O ser humano não foi feito para durar

O ser humano não foi feito para durar. A biologia preparou-nos para chegarmos à idade reprodutiva e para não vivermos além desta. Por isso quando se escavam cemitérios ou necrópoles antigas é que encontramos uma idade média que ultrapassa em pouco os trinta anos e tal não se deve somente à existência de fomes, guerras e pestes generalizadas no passado, porque ao fim e ao cabo, todos estes elementos continuam a existir e a matar na actualidade, e alguns deles com uma mortalidade inédita no passado.

Actualmente, dados os progressos da medicina é possível viver até uma idade relativamente avançada mantendo uma razoável qualidade de vida, mas até onde é que queremos realmente viver? A que custo pretendemos manter a nossa existência? A medicina vive obcecada com a necessidade de prolongar e manter a vida custe o que custar, mas estará ela correcta? A partir de que momento é que para o individuo deixa de ser viável manter a existência? De que serve vivermos até aos 200 anos, se dos 80 em diante estivemos entrevados numa cama, babando e nadando nas nossas próprias fezes, mas agarrados obstinadamente ao desejo de viver e ao temor pela morte?

E é precisamente aqui que reside o Busilis da questão: o Temor pela Morte e pelo fim da existência. Um Temor que só pode ser resolvido pela via da Religião, seja ela qual fôr, e razão pela qual acredito que o Homem, mais que Homo Sapiens, é um Homo Sapiens Religiosous.