A Queda do Império Romano e os EUA
Muito se tem teorizado sobre as semelhanças entre a época da decadência do Império Romano (séculos IV e V d.C.) com a época presente, e nomeadamente com o predomínio "imperial" que os EUA detêm sobre o mundo.
Os EUA dominam militarmente todo o mundo e conseguem enviar forças para qualquer local esmagando toda a oposição local: a sua vantagem tecnológica e logística dão-lhe esse avanço. Roma podia agir de forma semelhante, mas nunca foi capaz de vencer o inimigo parto (iraniano). Ao contrário os EUA parecem capazes de esmagar os seus inimigos, como a Síria, a Coreia do Norte e a potencial China. Mas após conseguirem esse esmagamento (como o Iraque demonstrou aos mais cépticos) não são capazes de manter o controlo do território porque lhes faltam os homens para o fazer. Roma sofria do mesmo problema, e tentou resolvê-lo recrutando tribos bárbaras que recebiam provincias onde se podiam estabelecer em troca do papel de defesa destas que passavam a assumir no papel de "federados". Os federados de hoje são os países que fazem aquilo a que os estrategas americanos chamam de "proxies", países como a Itália, a Coreia do Sul, o Reino Unido, o Egipto, a Turquia. países que nas suas regiões exercem o papel de polícias regionais e paladinos dos interesses americanos em troca de favores diversos, exactamente como Roma fazia com os "bárbaros" que acreditava ter domesticado.
Roma e os EUA têm o comum a ambição de dominaram mais do que os meios à sua disposição lhes permitem. Este abismo entre o desejo e a capacidade para o concretizar irá avolumar-se com o tempo.
Idêntico erro cometeu Portugal nas suas "Descobertas" em que como escrevia Pessoa Portugal "era um anão com braços de gigante querendo abraçar o mundo".
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