A crise demográfica e os votos para as crianças
Recentemente, numa entrevista transmitida na TV, alguém defendia a concessão do direito de voto às crianças, e que este seria o processo de forçar os governos europeus a interessarem-se pela expansão das suas demografias. Naturalmente, esses votos seriam delegados nos seus país, que votariam por si, mas que teriam tantos mais votos quanto mais numerosas fossem as suas famílias.
A radicalidade da proposta é interessante, mas enferma de alguns problemas: desde logo, as famílias mais numerosas são aquelas que pertencem aos escalões economicamente mais desfavorecidos da sociedade e isso iria deformar as intenções de voto a seu favor (o que não seria necessariamente mau, embora destuísse o principio de um Homem, um Voto).
Talvez fosse a alavanca que fizesse interessar os governos pela grave crise demográfica que a Europa atravessa.
Embora os países nórdicos tenham conseguido estancar esse declínio demográfico, o problema é mais grave no Sul da Europa e os fluxos migratórios não têm bastado para o compensar.
Urge tomar medidas drásticas e rápidas, esta e a reduçao substancial dos impostos para as famílias mais numerosas, assim como a criação de redes nacionais de infantários e creches gratuitas seriam determinantes para inverter esta tendência descendente da demografia europeia.
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