oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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terça-feira, setembro 27, 2005

o canilarme

Perto do sítio onde moro existe um quiosque de jornais modernaço, daqueles que a Câmara de Lisboa construiu e entregou aos jornaleiros no ano passado. A jornaleira em questão tem dois cães que estão sempre com ela desde que chega de manhã até às sete, quando fecha o estaminé e parte.

Ora numa destas noites passei junto ao quiosque fechado por volta da meia-noite e oiço vindo de seu interior (sem janelas) um latido abafado... Aproximo-me e confirmo: existe efectivamente um cão encerrado no seu interior! Nos dias e semanas seguintes confirmo a mesma situação.

Eis assim demonstrado mais uma vez a imensa amplitude do engenho luso: na falta de um dispendioso sistema de alarme, pega-se num cão (encontra-se facilmente na rua rondando baldes do lixo ou mictando nas jantes dos vossos carros) e encerra-se o dito às escuras durante 14 horas diárias. A criatura sairá da experiência (diária) tão enlouquecida que se há-de tornar tão feroz como um rotteiller com cio em dia de lua cheia.

E pronto. Ficamos com um eficiente, barato e muito disuasor cani-larme no nosso querido quiosque de jornais. Como se vê, é só vantagens, excepto na perspectiva do cão, mas como esse não fala... Azar! É claro que se pode sempre questionar a Humanidade de quem desenvolveu o sistema canilarme mas quando se observa na televisão o magote de imbecis que ululam "Fátinha! Fátinha!" aquando da insana libertação de Fátima Felgueiras percebe-se bem quão baixo pode descer o povo português...