oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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segunda-feira, março 13, 2006

Obrigadinho!

Com a multiplicação da pressão internacional sobre o Irão na questão do programa nuclear iraniano não seria irónico se em vez dessa pressão se traduzir na queda dos líderes mais radicais que ocupam actualmente o poder em Teerão, isso fosse atiçar a chama nacionalista, tão viva no Irão, provavelmente ainda mais vida que a própria chama religiosa?

Estes neocons americanos que estão por detrás da pressão da "Comunidade Internacional" parecem tudo desconhecer acerca do Irão. Quanto mais pressão derem, e sobretudo, se a tornarem em pressão militar, irão eternizar no poder esse tarado demagógico que é o presidente Ahmadinejad... A tecla nacionalista toca muito alto no Médio Oriente, especialmente quando é reforçada pelos 36 biliões de dólares de exportações petrolíferas...

Mas se a pressão não é a melhor opção, então o que fazer? Porque não acreditar simplesmente nas intenções iranianas? Deixá-los controlar todo o ciclo de produção de combustível nuclear, mas garantindo que deixam instalar suficientes mecanismos de vigilância electrónica e que se deixam inspeccionar. O Irão é um dos países mais civilizados do Médio Oriente e o seu não-arabismo e a sua própria interpretação divergente do Islão (o Shiismo) poderia servir de contrapeso ao Sunismo radical saudita e waabita.

Infelizmente, quando no Irão esteve no poder o clérigo muito mais moderado e democrático Mogammad Khatami, ninguém soube aproveitar a sua moderação, nem sequer o movimento pró-ocidental e anticlerical (paradoxo!) que o levou ao Poder... Os EUA e demais aliados preferiram manter o verbo agressivo e repelente. E agora, toma. Levam com o tarado perigoso do Ahmadinejad, reforçado com a alta do petróleo e com o poderoso nacionalismo persa.

Obrigadinho!