oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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sábado, março 11, 2006

Portugal: Zero habitantes depois de 2096 ???

Segundo a revista britânica The Economist de 11 de Fevereiro, 30% das mulheres alemãs tencionavam nunca vir a ter um filho na sua vida... Neste domínio, contudo, o exemplo alemão está longe de representar o único modelo possível. Embora os países europeus do Norte e do Ocidente tenham assistido a grandes quebras demográficas na década de sessenta, depois de duas décadas de determinadas, constantes e intensas políticas estatais de incentivo à natalidade conseguiu-se na última década a estabilidade demográfica e mesmo o retorno a um modesto crescimento que a Europa desconhecia desde a década de cinquenta, com taxas de filho por mulher na ordem dos 2,1. O problema demográfico continua grave a Leste e a Sul, e Portugal conta-se entre os países onde a taxa de substituição é mais grave... Nestes países, a taxa de filhos por mulher é de apenas 1,3... O que provoca a evaporação de METADE da população a cada 45 anos... A chegada de centenas de milhares de emigrantes não-europeus tem disfarçado a gravidade do fenómeno, mas a emigração nunca poderá de per si resolver o problema porque se fôr intensificada carregará consigo a inevitável carga de xenofobia e de explosiva fragmentação cultural, social e religiosa, que resulta da instalação e expansão de ghettos não integrados em qualquer sociedade.

A manterem-se os números actuais, Portugal e antes dele, os países do Leste europeu onde o fenómeno é agravado pela existência de intensas correntes migratórias para o resto da Europa verá a sua população reduzida a apenas 5 milhões em 2051 e será inferior a um milhão de habitantes em 2096! Ou seja voltaremos à população que Portugal tinha no começo da Idade Média, atravessando antes por uma imensa crise social e económica provocada pela existência de uma altíssima percentagem de população idosa, sustentada por uma baixa camada de população em idade laboral. Urge inverter este processo JÁ. E contudo, falta no Estado, nas empresas uma política de incentivo à natalidade semelhante aquelas políticas que os países escandinavos encetaram na década de sessenta... E aqui não podemos confiar nos utópicos modelos liberais que acreditam que a sociedade se autoregula... Onde estariam os nórdicos hoje se tivessem adoptado o Laisser Faire liberal nas suas políticas demográficas?