Ficção Científica

2. O personagem da imagem não era humano

3. Era passada dentro de uma libelinha (verdade!)

LOST: A minha teoria... O S2E1 (Série 2, Episódio 2)

Ontem foi emitido o S2E3, pelo que esta tentativa de interpretação do episódio S2E2 já está um bocado obsoleto... Em consequência corrigi alguns erros que já foram esclarecidos no S2E3. Mantive o cuidado de não incluir spoilers em relação pelo menos ao S2E3 e mantenho a contenção de me abster de procurar na Net respostas para os mistérios desta fascinante série norte-americana. E como tem sido difícil...

Factos Relevantes:
.A omnipresença da etiqueta que representa um hexágono com caracteres do I Ching e a palavra Dharma sobreposta. A etiqueta surge no uniforme de Desmond e em todos os mantimentos que estão no subterrâneo. A etiqueta assemelha-se a uma bússola geodésica chinesa.

Interpretação:
.As instalações subterrâneas pertencem a uma organização, não a um indivíduo
.A organização é de origem oriental, provávelmente com grande influência de Hong Kong, já que a China de 1980 ainda era um país fechado sobre si mesmo e onde a tradição cultural chinesa (como o I Ching) era reprimida.
.Existe um fluxo constante de abastecimentos do exterior para as instalações subterrâneas, as barras de chocolate, com a sua validade de meses e não anos, provam isso mesmo
.A similitude entre o logotipo e uma bússola geodésica chinesa indicam que algo de especial tem o local onde foi construída a instalação. O facto de ser subterrânea, indica que é algo que está no solo ou enterrado, e o forte magnetismo regoistado na parede (a chave de Jack atraída) indica que o fenómeno tem uma qualquer manifestação magnética. Ou seja, que possuí uma fortíssima carga eléctrica... Será a fonte de energia abundante destas instalações subterrâneas, capaz de as alimentar durante anos seguidos?

.Desmond usa uma AK-47
..pelo aspecto pode ser uma arma de origem chinesa... O que reforça a tese das ligações orientais da organização da etiqueta

.Contagem decrescente e o número 108
.O número é o resultado da soma dos "nùmeros malditos"... Parece ser um número de minutos e representar algo que acumula energia ou tensão, gerada a um ritmo muito regular e constante e que deve ser libertado de uma forma controlada cada 108 minutos... Assim sendo, a sala dos computadores será apenas um backoffice para instalações ocultas, mais mecânicas, do que "informáticas" e verdadeiro coraçâo e objectivo do subterrâneo...

A Escrita Cónia: As Escritas Pré-Romanas da Península Ibérica

"A questão da origem das escritas pré-romanas da Península Ibérica tem feito correr imensos rios de tinta. Actualmente, existe um consenso em torno da origem oriental dos sistemas de escrita ibéricos, divergindo os historiadores na defesa de uma origem dupla ou por uma única fonte. Embora muitos tenham defendido uma origem dupla, a partir da escrita grega e da fenícia, a corrente que defende a origem única, a partir da escrita fenícia, tem vindo a ganhar solidez nos últimos anos.

A paleografia indica a Escrita Sudlusitânica ou Cónia é o mais antigo dos sistemas de escrita ibéricos, e é precisamente nesta que a forma dos signos mais se assemelha aos fenícios de onde provém em primeira mão. A morfologia dos signos provenientes do fenício indica que este empréstimo ocorreu por volta do século IX a.C. o que permite datar a introdução da escrita na Península, provavelmente através de Tartessos com a qual os fenícios mantinham intensos laços comerciais e com quem os cónios pareciam manter relações muito próximos, se é que não faziam parte mesmo parte dos domínios políticos dessa cidade. A prioridade da Escrita Cónia é também confirmada pela arqueologia que nos apresenta os primeiros exemplos do uso de escrita na Península na forma de estelas cónias datadas do século VI, isto, dois séculos das inscrições Levantinas ou Meridionais mais tardias."

terça-feira, março 14, 2006

Quid 2: Que filme?

