A "corrida" presidencial
Ontem na TVI tive o desprazer de assistir a uma reportagem a um daqueles agora muito populares jantares-comício de apoio a uma candidatura presidencial, desta feita de Mário Soares. Na reportagem uma jovem jornalista perguntava aos apoiantes soaristas se não estavam preocupados "com a segunda posição de Mário Soares", ao que estes responderam com o grunhidos habituais e da praxe, directamente emanados das circulares de campanha lidas apressadamente no autocarro que os levou até ao jantar.
"Segunda posição"? As eleições presidenciais não são nenhuma corrida tipo Lisboa-Dakar, onde os candidatos percorrem uma pista e estão uns à frente dos outros. Até ao momento da contagem dos votos, todos os candidatos têm os mesmos votos e ninguém está à frente de ninguém. Se admitirmos que as sondagens podem classificar candidatos, Soares não ocupa essa "segunda posição" em todas as sondagens... Aliás, nem a betandwin o colocava em segundo lugar, se bem se lembram... Assim sendo, porque anunciar ao público que segue o telejornal da TVI que Soares "está em segundo lugar"? Será apenas imbecilidade e ignorância crassa por parte da redacção da TVI? Compadrio com a partidocracia? Excesso de simplificação anti-democrática? Ou será que o discurso ultrasimplificante do nebuloso mundo do Futebol já invadiu todas as áreas de pensamento e do discurso e é agora incontornável, mesmo na mais soberana forma de Democracia: uma eleição?
"Segunda posição"? As eleições presidenciais não são nenhuma corrida tipo Lisboa-Dakar, onde os candidatos percorrem uma pista e estão uns à frente dos outros. Até ao momento da contagem dos votos, todos os candidatos têm os mesmos votos e ninguém está à frente de ninguém. Se admitirmos que as sondagens podem classificar candidatos, Soares não ocupa essa "segunda posição" em todas as sondagens... Aliás, nem a betandwin o colocava em segundo lugar, se bem se lembram... Assim sendo, porque anunciar ao público que segue o telejornal da TVI que Soares "está em segundo lugar"? Será apenas imbecilidade e ignorância crassa por parte da redacção da TVI? Compadrio com a partidocracia? Excesso de simplificação anti-democrática? Ou será que o discurso ultrasimplificante do nebuloso mundo do Futebol já invadiu todas as áreas de pensamento e do discurso e é agora incontornável, mesmo na mais soberana forma de Democracia: uma eleição?
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