oGrunho (Discussão sobre Política Nacional e Internacional)

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quinta-feira, setembro 15, 2005

O discreto e inteligente rearmamento sírio



Enquanto vai aplacando a ira busha contra si, através de retiradas parciais do Líbano e da entrega de refugiados do antigo regime iraquiano, a Síria vai paulatinamente rearmando-se...

Sabendo que os EUA se a atacarem vão começar por bombardeamentos aéreos massivos, será precisamente nessa frente que deve concentrar os seus esforços. Ora o montante gigantesco da dívida síria (13 mil milhões de USDs) à ex-URSS impede a aquisição de aeronaves capazes de enfrentar a aviação americana, sendo que os 56 Mig 29 pouco poderão fazer (os seus melhores mísseis AAM, os R-27s/AA-10 estão aquém do alcance dos mísseis dos aviões americanos). O resto da força área então, ainda é mais irrelevante .

Assim, resta apenas aquilo que ela está efectivamente a fazer: adquirir tantos meios anti-aéreos quanto o possível: Mísseis SAm portáteis Igla (SA-18) e mísseis tácticos balísticisos Iskander-E (SS-X-26). Decorrem também negociações para a aquisição de sistemas de defesa área de curto alcance Tor-M1 (SA-15) ou Pantsit-S. O melhor sistema de defesa anti-aérea do mundo, com um alcance de uns inscríveis 400 Km, o S400 parece estar também nesta ambiciosa lista, mas pressões norte-americanas têm impedido a Rússia de levar a bom termo este negócio com a Síria, segundo consta.

A inteligência das movimentações diplomáticas da Síria (retirada do Líbano, entrega de iraquianos, aliança com o Irão) revela um jogador ao nível dos melhores do mundo. A própria escolha dos sistemas de armas adquiridos revela grande inteligência, assim como a discrição com que estão a ser feitas.

Em suma, Bashar Assad, está a revelar-se um mestre no complexo jogo de xadrez que é o Médio Oriente pós-Bush...