Três pistas:

1. Baseia-se num conhecido livro do século XIX

2. É de ficção científica

3. Tudo se passava em torno de uma certa "máquina"...

ReRéplica ao "Centurião"

Continuando o interessante (pelo menos para mim) debate "ideológico" entre o "Centurião" e Moi Même, eis que cá vai mais um episódio do nosso debate sobre o Capitalismo e o Marxismo:


"Marx previu a falência do capitalismo. Falhou. Os herdeiros prevêem o alastramento global da pobreza em beneficio de uma minoria de ricos. Vão falhar."

O Capitalismo não é certamente a última forma económica que a História conhecerá, assim como não foi a primeira, outras lhe sucederão. Um dia, ele chegará ao fim e será substituído por outra coisa qualquer. Actualemente parece ter sido a forma mais eficiente de criar riqueza, embora não a de a distribuir. o Capitalismo mais extremado tende a dividir a sociedade em muito ricos e muito pobres, assim como fazia o comunismo soviético (Nomenklatura vs o resto), desde 45 até finais da década de 80, a Europa ocidental conheceu um regime intermédio, influenciado pela "ameaça vermelha", e logo tentado anular os argumentos dos partidos comunistas locaia, com Estados fortes, sociais e rentáveis que conheceram nos países nórdicos os seus paradigmas mais perfeitos. Esse seria o regime ideal. Mas hoje, com a Globalização e a Supressão cega das barreiras alfandegárias, esse regime seria económicamente inviável. A solução? Na minha opinião, um regresso às ideias de António Sérgio e uma boa dose de comunitarismo "medieval" (cidades medievais, "conselhos" municipais e não-propriedade agrícola), nem na onda do pensamento de Agostinho da Silva e do nosso Portugal medieval poderia ser uma alternativa...
Mas disperso-me!


"Não encontro melhor índice de reforço da classe media chilena, do que a quebra do numero de chilenos abaixo da linha de pobreza de 46% em 1987 para 23% em 1998, é um exemplo particularmente eloquente da dinâmica social que se fez sentir no Chile e que desbarata o argumento que ocorreu uma erosão da classe media com a introdução do liberalismo."

Essa redução é negada por alguns chilenos... Mas imagino que existam sempre números capazes de provar todas as teses possíveis e imagináveis. De qualquer maneira, existem chilenos acreditam que a descida se deveu sobretudo a uma manipulação estatística, com a redefinição em baixa dos patarames de pobreza... Um golpe de mágica ao de Blair quando reduziu de um momento para o outro o desemprego no RU ao fazer sair desse número 300.000 de deficientes (ano passado, creio eu). Estes críticos dizem que o número mais realista de pobres rondará os 40 a 50%... Segundo os padrões antigos... Mas certo, certo é que 58% dos pensionistas chilenos recebem apenas 120 dólares mensais e a percentagem remanescente recebe reformas ainda mais reduzidas, formando grande percentagem desse número de pobres.

"Desenvolvimento urbano seguida de perto de uma massa rural de pés descalços. Qualquer teoria sobre desenvolvimento sustentado devia guardar um capitulo sobre a turba que abala para as cidades."

É verdade. Esse fénomeno do êxodo rural ocorreu sempre que a modernização das técnicas agrícolas libertou mão-de-obra e que esta procurou alternativas de vida nas urbes. Isso aconteceu no século XI, no XVIII e no XIX. E agora repete-se, com mais vigor do que nunca, porque nunca houve um ritmo de mecanização dos campos tão intenso como hoje. O problema é que as cidades já não são capazes de absorver tanta mão-de-obra e isto é especialmente verdade na China, onde a vinda destes "emigrantes rurais" tem contribuído para a persistência consistente de preços de mão-de-obra barata na China e em menor grau na Índia (a produção industrial indiana caiu de 2006 para 2005!). Mas mesmo a florescente industria chinesa não está a conseguir absorver toda essa mão-de-obra e estes desempregos (sem subsídio) começam a acumular-se nas cidades, vivendo nas ruas e traficando, roubando e trabalhando em pequenos biscates. Essa mole crescente um dia há-de começar a provocar problemas sérios nas cidades chinesas e a reclamar a sua fatia na prosperidade que a vê a rodeá-la...

