oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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quinta-feira, setembro 29, 2005

A "mentira" do Noddy


A minha filha de dois anos adora ver os desenhos animados do "Noddy". Pela parte que me toca, confesso que a coisa não me entusiasma muito, especialmente depois de ver os mesmos filmes pela enésima tricentésimo vez (o final torna-se um tanto previsível a partir da 289ª vez). Mas ao fim de uma vezes começamos a reparar em coisas que não vimos da primeira vez...

Por exemplo: num dos episódios Noddy tem a tarefa de fazer regressar ao Céu uma estrela que caiu no bosque. E isso levanta uma questão: ao agir assim o autor do texto optou por antropomorfizar a estrela, dando-lhe traços humanos e concedendo-lhe braços e pernas, além de um lançarote na "cabeça". E pergunto: será que só era possível inventar uma história que transformasse as estrelas em seres vivos? Não haveria imaginação bastante para criar uma história que não enfiasse na cabeça dos miúdos que as estrelas são criaturas vivas? Bem sei que o público-alvo da série tem entre dois e cinco anos, mas para quê começar por lhes ensinar absurdos que depois alguém, mais tarde terá que desmentir? O "Principezinho" de Saint Exupery também alude a estrelas, asteróides e planetas de uma forma romântica, mas sem incorre em falsidades... Um bom exemplo, cuja perenidade prova o sucesso do modelo adoptado.