oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

Este Blog mudou-se! Clique AQUI para aceder ao novo http://quintus.wordpress.com

quinta-feira, setembro 15, 2005

Parte 19: A Escrita Cónia: Contactos Comerciais entre Cónios e Fenícios

Se a arqueologia já nos deixou provas de contactos comerciais com as civilizações mercantis do Mediterrâneo Oriental, esses contactos assumem outra escala durante a I Idade do Ferro. Os fenícios fundam entrepostos comerciais como testemunham os achados de Castro Marim, Rocha Branca (Silves), Almada, Monte Molião (Lagos) e Alcácer do Sal. Esta presença, a que não é estranho o florescimento do reino de Tartessos entre o século VIII e VI a.C. seria determinante na ascensão civilizacional das populações que Varela Gomes classifica de pré-indoeuropeias, mas nunca teve a importância de uma “colonização” como quis Moisés do Espírito Santo. Com efeito, estes entrepostos comerciais ou feitorias não tinham o papel de colónias, das quais o exemplo mais ocidental seria Gades. Aqui, viviam apenas umas dezenas de mercadores fenícios, mantendo intensas, estreitas e amigáveis relações com as populações indígenas que os cercavam e que deles dependiam para o abastecimento de bens manufacturados e como elos fundamentais de uma densa teia de relações comerciais que uniam a bacia do Mediterrâneo e a costa ao interior da Península Ibérica.