"A china é credora de criticas, entre as quais, a supressão total de liberdades varias, violação dos direitos humanos, escandalosa distribuição do rendimento nacional, etc, mas não podemos implorar por regalias e direitos, que aqui, na Europa levaram décadas a serem decantadas. As virtudes do estado social não são o fruto espontâneo de nenhuma arvore."

A China é actualmente o país do mundo com uma atitude mais cínica e amoral. Veja-se o seu bloqueio no envio de ajuda militar ao Darfur e na questão nuclear iraniana, porque importa petróleo de um e de outro país, veja-se a bárbara ocupação e repressão no Tibete, veja-se o tratamento que dão aos animais para lhes recolher pele, etc, etc. é um sem número de bárbaries. De farol da civilização, a China é hoje, farol da barbárie. Uma pena... Numa das mais remotas civilizações do mundo e num dos povos mais inteligentes, que tenha cedido a um regime bárbaro e cruel. Mas talvez não tenham opção. Veja-se o que aconteceu em Tiannamen... A este ritmo a China não caminha para nenhum tipo de "estado social", mas aprofunda sempre aquele estranho paradoxo de ser um estado comunista (politicamente) e ultracapitalista (económicamente). A classe média chinesas não existe, não no conceito que dela temos no Ocidente, pelo menos, e nem mostra sinais de vir a surgir, ao contrário da Índia onde esse fénomeno é emergente nos empregos ligados às ITs (deixando de parte 25% da população).

Se bem me lembro, a classe média chinesa actualmente não deve representar mais de 20% do total da sua população e o GDP ainda ronda uns baixíssimos 1000 USDs... (Peru: 950 USDs, Vietnam 2900 USDs, vendo aqui ao calhas no meu The Cambridge Factbook). É certo que em 1992 era de apenas 380 USDs, e esse foi um aumento consistente e grande, mas ainda falta tanto para chegar aos patamares europeus... E ninguém acredita que a China continue a manter os seus níveis de crescimento por mais de cinco anos... A porporção de consumo doméstico do GDP ainda é muito baixa (59% quando a média mundial é de 78%), o que indica a existência de padrões de consumo muito fracos. Mas é nas populações rurais (70% da população total) que reside o grande problema... Muitas cidades estão hoje a impedir por todos os meios a chegada de novos exilados rurais e os seus baixos rendimentos e a impossibilidade de os aumentarem no meio rural significa que em breve assistiremos a um travar do crescimento da classe média chinesa (o GDP de um um agricultor chinês é de apenas 317 USDs, um terço da média chinesa!)

Fontes:
http://www.chinadaily.com.cn/english/doc/2004-10/27/content_386060.htm
http://www.chinadaily.com.cn/english/doc/2005-02/18/content_417241.htm
http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/3732914.stm
http://www.china-embassy.org/eng/gyzg/t80880.htm
etc etc etc etc

P.S.: Ufa!

A Escrita Cónia: A Introdução

Vou repetir pela terceira vez, a já antiga série de Posts sobre a Escrita Cónia ou Cinética ou ainda Sud-Lusitânica, segundo os autores... Pessoalmente prefiro a primeira, pela clareza que induz na associação nome étnico do povo que a concebeu, os Cónios ou Conii das fontes clássicas.

Repito do princípio, porque muito francamente, não me lembro onde fiquei... E repito porque me chateia deixar todo o trabalho de investihação, recolha e análise na gaveta... Assim alguém que faça algum trabalho escolar, ou que seja um simples curioso poderá pelo menos aproveitar algum deste trabalho, já que nenhum editor se deu ao trabalho e risco que se aventurar numa edição da coisa.

Enfim. Cá vai a "coisa", no seu primeiro capítulo, muito espantosamente chamado de "Introdução"...


