Mais uma vítima da cultura de laxismo que impera nos serviços de protecção a menores

A propósito do chocante caso da bebé de 50 dias que está internada no Hospital Pediátrico de Coimbra, vítima de maus tratos severos por parte dos pais, encontrámos na TSF a seguinte afirmação, proferida pela pediatra de serviço neste Hospital:

"Jeni Canha aludiu ainda à existência de «equimoses antigas na face». Foi também identificada na criança «uma anemia aguda, por perda sanguínea». A pediatra admitiu que a vítima «foi sujeita a maus-tratos severos» no seio da família «pelo menos desde que foi para casa», após o nascimento."

Existem vários indícios de que nos quatro (4!) internamentos anteriores, o Hospital teria alertado a Comissão de Protecção de Menores de Viseu para estes abusos, o que esta nega, a PSP, ignora o caso, a GNR "não tinha o caso referenciado" e todos pareciam desconhecer os antecedentes do pai como indiciado em processos de "assédio sexual". Todos os órgãos do Estado - com excepção talvez do Hospital - sofreram de autismo (PSP e GNR) ou de incompetência grosseira ou assassina. E este é mais um caso em que a obsessão "católica" com a noção perigosa de que os pais biológicos são sempre melhores pais leva à morte de crianças.

A incrível incompetência - justificada pela constante falta de consequências administrativas e criminais - dos serviços de protecção à criança apresta-se para criar mais uma vítima. A mãe terá a desculpa de um "atraso mental ligeiro", o pai encontrará as suas justificações no facto de ser toxicodepente, mas os "técnicos" que foram responsáveis por este trágico incidente, que desculpas encontrarão? Que falsidades terão que inventar para poderem coexistir com as suas próprias consciências?