oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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terça-feira, março 14, 2006

A Escrita Cónia: A Introdução

Vou repetir pela terceira vez, a já antiga série de Posts sobre a Escrita Cónia ou Cinética ou ainda Sud-Lusitânica, segundo os autores... Pessoalmente prefiro a primeira, pela clareza que induz na associação nome étnico do povo que a concebeu, os Cónios ou Conii das fontes clássicas.

Repito do princípio, porque muito francamente, não me lembro onde fiquei... E repito porque me chateia deixar todo o trabalho de investihação, recolha e análise na gaveta... Assim alguém que faça algum trabalho escolar, ou que seja um simples curioso poderá pelo menos aproveitar algum deste trabalho, já que nenhum editor se deu ao trabalho e risco que se aventurar numa edição da coisa.

Enfim. Cá vai a "coisa", no seu primeiro capítulo, muito espantosamente chamado de "Introdução"...


"No Baixo Alentejo e Algarve foram descobertos vários vestígios arqueológicos que testemunham a existência de uma civilização detentora de escrita que se teria desenvolvido entre o século VIII e o V a.C. A escrita que serve de objectivo a este trabalho está presente nas lápides sepulcrais desta civilização e nas moedas de Salatia (Santiago do Cacém) e é datável na Primeira idade do Ferro, surgindo no sul de Portugal e estendendo-se até à zona de fronteira. As estelas mais antigas recuam até ao século VII a.C. e as mais recentes pertencem ao século IV. O período áureo desta civilização coincidiu com o florescimento do reino de Tartessos, algo a que não deverá ser alheio a intensa relação comercial e cultural existente entre os dois povos e que também teve uma escrita, que ao contrário do que sucede com a dos Cónios, é hoje conhecida nas suas linhas gerais.

Embora a arqueologia não nos permita identificar claramente o nome deste povo, as largas dezenas de estelas escritas que foram descobertas nas cidades e necrópoles deste povo parecem incluir o nome do povo cónio, uma população autóctone que já surge mencionada em autores clássicos, nomeadamente na "Orla Marítima" de Rufus Festus Avienus.

Nas próximas páginas procuraremos elucidar o leitor sobre as características da civilização que produziu as estelas que serão o objectivo fundamental deste trabalho e também uma visão sumária sobre as várias teorias interpretativas e de traduções propostas até hoje."