"No Baixo Alentejo e Algarve foram descobertos vários vestígios arqueológicos que testemunham a existência de uma civilização detentora de escrita que se teria desenvolvido entre o século VIII e o V a.C. A escrita que serve de objectivo a este trabalho está presente nas lápides sepulcrais desta civilização e nas moedas de Salatia (Santiago do Cacém) e é datável na Primeira idade do Ferro, surgindo no sul de Portugal e estendendo-se até à zona de fronteira. As estelas mais antigas recuam até ao século VII a.C. e as mais recentes pertencem ao século IV. O período áureo desta civilização coincidiu com o florescimento do reino de Tartessos, algo a que não deverá ser alheio a intensa relação comercial e cultural existente entre os dois povos e que também teve uma escrita, que ao contrário do que sucede com a dos Cónios, é hoje conhecida nas suas linhas gerais.

Embora a arqueologia não nos permita identificar claramente o nome deste povo, as largas dezenas de estelas escritas que foram descobertas nas cidades e necrópoles deste povo parecem incluir o nome do povo cónio, uma população autóctone que já surge mencionada em autores clássicos, nomeadamente na "Orla Marítima" de Rufus Festus Avienus.

Nas próximas páginas procuraremos elucidar o leitor sobre as características da civilização que produziu as estelas que serão o objectivo fundamental deste trabalho e também uma visão sumária sobre as várias teorias interpretativas e de traduções propostas até hoje."

LOST: A minha teoria... O S2E1 (Série 2, Episódio 1)

Este será o primeiro Post sobre a excelente série que a RTP1 está a emitir às terças-feiras à noite e que tem o nome de LOST.

O fio do enredo é denso, mas coerente. E o argumento deixa-nos pistas sobre aquilo que estará de facto por detrás de LOST e do mistério da Ilha onde se desenrola a acção. Existem na Internet uma ampla profusão de Sites, Foruns e Grupos de Discussão sobre LOST, mas após umas saltadas iniciais a que não soubemos resistir, mas que não foram demasiado longe, passaremos a lançar aqui algumas das nossas teorias sobre o enredo desta série da ABC... Digam de vossa justiça sobre a correcção ou não das minhas teorias...

S2E1 (Série 2, episódio 1):

Factos relevantes:
.pequeno barco com curto raio de autonomia.
.os "Outros" detectaram a Jangada por radar

Implicações:
.Os "Outros" têm instalações portuárias
.Os "Outros" recebem regularmente combustível do exterior ou têm grandes instalações de armazenamento
.Os "Outros" operam um Radar, logo têm um gerador eléctrico, alimentado com o mesmo combustível do ponto anterior ou com uma outra fonte nativa: Solar? Duvido... As instalações da Ilha parecem datar todas da década de 70. Resta a Geotermia ou a Hídrica... Mas onde estão os rios? Ainda não surgiu nenhum rio no enredo da série...

segunda-feira, março 13, 2006

Quid 1: Alguém consegue adivinhar que avião é este?

Pistas:

1. É russo

2. É um modelo de instrução e ataque ao solo

3. A sua fábrica fabricou um dos melhores aviões de ataque ao solo da Segunda Guerra Mundial

Obrigadinho!

Com a multiplicação da pressão internacional sobre o Irão na questão do programa nuclear iraniano não seria irónico se em vez dessa pressão se traduzir na queda dos líderes mais radicais que ocupam actualmente o poder em Teerão, isso fosse atiçar a chama nacionalista, tão viva no Irão, provavelmente ainda mais vida que a própria chama religiosa?

Estes neocons americanos que estão por detrás da pressão da "Comunidade Internacional" parecem tudo desconhecer acerca do Irão. Quanto mais pressão derem, e sobretudo, se a tornarem em pressão militar, irão eternizar no poder esse tarado demagógico que é o presidente Ahmadinejad... A tecla nacionalista toca muito alto no Médio Oriente, especialmente quando é reforçada pelos 36 biliões de dólares de exportações petrolíferas...

