oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Agostinho da Silva: "Brasília não se teria construído sem os mestres-de-obras portugueses"

"No Brasil, o seu grande feito foi a edificação de Brasília. Brasília não se teria construído sem os mestres-de-obras portugueses. Eles serviram de intérpretes entre a engenharia e a arquitectura do Sul do Brasil, por um lado, e o operariado analfabeto do Nordeste, por outro. Não se entendiam, eram duas metades do Brasil que não tinham possibilidade de se compreender, e o mestre-de-obras no meio."

Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos


Da mesma forma, hoje, entre o espírito abstracto e especulativo de ingleses e franceses, Portugal e os Portugueses podem agir como catalisadores com a força prática e concreta de alemães e eslavos. O carácter generalista português é cada vez mais precioso e útil num Mundo onde as ciências se especializam cada vez mais, criando monstruosidades intelectuais que tudo sabem sobre um ínfimo detalhe da sua ciência mas que ignoram tudo sobre o detalhe do lado. Neste Mundo, o Generalista "mestre-de-obras" que vive em cada Português pode revelar-se determinante.

O papel de Ponte de dois Mundos cumprido pelos mestres-de-obras Portugueses em Brasília é aquele que compete agora aos Portugueses do Século XXI. A Portugal compete agora a missão de ReLigar os dois Mundos em que se divide hoje o Mundo: a Europa (tida aqui no seu conceito mais lato e vero de Europa desde a América aos Urais, herdeira do Império Romano) e a Ásia, tida cada vez mais como o outro grande pólo da Humanidade. De permeio, a África será a Ponte entre os dois e nela estarão os Portugueses, verdadeiros "africanos" (por raízes Tardenoisenses e Berberes) entre os Europeus.