Agostinho da Silva: "A bela colcha de retalhos que é a Península!"
"A bela colcha de retalhos que é a Península! E vamos insistir nisso: A Galiza tem que ser independente da Península e uma pedra no seu mosaico. Como tem que ser a Catalunha, como tem que ser o Algarve, como têm que ser os Açores ou as Canárias, exactamente isso. E vamos ver se isto não será um bom xarope, um bom tónico, para a Europa tomar e se deixar das besteiras em que anda. Vamos ver como é isso da entrada de Portugal na C.E.E. Se é um bebé que vai acolher nas mãos de uma ama ou se é, pelo contrário, alguém, a Península, que vai dizer à Europa como é que ela tem que se humanizar. Como é que, estragada porque andou toda a vida pensando em computador, vai parar dessa história e vai voltar atrás para retomar do humano tudo aquilo que perdeu em função da eficiência e do êxito."
Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos
Agostinho defende aqui a pulverização da "Espanha" num conjunto de pequenas nações independentes e agregadas depois numa Federação Portugal onde poderá depois alinhar Portugal, quer no seu todo, quer na forma das diversas regiões em que se divide. Neste aspecto, o professor é um percursor daqueles que hoje defendem uma "Europa das Regiões", como forma de aproximar os Estados dos cidadãos e como meio de aumentar a justiça económica e social.
Agostinho torna a criticar aqui muito severamente os modelos utilitaristas e individualistas que moldam hoje o projecto europeu e a própria União Europeia. Acusa os criadores dessa Europa de "maquinismo", isto é, de fascínio, pela parte exterior e mecânica da vida desprezando a liberdade criativa e o comunitarismo que marcaram boa parte da nossa Idade Média e que deram a Portugal a própria Gesta dos Descobrimentos, enquanto a Europa enriquecia e engordava com as nossas especiarias.
Por isso, Portugal nunca poderá ser tão eficiente e bem sucedido como os países do Norte da Europa e por isso, toda esta obsessão em tornar um país "convergente" com a Europa e com os seus níveis de vida e padrões de crescimento é fátua e desesperante... Porque Portugal não pode funcionar no mesmo nível de registo. Portugal não é um País, mas uma Ideia, que só pode ser cumprida na Transcêndencia de Si mesmo e na sua própria anulação, dando corpo primeiro a uma Federação Mundial que terá forçosamente que começar reunindo os membros da Diáspora Portuguesa no Mundo e começando pela ReUnião dos dois braços lusitanos que se estendem pelo Mar Oceano: Portugal e Brasil.
Publicado também em Movimento Quintano
Agostinho da Silva: Ir à Índia sem Abandonar Portugal; Considerações; Outros Textos
Agostinho defende aqui a pulverização da "Espanha" num conjunto de pequenas nações independentes e agregadas depois numa Federação Portugal onde poderá depois alinhar Portugal, quer no seu todo, quer na forma das diversas regiões em que se divide. Neste aspecto, o professor é um percursor daqueles que hoje defendem uma "Europa das Regiões", como forma de aproximar os Estados dos cidadãos e como meio de aumentar a justiça económica e social.
Agostinho torna a criticar aqui muito severamente os modelos utilitaristas e individualistas que moldam hoje o projecto europeu e a própria União Europeia. Acusa os criadores dessa Europa de "maquinismo", isto é, de fascínio, pela parte exterior e mecânica da vida desprezando a liberdade criativa e o comunitarismo que marcaram boa parte da nossa Idade Média e que deram a Portugal a própria Gesta dos Descobrimentos, enquanto a Europa enriquecia e engordava com as nossas especiarias.
Por isso, Portugal nunca poderá ser tão eficiente e bem sucedido como os países do Norte da Europa e por isso, toda esta obsessão em tornar um país "convergente" com a Europa e com os seus níveis de vida e padrões de crescimento é fátua e desesperante... Porque Portugal não pode funcionar no mesmo nível de registo. Portugal não é um País, mas uma Ideia, que só pode ser cumprida na Transcêndencia de Si mesmo e na sua própria anulação, dando corpo primeiro a uma Federação Mundial que terá forçosamente que começar reunindo os membros da Diáspora Portuguesa no Mundo e começando pela ReUnião dos dois braços lusitanos que se estendem pelo Mar Oceano: Portugal e Brasil.
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