Mas se a pressão não é a melhor opção, então o que fazer? Porque não acreditar simplesmente nas intenções iranianas? Deixá-los controlar todo o ciclo de produção de combustível nuclear, mas garantindo que deixam instalar suficientes mecanismos de vigilância electrónica e que se deixam inspeccionar. O Irão é um dos países mais civilizados do Médio Oriente e o seu não-arabismo e a sua própria interpretação divergente do Islão (o Shiismo) poderia servir de contrapeso ao Sunismo radical saudita e waabita.

Infelizmente, quando no Irão esteve no poder o clérigo muito mais moderado e democrático Mogammad Khatami, ninguém soube aproveitar a sua moderação, nem sequer o movimento pró-ocidental e anticlerical (paradoxo!) que o levou ao Poder... Os EUA e demais aliados preferiram manter o verbo agressivo e repelente. E agora, toma. Levam com o tarado perigoso do Ahmadinejad, reforçado com a alta do petróleo e com o poderoso nacionalismo persa.

Obrigadinho!

domingo, março 12, 2006

Constâncio: "ganho muito"

Constâncio queixa-se que ganha muito... (Correio da Manhã)

Num país onde o salário mínimo anda pelos 380 euros e onde o próprio Presidente da República, do alto do seu cargo decorativo, consome 7155 euros, o abastadíssimo Constâncio "queixa-se" dos seus 25 mil euros mensais... (com um salário destes temos sempre que escrever "mensais", para que o leitor não fique confundido).

Constâncio, queixa-se, mas não consta que contribua regularmente com parte significativa do seu vencimento para nenhuma causa social ou que tenha recusado explicitamente receber parte do mesmo...

Apesar disso continua a reafirmar a necessidade de contenção salarial dizendo que "reduzidos”. E aproveitou até para reafirmar a necessidade de contenção ao nível das remunerações, já que “a média salarial cresceu nos últimos anos em Portugal mais do que no resto dos países europeus e do que a produtividade do País”. O que é uma falácia! Esquece que nas décadas precedentes os salários perderam em relação à inflação todos os anos, e que esta perda regressou pelo menos desde 2003 (corrijam-me se estou enganado). Ou seja, se durante uns anos existem ganhos, estes têm imediatamente que ser anulados? E naqueles em que existem perdas e o senhor governador se mantêm mudo e quedo?

E depois faz a ligação imediata e directa entre salários e competitividade... Como se esse fosse o único critério, ou até o mais importante... Não é! E a qualificação? E a qualidade da gestão? E o investimento e a eficácia do mesmo? E os níveis de impostos nacionais? E uma cultura demasiado "estatista" do nosso sector primário, sempre ansioso por subsídios, quando devia esperar que o Estado o ajudasse com... baixos impostos?

sábado, março 11, 2006

Portugal: Zero habitantes depois de 2096 ???

Segundo a revista britânica The Economist de 11 de Fevereiro, 30% das mulheres alemãs tencionavam nunca vir a ter um filho na sua vida... Neste domínio, contudo, o exemplo alemão está longe de representar o único modelo possível. Embora os países europeus do Norte e do Ocidente tenham assistido a grandes quebras demográficas na década de sessenta, depois de duas décadas de determinadas, constantes e intensas políticas estatais de incentivo à natalidade conseguiu-se na última década a estabilidade demográfica e mesmo o retorno a um modesto crescimento que a Europa desconhecia desde a década de cinquenta, com taxas de filho por mulher na ordem dos 2,1. O problema demográfico continua grave a Leste e a Sul, e Portugal conta-se entre os países onde a taxa de substituição é mais grave... Nestes países, a taxa de filhos por mulher é de apenas 1,3... O que provoca a evaporação de METADE da população a cada 45 anos... A chegada de centenas de milhares de emigrantes não-europeus tem disfarçado a gravidade do fenómeno, mas a emigração nunca poderá de per si resolver o problema porque se fôr intensificada carregará consigo a inevitável carga de xenofobia e de explosiva fragmentação cultural, social e religiosa, que resulta da instalação e expansão de ghettos não integrados em qualquer sociedade.

A manterem-se os números actuais, Portugal e antes dele, os países do Leste europeu onde o fenómeno é agravado pela existência de intensas correntes migratórias para o resto da Europa verá a sua população reduzida a apenas 5 milhões em 2051 e será inferior a um milhão de habitantes em 2096! Ou seja voltaremos à população que Portugal tinha no começo da Idade Média, atravessando antes por uma imensa crise social e económica provocada pela existência de uma altíssima percentagem de população idosa, sustentada por uma baixa camada de população em idade laboral. Urge inverter este processo JÁ. E contudo, falta no Estado, nas empresas uma política de incentivo à natalidade semelhante aquelas políticas que os países escandinavos encetaram na década de sessenta... E aqui não podemos confiar nos utópicos modelos liberais que acreditam que a sociedade se autoregula... Onde estariam os nórdicos hoje se tivessem adoptado o Laisser Faire liberal nas suas políticas demográficas?

Vitória ?! (por quando tempo?...)

O João Pestana do We Have Kaos In Our Garden chamou-me a atenção para esta notícia do Correio da Manhã (clicar aqui) de 9 de Março onde ficamos a saber que:

"O C presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) manifestou-se ontem frontalmente contra a cobrança de taxas nos serviços Multibanco. Carlos Santos Ferreira falava durante a apresentação dos resultados do banco público, que apresentou lucros de 537,7 milhões de euros no ano passado, mais 29,3 por cento que em 2004."


Foi sem dúvida coincidência, mas no dia 8 eu tinha feito seguir para 30 jornais nacionais e regionais e para as 3 televisões um apelo à divulgação da petição... É praticamente certo que a dita não chegou aos ouvidos do presidente da CGD, mas os ecos das declarações dos presidentes do BES, Santander e da própria Caixa criaram muito mais ressonância além da Petição especialmente num contexto de crise económica e de contraditórios explosivos lucros bancários... Aliás, repare-se o próprio contexto em que surgem estas declarações... Numa apresentação pública dos montantes avultados dos lucros do Banco... Eis demonstrado por um dos maiores banqueiros nacionais que era imoral cobrar essas Taxas numa época em que os lucros da Banca são crescentes e em contracorrente ao resto da Economia

sexta-feira, março 10, 2006

Entrevistaram o oGrunho...

Não sei se sabem o que é um Podcast, mas cá o vosso autor foi entrevistado pelo "Sixhat Agridoce", um dos melhores podcasts nacionais dedicados a temas científicos, tecnológicos e da Internet e que é gerido pelo David Rodrigues.

Para ouvirem a dita basta clicarem na caixa lateral que coloquei à uns dias no oGrunho, e se tiverem muita paciência e uma capacidade sobrehumana para traduzir a minha abominável dicção, saberão aquilo que penso sobre o Espaço e a exploração espacial...

Parabéns ao David que assume sózinho a responsabilidade de levar a bom porto o seu Sixhat com o sucesso que poderão constatar...

O futuro da indústria portuguesa e as deslocalizações

A deslocalização está a abater-se violentamente sobre as nossas empresas industriais que dependiam excessivamente da mão-de-obra intensiva e que mantinham baixos níveis tecnológicos. Desde a época da EFTA que Portugal beneficiava das deslocalizações de empresas têxteis nórdicas, italianas e francesas, mas agora com a Globalização, e com a queda da maioria das barreiras alfandegárias, essas mesmas empresas que vieram antes para Portugal - como bem referia a Sofia e a Inês - fogem agora para a China e para a Índia, em busca de custos sempre mais baixos...

Que podemos fazer?

1. É imoral que uma dada empresa chinesa ou indiana seja mais competitiva do que uma empresa europeia apenas porque pratica "dumping social", isto é, porque proíbe a greve (China), porque tem jornadas diárias de trabalho de 14 horas (China), porque os trabalhadores só gozam cinco dias de férias de cinco em cinco anos (Coreia do Sul), etc., etc... Os países que não concedem pela Lei direitos laborais mínimos não deviam beneficiar da supressão de barreiras alfandegárias. Para bem dos seus próprios cidadãos e dos cidadãos do resto do mundo... Por isso recuso-me artigos fabricados nesses sempre que tenho uma alternativa, ainda que inferior ou ligeiramente mais cara.

2. Mesmo se o "dumping social" fôr combatido, Portugal não conseguirá manter a competividade apenas com base nos baixos salários... É necessário apostar na inovação, no design, na Educação e formação profissional para re-empregar as crescentes massas de desempregados deslocalizados. Portugal deve aproveitar esta crise terrível na sua indústria para recentrar a sua produção na qualidade e no design, transferindo inclusivamente a produção para o estrangeiro, mas mantendo sempre patamares laborais idênticos aos europeus - ainda que com custos inferiores - e dando sempre prioridade ao espaço lusófono (no seguimento das ideias que defendemos no Movimento Quintano). Estas empresas renovadas devolveriam ao Estado os seus impostos e aos seus trabalhadores as perspectivas de futuro...

3. As empresas multinacionais que montaram os seus negócios em Portugal, que beneficiaram durante décadas de isenções fiscais não deviam poder encerrar impunemente as suas actividades... O dinheiro perdido em impostos isentados devia ser devolvido ou então os seus produtos deviam receber uma taxa de importação especial.

4. O Estado devia criar mecanismos jurídicos, fiscais e de apoio à gestão que incentivassem os trabalhadores das empresas deslocalizadas a formarem cooperativas de produção e a tomarem nas suas próprias mãos a empresa abandonada, à semelhança do que acontece hoje na Argentina onde existem mais de 30.000 trabalhadores nas chamadas "empresas recuperadas".

5. A carga fiscal portuguesa é absurda. Desde o iva que arruinou todo o comércio localizado a menos de 100 km da fronteira espanhola ao irc que leva a "engenharias financeiras" ardilosas para a ele escapar, todo este jugo tem que desaparecer. O irc deve limitar-se a uma taxa única e o iva descido até aos valores espahóis. Como compensar esta quebra de rendimentos? Com as receitas fiscais dos quatro pontos anteriores...

quinta-feira, março 09, 2006

100 euros por mês...

Conheci recentemente alguém que já trabalhou numa grande multinacional do ramo da informática e que foi dispensado nesta empresa porque as suas funções iriam passar a ser desempenhadas em outsourcing na Índia.

Porque encerrar o escritório nacional e passar todo o suporte telefónico para a Índia? Porque os custos eram infinitamente mais baixos... Um engenheiro informático indiano ganha 100 euros por mês e um chefe de projecto 200 euro... Ambos licenciados pelas melhores faculdades de Bangalore, trabalhando na Índia e recebendo um ordenado 4 a 6 vezes mais alto que a média indiana.

Como competir com ordenados destes?

Nas minhas funções dou suporte a um sistema de backups conhecido como BrighStor Enterprise Backup da CA, que muito trabalho me dá para manter à tona de água... Contacto assim com demasiada frequência o suporte telefónico da CA... Normalmente ia ter a um espanhol que lá me impingia os flowcharts do costume até chegar ao problema, mas da última vez fui ter a um tipo que falava um inglês cockney absolutamente perfeito, tipo Tatcher, estão a ver? Estou a falar com o Reino Unido, pensei eu... (os números de suporte raramente indicam o país de destino). Fui falando com o técnico, sempre seguindo os malfadados flowcharts, dizendo que versões tinha, que sistema usava, etc. Quando notei que entre as minhas falas e as respostas do técnico havia sempre uma margem de alguns segundos... Perguntei então de onde ele me falava...

De Bangalore (Índia), respondeu-me...

Um dia, a manter-se este ritmo, e sabendo que a maioria das empresas da Fortune500 já mantêm parte das suas operações informáticas em Outsourcing na Índia, um dia todos os empregos na área informática que possam ser desempenhados remotamente (suporte, desenvolvimento, helpdesk, etc.) serão desempenhados por indianos, trabalhando na Índia.

Mas, e depois... Quem terá emprego para comprar os produtos e sistemas que precisam de suporte? Os indianos?